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3 de fevereiro, 2025

A FESTINHA DO DEPUTADO O clima anda pesado no gabinete do deputado distrital Daniel Donizet (PL). Tudo por conta da noite de farra que o parlamentar fez com dois assessores numa boate no Setor de Indústrias Gráficas (SIG). A festinha terminou com uma garota de programa espancada numa luxuosa suíte de um motel. A farra …

A FESTINHA DO DEPUTADO

O clima anda pesado no gabinete do deputado distrital Daniel Donizet (PL). Tudo por conta da noite de farra que o parlamentar fez com dois assessores numa boate no Setor de Indústrias Gráficas (SIG). A festinha terminou com uma garota de programa espancada numa luxuosa suíte de um motel. A farra ocorreu no dia 22 de março. Foi registrada por esta coluna no dia 17 de abril. Voltou à tona ontem (13), depois que o portal G1 veiculou vídeo do depoimento prestado à Polícia Civil pela garota agredida.

Boate e motel

À polícia, a mulher contou que ela e duas amigas foram abordadas na boate por três homens: o deputado Donizet, o assessor Marco Aurélio Oliveira Barbosa e outro auxiliar do parlamentar. Ali combinaram o programa e foram para um motel na Candangolândia. Cada casal pegou uma suíte. A garota ficou com Marco Aurélio. Na cama, o bicho pegou.

Agressão e omissão

O assessor, segundo a mulher, estava muito bêbado, assim como Donizet e o terceiro homem. Na hora do “vamos ver”, Marco Aurélio surtou. Quis transar sem camisinha. Sem conseguir dar conta do recado, passou a esmurra-la nos olhos, no rosto, no corpo todo. Ela diz ter pedido ajuda, mas que os companheiros de farra do agressor se omitiram, inclusive o nobre deputado.

Medo de autoridade

A garota contou ainda que, com medo de represálias por se tratar de autoridade, não chamou a polícia. Somente depois prestou queixa na 5ª delegacia de Polícia (Asa Norte), onde exame constatou mais de 10 lesões no corpo da mulher. O caso agora está sob investigação da 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante).

Distrital nega

Em nota ao G1, o deputado Daniel Donizet alegou que “se trata de uma denúncia infundada e comprovadamente falsa”. Garante não ter participado e que Marco Aurélio não agrediu a garota. O distrital, porém, não desmentiu que esteve na boate e no motel. O assessor continua lotado no gabinete de Donizet, recebendo gordo salário: R$ 17,2 mil. A garota retornou a São Paulo, onde mora. A Polícia Civil não se pronunciou alegando que o caso está sob investigação.

Comissão ignora

Mais de três meses já se passaram depois que a mulher agredida registrou queixa na Polícia Civil. Nesse período, a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar (CDDHCEDP) não moveu um dedo para apurar o caso.

Paladinos silenciam

Causa perplexidade um simples detalhe: a comissão é comandada por parlamentares de esquerda, que se dizem paladinos dos direitos humanos. O presidente é o deputado Fábio Felix (PSol) e o vice é Ricardo Vale (PT). A comissão ainda conta com uma mulher: a deputada Jaqueline Silva (MDB). Nem esses nem os dois outros titulares da comissão – João Cardoso (Avante) e Rogério Morro da Cruz (sem partido) – tiveram a iniciativa de abordar o caso na comissão.

Perguntar não ofende

Diante de tamanha omissão, é de se perguntar: garota de programa merece levar porrada de assessor de deputado? Com a palavra, os nobres deputados da Comissão de Direitos Humanos.

O EXEMPLO DE VERAS

A deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania) continua lutando para que recursos de emendas parlamentares da Câmara Legislativa não sejam destinados obrigatoriamente para setores essenciais, como a saúde pública. Ela deveria se mirar no exemplo do deputado federal Reginaldo Veras (PV), que quando era distrital destinou R$ 1 milhão para a Secretaria de Saúde.

Emenda vira equipamentos

As emendas de Veras viraram equipamentos para o Hospital Regional de Santa Maria, administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IGes). Nesta semana, o hospital ganhou um tomógrafo odontológico que faz exames computadorizados do feixe cônico (o primeiro da rede pública do DF) e dois aparelhos de raio-X. Com a compra desses e de outros aparelhos, 100% das emendas de Veras foram executados.

Em tempo:

Veras é adversário do governador Ibaneis Rocha (MDB), não da saúde. Belmonte é adversária de Ibaneis e da saúde.

 

Armando Guerra
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