AGORA-DF
4 de fevereiro, 2025RETA FINAL Esta é a última semana de funcionamento da CPI da Câmara Legislativa que, por mais de nove meses, investigou a conspiração arquitetada contra a democracia. Movimento de extremistas “patriotas” marcado pelo longo acampamento em frente ao Quartel General do Exército e por dois episódios de vandalismo político no coração de Brasília: a tentativa …
RETA FINAL
Esta é a última semana de funcionamento da CPI da Câmara Legislativa que, por mais de nove meses, investigou a conspiração arquitetada contra a democracia. Movimento de extremistas “patriotas” marcado pelo longo acampamento em frente ao Quartel General do Exército e por dois episódios de vandalismo político no coração de Brasília: a tentativa de invasão à sede da Policia Federal, em 12 de dezembro de 2022, e a depredação dos prédios da Praça dos Três Poderes, em 8 de Janeiro.
Temperatura política
Os trabalhos da CPI dos Atos Antidemocráticos serão finalizados com a leitura e votação do relatório final, a ser apresentado na próxima quarta-feira (29) pelo deputado Hermeto (MDB), relator da comissão. Dependendo do teor do texto, a temperatura política da sessão pode variar entre fria, quente ou morna. Hermeto já adiantou que seu relatório não será instrumento de caça às bruxas, mas também não vai aliviar quem tem culpa no cartório. Punição exemplar aos culpados é o mínimo que se pode esperar. A conferir.
CPI em números
Há quem insista em tentar apequenar o trabalho da CPI, procurando desqualificar a maior conquista da comissão: o fortalecimento da democracia. A importância do trabalho da CPI pode ser traduzida em números. Foram realizadas 33 reuniões e ouvidas 32 pessoas em 101 horas de depoimentos. Entre os depoentes, altas patentes do Exército, da Polícia Militar do Distrito Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).
Nunca mais
Concluídos os trabalhos da CPI dos Atos Antidemocráticos, Brasília espera que a Câmara Legislativa nunca mais volte a instalar comissão de inquérito para apurar ataques à democracia.
PROCURA-SE UM MÁRTIR
A direita extremista procurava um mártir para chamar de seu. Achou. O escolhido é Cleriston Pereira da Cunha, bolsonarista preso acusado de participar dos atos golpistas que depredaram a Praça dos Três Poderes no 8 de Janeiro. Ele estava detido na Papuda por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Cleriston morreu no último dia 20, após sofrer mal súbito na Papuda.
Movimento paulista
No domingo, bolsonaristas fizeram manifestação na Avenida Paulista contra a morte de Cleriston. Pediram a cabeça de Moraes e do presidente Lula. Tudo indica que é a extrema direita de São Paulo, um dos berços do bolsonarismo, que lidera o movimento para fazer de Cleriston um mártir dos extremistas. Afinal, o protesto se limitou à Avenida Paulista. Não se viu manifestação semelhante nem mesmo em Brasília, já que Cleriston morava em Vicente Pires.
Placas na Esplanada
Esses extremistas vão continuar defendendo causas estapafúrdias contra a democracia. São os mesmos extremistas que não choraram ou lamentaram a execução da vereadora carioca Marielle Franco. São os mesmos extremistas que defenderam a liberação de armas e que, agora, estão emporcalhando a Esplanada dos Ministérios com placas afixadas nos postes de iluminação, em que pregam: “Pena de Morte – Plebiscito Já”.
Oportunismo político
Os extremistas, por conveniência política, jamais vão aceitar que Cleriston morreu porque tinha comorbidades e teve mal súbito, não porque estava preso na Papuda. Lamentar a morte dele é um ato cristão. Querer transformá-lo em mártir é oportunismo político típico da extrema direita.
GRILAGEM NO DF
A revista Piauí desta semana traz uma ampla reportagem sobre o avanço da grilagem no Distrito Federal. Um dos focos é a Colônia Agrícola 26 de Setembro, onde lotes ocupados por grileiros são anunciados a preços que variam entre R$ 55 mil a R$ 105 mil. Um dos grileiros apontados pela revista é Francisco Joélio Rodrigues da Silva, o “Miguel da 26”, que seria apadrinhado pelo senador Izalci Lucas (PSDB).
Armando Guerra
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