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AGORA-DF

1 de novembro, 2023

ROLA A BOLA Brasília vive hoje mais um grande evento popular que mexe com a segurança da capital: o duelo entre Flamengo e Santos, no […]

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Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Marcello Casal Jr./Agência Brasil

ROLA A BOLA

Brasília vive hoje mais um grande evento popular que mexe com a segurança da capital: o duelo entre Flamengo e Santos, no Estádio Mané Garrincha. O que preocupa as forças policiais não é o que vai rolar dentro das quatro linhas, mas o que pode acontecer fora delas. A história de confrontos entre grandes clubes em Brasília registra episódios de barbarismo. Duelos sangrentos protagonizados por imbecis fantasiados de torcedores, que vestem o manto sagrado dos seus clubes para impor suas cores. O resultado é sempre o mesmo: estádio depredado, feras feridas, torcedores hospitalizados, cadeias lotadas, clubes punidos com multas insignificantes que apenas incentivam a violência.

Em nome da paz

Escaldada pelos confrontos do passado e pela baderna golpista do 8 de Janeiro, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) adotou medidas para garantir a paz entre as torcidas e a tranquilidade dos 60 mil torcedores esperados no Mané Garrincha. Foi criado um Centro de Operações Integradas para coordenar as ações das forças de segurança dentro e, principalmente, fora do estádio, onde acontecem as brigas generalizadas e os ataques da bandidagem a torcedores.

Bola Dentro

Fora do Mané Garrincha, tropas da Rotam e do Batalhão de Choque estarão de prontidão. Policias civis vão reforçar a equipe da 5ª DP, próxima ao estádio. Câmeras de vídeo ajudarão a monitorar a movimentação dos torcedores. Dentro do Mané, um pelotão de 650 “leões-de-chácara” cuidará da segurança.

Bola Cheia

A SSP também planejou bloquear o contato entre as torcidas organizadas. Elas chegarão ao estádio separadas e escoltadas por policiais militares. Entrarão e sairão por portões exclusivos. O mesmo procedimento será adotado em relação aos jogadores e às comissões técnicas dos dois clubes.

Bola Murcha

A Secretaria de Segurança pisou na bola ao não revistar os ônibus que trouxeram as torcidas organizadas do Rio e de São Paulo. Os brigões costumam transportar em ônibus alugados o arsenal que utilizam para se digladiarem. Espera-se que os trogloditas não consigam entrar no estádio com artefatos proibidos pelo Estatuto do Torcedor, como sinalizadores e rojões.

Que vença o futebol

Apesar da tensão, o clima é de Campeonato Brasileiro, o maior do mundo. O melhor é que Brasília volta a receber grandes clubes de futebol. E o que os verdadeiros torcedores esperam assistir é apenas um bom jogo de futebol. Futebol de qualidade que anda em falta no Brasil e que precisa voltar a rolar nos nossos gramados. Que role a bola. Vai Mengão, vai Peixe! E que vença o melhor!

 

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NÃO SEGUE O LÍDER

Divergências entre bolsonaristas retardaram a aprovação do projeto do Governo Lula que reajusta em 18% os salários das forças de segurança do DF, agora empenhadas em apagar o vexame do 8 de Janeiro. O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição, inventou que existiam “jabutis” no projeto para retardar a votação. A senadora Damares (Republicanos-DF) atropelou o companheiro bolsonarista. Defendeu, com unhas, dentes e fé nos céus, a aprovação da proposta. No final da manhã de hoje, os policiais puderam respirar aliviados. O projeto de Lula foi aprovado com os votos dos bolsonaristas que não seguiram o líder Marinho.

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OPOSIÇÃO ATROPELADA

A oposição ao Governo Ibaneis defende a tarifa zero nos ônibus e no metrô. Só não diz de onde sairá a grana para pagar a conta. Pior: ainda é contra investir dinheiro público no transporte público. Ontem, cinco distritais oposicionistas votaram contra o crédito extra de R$ 142 milhões à Secretaria de Transporte e Mobilidade para pagar a manutenção do sistema. Foram atropelados pela maioria governista, que não deixou de cobrar melhorias nos serviços prestados pelas empresas de ônibus.

 

Armando Guerra
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