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AGORA-DF

31 de janeiro, 2025

Tem gente que só pensa naquilo O mundo inteiro ainda vive os horrores da pandemia, o Brasil continua como um dos focos da doença e Brasília, apesar dos últimos números bem mais brandos, ainda chora seus mortos. Mesmo assim, tem gente que só pensa em eleição. O cenário é completamente confuso, a cidade não reconhece …

Tem gente que só pensa naquilo

O mundo inteiro ainda vive os horrores da pandemia, o Brasil continua como um dos focos da doença e Brasília, apesar dos últimos números bem mais brandos, ainda chora seus mortos. Mesmo assim, tem gente que só pensa em eleição. O cenário é completamente confuso, a cidade não reconhece novas lideranças, mas há quem tente antecipar o calendário.

Efeito da covid

O fato é que vários políticos já se apresentam, talvez como mais uma consequência da pandemia, que limitou a ação de todos durante tanto tempo, atrapalhando projetos. Há pouco espaço para manobra e, como disse o poeta, o tempo não para. Mas o cidadão comum, o eleitor, parece pouco propenso a ouvir promessas e propostas neste momento. Ainda que eles insistam.

Mandato abandonado

O senador Izalci Lucas, por exemplo, praticamente abandonou seu mandato de senador para se dedicar a uma campanha eleitoral antecipada, tentando reunir lideranças em torno de um projeto pessoal. Não está conseguindo muita coisa porque as alianças partidárias estão confusas. Seu partido – o PSDB – não empolga, sua postura inflexível atrapalha e sua ação como senador não ajuda em nada.

Problemas pessoas

É o mesmo problema enfrentado pela deputada federal Paula Belmonte, que começou bem na Câmara, mas degringolou ao tentar usar as redes sociais para ataques fúteis que só revelam a diferença e a antipatia – muito mais pessoal do que política – com o atual governador, Ibaneis Rocha (ela ainda não engoliu o fato de ter levado uma descompostura do governador numa cerimônia no Corpo de Bombeiros, ainda antes da epidemia). Falta estrada para ser candidata a governadora.

Candidato sem luz

O senador Reguffe parece caminhar sem luz – vai tateando em todas as direções, buscando um lugar qualquer em possa se apoiar. O isolamento de tantos anos, o desprezo que ele demonstrou pelas alianças e a inatividade no mandato estão cobrando sua conta. Ainda é um player importante no jogo político, mas apenas uma sombra do que já foi. Usa a dissimulação para tentar confundir os interlocutores, mudando de posição a todo momento.

Nos braços de Lula

É também o caso do PT, que aposta todas as fichas na candidatura de Lula à presidência, e que em Brasília enfrenta uma divisão interna: a quem defenda a união com outros partidos de esquerda, especialmente o PSB (que coloca a senador Leila Barros como candidata a governadora), mas uma turma cada vez maior – e que aposta no desgaste do presidente Bolsonaro – que não abre mão da cabeça de chapa. E cresce o nome do ex-deputado Geraldo Magela.

Sobrevivendo ao ofidário

Correndo por fora está a ministra Flávia Arruda, que hoje anda mais preocupada com a própria sobrevivência no ninho de cobras que entrou. Até o momento ela se apresenta como candidata (fortíssima) ao Senado, porque conta com uma boa estrutura em todas as cidades, criada e mantida pelo marido, José Roberto Arruda, e com um carisma pessoal irresistível. Mas não quer nem saber de falar em eleição agora.

A força de Ibaneis

Com os pés no chão está o governador Ibaneis Rocha. Nas últimas eleições ele surpreendeu os adversários com um programa de governo robusto, discurso progressista e carisma. Hoje reclama que a pandemia roubou um tempo precioso e muito da energia do que pretendia aplicar no DF, mas já tem um portifólio robusto para mostrar: obras em todas regiões, recuperação da infraestrutura deteriorada, um programa social que atinge a 700 mil pessoas e a construção de 60 mil casas populares, entre outras ações, como a regularização de grandes condomínios, o incentivo aos empresários e a reforma de todas as feiras do DF. Não é pouco. Ainda mais se for comparado aos governos mais recentes. Ainda assim ele diz que só fala de eleição no ano que vem.

 

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