5 ANOS SEM RORIZ

27 de setembro de 2018. Foi o dia em que Joaquim Domingos Roriz, aos 82 anos, partiu. Ontem, justamente ao completar cinco anos da morte de Roriz, não se viu homenagens ao homem que, em quatro mandatos intercalados, governou o Distrito Federal durante 3.839 dias em 13 anos. Nem mesmo o deputado distrital Joaquim Roriz Neto (PL), que herdou votos do avô, prestou homenagem ao governador mais popular da história do DF. Mas o povo não esquece.

Grandes transformações

Roriz foi o governador das grandes transformações. Deixou obras eternas. Obras físicas e sociais. Ainda no primeiro mandato biônico (1988-90) começou a implantar o maior programa social do Brasil: a desfavelização de Brasília. Transformou 64 favelas – algumas no Plano Piloto – em nove cidades, entre elas Samambaia e Paranoá. Milhares de favelados passaram a ser cidadãos com direito a ter um teto para chamar de seu. Hoje, as antigas favelas são cidades em pleno desenvolvimento.

Obras monumentais

Roriz tinha os pés no presente e os olhos no futuro. Visão que o fez construir obras que à época foram contestadas e que hoje são estratégicas para o DF. Entre elas, o Metrô de Brasília e a Ponte JK. Roriz construiu ainda o Museu Nacional da República e a Biblioteca Nacional de Brasília, na Esplanada dos Ministérios. Olhou também para o meio ambiente, transformando uma área cobiçada pelo mercado imobiliário no que é hoje o aprazível Parque Olhos D´Água na Asa Norte.

Comida boa e barata

Roriz é também o pai dos Restaurantes Comunitários. O primeiro foi inaugurado em Samambaia em 2001. Hoje, são 14 restaurantes. Mais quatro devem ser construídos pelo governador Ibaneis Rocha. Todos com a mesma proposta de Roriz: comida boa e barata a 1 real.

Cidadão brasiliense

A população retribuiu em votos. Roriz foi o primeiro governador de Brasília eleito diretamente. Também foi o primeiro governador a ser reeleito. Saiu da política em 2010. Em 4 de agosto de 2015, recebeu a última homenagem em vida: o título de Cidadão Honorário de Brasília. Fez por merecer.

FROTA IRREGULAR

O Distrito Federal tem 2,8 milhões de habitantes e um pouco mais de 2 milhões de veículos. Ou seja, a frota pode transportar, de uma só vez, toda a população do DF e ainda sobra lugar. O Detran identificou que 1.240 veículos estão com a documentação irregular ou sem condições para circular, mas continuam rodando até serem flagrados em alguma blitz. Grande parte da frota irregular tem dívidas acumuladas desde a pandemia, quando foram suspensas as cobranças de multas e licenciamentos. Mas a conta chegou. Há dívidas que variam entre R$ 1 mil e R$ 10 mil, sem parcelamento.  O Refis 2023 pode ajudar os devedores a negociar a dívida. A aprovação do programa, porém, depende da aprovação da Câmara Legislativa, onde a proposta tramita desde o dia 5 de setembro.

Sem noção

A fiscalização é necessária e deve acontecer para garantir maior segurança no trânsito. Mas excesso de zelo incomoda. Moradores do Paranoá e de condomínios do Jardim Botânico, por exemplo, reclamam das constantes blitzen realizadas no posto da Polícia Militar da QI 29 do Lago Sul. Passam pelo posto centenas veículos que se dirigem ou voltam do Plano Piloto pela Ponte JK. A PM decidiu infernizar a vida dos moradores que por ali circulam diariamente. Montam blitzen às 7 horas em dias úteis. Ou seja, no horário em que milhares de moradores seguem rumo ao trabalho ou à escola. Resultado: engarrafamentos quilométricos tanto no rumo da Ponte JK quanto em direção ao Paranoá. Como perguntaria aquele sumido apresentador de TV: “É ou não é sem noção?”.

Armando Guerra
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