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23 de novembro, 2023

ATAQUE À MERENDA Uma sórdida e bem orquestrada campanha contra a qualidade da merenda servida nas escolas públicas do Distrito Federal está sendo executada com […]

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Foto: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília

ATAQUE À MERENDA

Uma sórdida e bem orquestrada campanha contra a qualidade da merenda servida nas escolas públicas do Distrito Federal está sendo executada com o apoio da mídia profissional. Pipocam diariamente reportagens denunciando insetos nas refeições, comida estragada, artigos vencidos e até ratos circulando nos depósitos de alimentos. O objetivo é explícito: desqualificar os alimentos produzidos por pequenos agricultores que abastecem a rede pública de ensino por meio do Programa de Alimentação Escolar (PAE) da Secretaria de Educação. Com isso, pretende-se excluir esses agricultores do programa para que os alimentos passem a ser servidos por empresas terceirizadas. É a mosca na sopa da merenda escolar, colocada por grupos empresariais inescrupulosos com o ácido tempero da grande mídia.

Boca grande

O que está em jogo é a bolada milionária paga pelo GDF para servir diariamente quase 600 mil refeições a mais de 460 mil alunos das 820 escolas da rede de ensino público. Só neste ano foram investidos mais de R$ 100 milhões na compra, transporte e armazenamento dos alimentos. Desse total, R$ 24 milhões foram investidos em alimentos fornecidos por 20 cooperativas de pequenos agricultores do DF e Entorno. É essa grana toda que empresas concorrentes querem abocanhar.

Alimentação saudável

O cardápio da merenda escolar é diversificado, rico em nutrientes e balanceado. São três refeições diárias servidas a cada aluno. Tudo preparado por merendeiras experientes e supervisionado por nutricionistas. Tem verduras, legumes, grãos, frutas de época (inclusive do Cerrado), farinhas, mandioca, peixe, aves, carnes, sucos, geleias, mel e muito mais. Tem até refeição vegana e pratos exclusivos para alunos com necessidades especiais.

Indústria dos enlatados

As empresas que orquestram a campanha querem substituir essa alimentação saudável por produtos industrializados. Tipo: refrigerantes, sucos artificiais, salsichas e carne em lata. Produtos que estão sendo ou já foram excluídos da merenda escolar em diversos estados, inclusive no DF. São esses alimentos saturados que essas empresas querem colocar na boca de crianças e adolescentes da rede pública.

Chico alerta

Felizmente, a tenebrosa campanha já foi identificada por olhares mais atentos. O sempre vigilante deputado distrital Chico Vigilante (PT) veiculou em suas redes sociais o seguinte artigo, intitulado “Ataque à merenda escolar do DF: a verdade por detrás da falsa denúncia”. Diz Chico:
“A merenda escolar servida no DF não é a que a mídia local mostra. Nossos jornalistas foram ludibriados por um perverso ataque de falsos testemunhos, orquestrado por um grupo interessado em terceirizar as refeições das nossas crianças.

Visito muito as escolas do DF e posso dizer, com propriedade, da qualidade e do envolvimento dos profissionais pertencentes a essa cadeia de serviços do bem, essenciais para comunidade escolar. Desde os trabalhadores rurais que fornecem o alimento até nossas queridas e respeitosas merendeiras.
Não vou permitir a desqualificação do serviço das merendeiras por interesses escusos em um mercado que tem potencial de movimentar cifras astronômicas. Muito menos iriei permitir a terceirização da refeição.

Esse grupo quer privatizar a merenda de uma forma nociva para os alunos e a economia local.
Contra esse ataque insensato, precisamos nos unir. Não existe partido nesse caso. Posso criticar o governo em outros temas, mas não nesse assunto. O modelo atual deu certo e deve ser mantido.”

“Querem privatizar a merenda de uma forma
nociva para os alunos e a economia local”.
CHICO VIGILANTE
Deputado Distrital-PT

RANGO PREMIADO

Para valorizar e incentivar quem prepara o rango dos alunos da rede de ensino público do DF, a Secretaria de Educação volta a promover o concurso “Sabor de Escola”. Este ano, o prêmio total para as oito melhores receitas é de R$ 32 mil.

Armando Guerra
[email protected]