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5 de setembro, 2023

O INCÔMODO DAS OBRAS Toda obra incomoda. Grandes obras viárias incomodam muito mais. Mas quando elas são concluídas os problemas somem, os benefícios ficam. O […]

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Foto: paulo h. carvalho/abr

O INCÔMODO DAS OBRAS

Toda obra incomoda. Grandes obras viárias incomodam muito mais. Mas quando elas são concluídas os problemas somem, os benefícios ficam. O barulho acaba, a poeira desaparece, os veículos fluem, os motoristas e passageiros gastam menos tempo no trânsito e ganham mais tempo para ficar com a família. Quem crítica as obras viárias que o Governo Ibaneis vem realizado por todo o Distrito Federal o faz ou por ignorância ou má fé. Ou ambas.

Professor na contramão

David Duarte, professor da UnB especialista em trânsito, é um desses críticos. Agarrou-se ao deputado distrital Fábio Felix (PSol) para criticar “tantas obras” de Ibaneis. Critica os complexos viários construídos para melhorar o trânsito e a mobilidade dos moradores. Critica o governador por fazer obras que estão solucionado os atuais problemas de Brasília. Critica outras obras que preparam a cidade para o futuro. Enfim, David entrou na contramão dos benefícios que os brasilienses estão ganhando com tantas obras.

Abracadabra

Mas David Duarte merece desconto. Afinal, ele é professor, não mágico. Se mágico fosse, já teria tirado da cartola o truque para fazer obra sem causar transtornos ao trânsito. Se ele sabe o segredo dessa mágica, deve tê-lo trancado num cofre de aço jogado no fundo do Atlântico. Calado, o professor Duarte é gênio.

CORES DO BRASIL

A Esplanada dos Ministério está pronta para o 7 de Setembro. A decoração é quase a mesma dos anos anteriores. A diferença está nas cores dos estandartes que enfeitam a Esplanada. No Governo Bolsonaro, apenas duas cores predominaram: verde e amarelo. Para se diferenciar, o Governo Lula decidiu incluir outra cor existente na bandeira nacional: o azul. Assim, a Esplanada virou tricolor para o Dia da Independência. Não se deve estranhar se o azul fizer companhia ao verde e ao amarelo na camisa da Seleção Brasileira.

Ibaneis na Esplanada

Ibaneis Rocha estará no palanque das autoridades no desfile da Independência. A presença do governador ao lado do presidente Lula acaba com o mal-estar do 8 de Janeiro. A convivência cordial entre chefes de poder faz bem à democracia.

GRACINHAS DO GRAS

O presidente do Iphan, Leandro Grass (PV), volta a fazer graça. Ele sabe que o orçamento do instituto para 2023 é mixaria: R$ 236,1 milhões. Dividido entre os 26 estados e o DF, cada unidade ficaria com R$ 8,7 milhões. Só a reforma da Sala Martins Pena do Teatro Nacional custa R$ 54 milhões.

Ver-O-Peso

Mesmo sem recursos, Grass anda pelo país prometendo dinheiro que não tem. Recentemente, prometeu que o Iphan bancaria a reforma do tradicional Ver-O-Peso, secular mercado de Belém (PA). Custo da obra: R$ 82 milhões. Grass só não disse de onde sairá a grana.

TEATRO DULCINA

O presidente do Iphan também tem prometido dinheiro para reformar prédios culturais, como teatros. Ficou tentado a prometer dinheiro para salvar o Teatro e a Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, no Conic. A casa de espetáculo desenhada por Oscar Niemeyer é tombada. O tombo da dívida é de R$ 20 milhões. Grass revirou as gavetas do Iphan. Não achou dinheiro. Lavou as mãos.

Secretaria sai de cena

A Secretaria de Cultura do DF também não vai socorrer a Fundação Brasileira de Teatro. Até poderia conseguir recursos para quitar pelo menos parte da dívida, mas se fizer isso estará contemplando a má gestão da FBT. Preferiu sair de cena.

The Phantom of the Opera

Assim, segue o drama do Dulcina. Próximo ato: dia 14 de setembro, o teatro vai a leilão. Quem arrematar o prédio ficará com o fantasma da ópera: a história do teatro brasileiro.

 

Armando Guerra
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