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4 de fevereiro, 2025

ÀS URNAS, BRASÍLIA! Domingo é dia de ir às urnas. São 2,2 milhões de eleitores cadastrados no Tribunal Regional Eleitoral do DF. Eles vão escolher, entre 1.262 candidatos, os tios e tias que irão ocupar 220 vagas titulares e 440 suplências no Conselho dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes (CDCA). Só vota quem estiver …

ÀS URNAS, BRASÍLIA!

Domingo é dia de ir às urnas. São 2,2 milhões de eleitores cadastrados no Tribunal Regional Eleitoral do DF. Eles vão escolher, entre 1.262 candidatos, os tios e tias que irão ocupar 220 vagas titulares e 440 suplências no Conselho dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes (CDCA). Só vota quem estiver com a barra limpa na Justiça Eleitoral. Não se pode esperar, porém, comparecimento em massa. Até porque não é obrigatório. Mas se o parâmetro for as eleições de 2022, aí as urnas vão bombar. No pleito de 2022, 1.838.492 eleitores compareceram às urnas no DF. Apenas 369.136 não votaram, totalizando 20,58% de abstenção, o menor índice do Brasil.

Indiferença no ar

Para a eleição ao Conselho Tutelar, os eleitores, ao contrário dos candidatos, não parecem muito motivados, apesar da farta divulgação do pleito na mídia convencional e na internet. Há uma certa indiferença no ar. Afinal, a grande maioria da sociedade brasiliense e brasileira é indiferente ao drama de milhares de crianças e adolescentes, principalmente o dos meninos e meninas pretas, pobres, favelados. Justamente, os que mais precisam do Conselho Tutelar.

Direita X Esquerda

Mesmo diante da aparente apatia do eleitorado, os candidatos a salário de R$ 6,5 mil por mês e mandato de quatro anos, travam intensa caça aos votos pelas redes sociais. Batalha que volta a mostrar que Brasília continua dividida entre a direita de Jair Bolsonaro e a esquerda comandada por Lula. Pelo resultado das eleições de 2022, a maioria do eleitorado do DF é de direita. Depois das 18 horas do domingo, com a agilidade, precisão e confiabilidade das urnas eletrônicas, pode-se confirmar ou não esse perfil conservador do eleitor brasiliense. A conferir.

Partidos em campanha

Não será fácil, porém, identificar a ideologia dos eleitos. Os candidatos não podem se apresentar como representantes de qualquer partido político. O que não impede que os partidos façam campanha por seus candidatos. É o que fez e faz o Republicanos.

Frente Parlamentar

Na última quarta-feira (27), o partido instalou a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Criança, do Adolescente e dos Conselhos Tutelares. São 205 parlamentares de todo o Brasil, entre eles os deputados federais republicanos do DF Fred Linhares e Gilvan Máximo, escolhido para ser o vice-presidente da Frente. O PP aderiu ao movimento. Representando o partido, a presidente do PP Mulher do DF, Milena Ramos Câmara, abraçou a causa. Uma semana antes, o Republicanos lançou na internet uma lista de 15 candidatos que apoia para o Conselho Tutelar do DF.

Guerra religiosa

A batalha ideológica é acirrada pela disputa entre grupos religiosos. Pastores evangélicos e devotos católicos usam suas crenças para chegar ao Conselho Tutelar. Os evangélicos defendem bandeiras conservadoras. Condenam, por exemplo, o casamento gay. Os católicos contra-atacam defendendo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), abominado pela direita conservadora.

CRIANÇAS NA POBREZA

No centro dessa batalha estão 227.200 crianças e adolescentes que vivem na pobreza no DF. Desses, 150.816 são crianças com até 11 anos de idade e 76.384 são adolescentes entre 12 e 17 anos, conforme o Cadastro Único de 2022 do GDF. É por essa garotada que os tios e tias a serem eleitos no domingo devem lutar no CDCA e não transformá-lo em palco para disputas partidárias e religiosas como vem acontecendo na eleição ao Conselho Tutelar.

PAULICÉIA DESVAIRADA

A deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania) foi assaltada em São Paulo, cidade onde nasceu e cresceu. Nunca passou por isso em Brasília, cidade que adotou para viver e onde faz desvairada oposição ao Governo Ibaneis, que tem diminuído a violência no DF. Aqui, Paula pode andar tranquila.

 

Armando Guerra
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