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19 de outubro, 2023

TARIFA ZERO A Câmara Municipal de Luziânia deve aprovar ainda nesta quinta-feira (19) a tarifa zero no transporte público do município. Proposta do então deputado […]

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Foto: PREFEITURA MUNICIPAL DE LUZIÂNIA

TARIFA ZERO

A Câmara Municipal de Luziânia deve aprovar ainda nesta quinta-feira (19) a tarifa zero no transporte público do município. Proposta do então deputado estadual Diego Sorgatto (União) feita na campanha à prefeitura nas eleições de 2020. A catraca livre está em vigor em 74 dos 5.570 municípios brasileiros. Aprovando-se o projeto, Luziânia passará a ser a 75ª cidade do país a adotar a tarifa zero. E será, entre os 242 municípios do Estado de Goiás, o segundo a ter transporte público gratuito (o outro é Anicuns). Os 210 mil moradores de Luziânia vão poder usar os ônibus que circulam nos bairros do município sem pagar nada. A Prefeitura assumirá a conta: R$ 1,8 milhão ao ano.

Câmara reacende debate

A novidade de Luziânia, município vizinho de Brasília, reacende na Câmara Legislativa o debate sobre a adoção da tarifa zero em todo o sistema de transporte público do Distrito Federal. Tramitam na CLDF cinco projetos que estabelecem a catraca livre para diversas categorias profissionais e deficientes físicos. Mas a gratuidade para todos os usuários é a bandeira que une a Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana (CMTU), que em maio de 2023 criou a Subcomissão da Tarifa Zero. O colegiado, porém, ainda não apresentou proposta concreta.

Estudos prosseguem

O passe livre também está sendo examinado pela Secretaria de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal (Semob). Mas desde maio, quando foi criada a Subcomissão da Tarifa Zero, a única manifestação oficial da Semob sobre o tema foi esta: “Estudos de viabilidade econômica financeira estão em andamento para posterior envio aos órgãos competentes para análise”. Tanto a Câmara quanto a Semob continuam devendo à população proposta concreta sobre a adoção da tarifa zero nos ônibus e no metrô do DF.

Serviço caro e ruim

O certo é que o sistema de transporte público, além de pecar pela qualidade, custa caro aos contribuintes brasilienses. Em 2022, o GDF repassou às empresas de ônibus R$ 1,4 bilhão, segundo a Câmara Legislativa. No primeiro semestre de 2023, o governo reconheceu dívidas de quase R$ 800 milhões com as empresas de ônibus. O subsídio, mesmo elevado, é o que impede que as caras tarifas de ônibus fiquem muito mais amargas. Caso o DF adote o exemplo de Luziânia, a conta sairá bem mais salgada. Advinha quem vai pagar a dolorosa?

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TCHAU, QUERIDO!

Foto: agência brasília

Durou apenas 247 dias o reinado do jornalista Hélio Doyle na presidência da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Nomeado em 14 de fevereiro, Doyle foi afastado do cargo nessa quarta-feira (18). Motivo: compartilhou uma publicação do chargista Carlos Latuff, que dizia: “Não precisa ser sionista para apoiar Israel. Ser um idiota é o bastante”. A postagem desagradou o ministro de Comunicação Social, Paulo Pimenta. Resultado: Doyle dançou. Preço pago por ser meter numa área que não era a dele, a diplomacia.

Marqueteiro da esquerda

A demissão de Hélio Doyle atinge a esquerda brasiliense. O jornalista foi chefe da Casa Civil do governo petista de Cristovam Buarque. Depois de meteórica passagem pelo Governo Roriz, Doyle reapareceu na campanha ao Palácio do Buriti nas eleições de 2022. Era o marqueteiro de Leandro Grass, o candidato da coligação PT-PV-PCdoB. Graças a Doyle, Grass obteve 434.587 votos (26,5%), ficando em segundo lugar. Maldade culpar Doyle pela acachapante vitória do governador Ibaneis Rocha (MDB), reeleito em primeiro turno com 823.633 votos (50,30%).

Prêmio perdido

Como prêmio de consolação, Grass ganhou cargo de segundo escalão: a presidência do Iphan. Já Doyle foi contemplado com cargo de terceiro escalão: a presidência da EBC. Foi o máximo que a esquerda brasiliense conseguiu no Governo Lula.

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Armando Guerra
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