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31 de outubro, 2023

IGES NA CÂMARA A saúde pública volta a ocupar a agenda da Câmara Legislativa. Mais uma vez, os deputados distritais colocam na berlinda o Instituto […]

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Foto: Davidyson Damasceno/Iges-DF

IGES NA CÂMARA

A saúde pública volta a ocupar a agenda da Câmara Legislativa. Mais uma vez, os deputados distritais colocam na berlinda o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges). Dois temas animam os debates: a suposta transferência do Hospital Cidade do Sol para a administração do Iges e a apresentação do balanço sobre os resultados do instituto nos primeiros quatro meses de 2023. No primeiro caso, o Iges e a Secretaria de Saúde precisam se comunicar melhor para desmontar discursos distorcidos da oposição. No segundo, o balanço apresentado pelo instituto calou a voz daqueles que pregam pela extinção do Iges.

 

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CIDADE DO SOL

Termina nesta terça-feira (31) o prazo dado pelo Ministério Público (MPDFT) para que a Secretaria de Saúde (SES) e o Iges apresentem as providências recomendadas visando impedir que o Hospital Cidade do Sol seja repassado ao Instituto. Tema polêmico que começou quando alguém vazou para o deputado Gabriel Magno (PT), presidente
da Comissão de Saúde, estudo que mostra a viabilidade da transferência.

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Herói na pandemia

O Hospital Cidade do Sol nasceu em plena pandemia, tornando-se um importante braço do Hospital Regional de Ceilândia. Os dois hospitais são administrados pela Secretaria de Saúde. O estudo apontou ser viável a transferência de gestão para o Iges, que teve papel fundamental no auge da Covid-19. O resultado do estudo sacudiu a oposição e mexeu com o MPDFT.

Nada a contestar

A polêmica, porém, é sobre algo que não existe. Nem a Secretaria de saúde nem o Iges bateram o martelo. Não fecharam questão, não concretizaram algum negócio, não assinaram qualquer acordo ou contrato efetivando a transferência. Não existe, portanto, qualquer instrumento legal a ser contestado pela Câmara Legislativa ou pelo Ministério Público.

Ilegalidade inexistente

O que está sendo contestado é um estudo de viabilidade técnica, financeira e administrativa. Esse documento indica que é possível, sim, transferir o comando do Hospital Cidade do Sol para o Iges, que já administra dois grandes hospitais (Base e Santa Maria) e mais 13 UPAs. Não há, porém, nenhuma ilegalidade em estudar a mudança de gestor, conforme acusa a oposição. Ou será que fazer estudo de viabilidade passou a ser ilegal?

Contra novos leitos

A oposição também não quer que sejam construídos 60 novos leitos no Hospital Cidade do Sol. O deputado Fábio Félix (PSol) exige que o GDF envie projeto para que a Câmara autorize a construção de leitos. Félix faz questão de ignorar que esses leitos vão servir de retaguarda para atender pacientes provenientes de unidades de saúde de Ceilândia, Brazlândia e do Sol Nascente/Por do Sol.

Reforço no atendimento

Os novos leitos vão aliviar o Hospital Regional de Ceilândia, que apenas em 2022 registrou 522.042 atendimentos individuais e 132 mil emergenciais. Números apresentados pelo deputado Robério Negreiros (PSD), líder do Governo na CLDF. Dados que reforçam a necessidade de ampliar o Hospital Cidade do Sol sem que isso signifique que ele será transferido ao Iges.

Maioria na Câmara

O governador Ibaneis Rocha (MDB), ainda na primeira campanha ao Buriti, defendia o fim do Iges. Hoje, é um dos seus maiores defensores. Não só manteve o instituto como ampliou a rede, inclusive com a construção de sete novas UPAs. A ampliação veio após conseguir aprovar na Câmara projeto autorizando o Iges a administrar outras unidades de saúde, além do Hospital de Base. Caso decida ampliar ainda mais a rede Iges, basta ao governador enviar projeto à Câmara, onde tem expressiva maioria. Simples assim.

 

Armando Guerra
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