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8 de dezembro, 2023

UM SINDICALISTA NA CÂMARA O deputado distrital Wellington Luiz (MDB), que hoje ocupa a presidência da Câmara Legislativa, não se despe da roupa de sindicalista. […]

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Foto: Foto: Carlos Gandra/CLDF

UM SINDICALISTA NA CÂMARA

O deputado distrital Wellington Luiz (MDB), que hoje ocupa a presidência da Câmara Legislativa, não se despe da roupa de sindicalista. Não aprendeu nada com a fragorosa derrota na eleição de 2018, quando foi rechaçado pelo que acreditava ser sua base eleitoral, e tenta seduzir os policiais com promessas vazias, daquelas que não pode cumprir.

O deputado sem apreço

É bom lembrar que ele só conseguiu voltar ao parlamento pelas mãos do governador Ibaneis Rocha (MDB), que o manteve – mesmo derrotado – na Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab), onde pode fazer nova base. Só por isso, Wellington Luiz deveria ser eternamente grato ao governador, mas não tem demonstrado apreço.

Usurpação de poder

Recentemente, ele foi um dos deputados que apoiou a flagrantemente inconstitucional ideia de obrigar o GDF a obedecer integralmente a aplicação das emendas destinadas pelo parlamento, numa evidente tentativa de usurpação de poder. Ou seja, Wellington Luiz apoiou a ideia de tirar poder do Executivo – de Ibaneis, óbvio – para tentar governar sem ter sido eleito para isso.

Oposição ou situação?

Em entrevista recente, o deputado tenta se reaproximar da base que o rejeitou, fazendo acenos na forma de crítica ao governo que o elegeu. Ingratidão pega mal. Ibaneis foi o maior responsável pela eleição de Wellington Luiz também à presidência da Câmara. Publicamente, o parlamentar elogia o governador, mas os atos dizem outra coisa.

Fim da linha

O sonho de Wellington Luiz é ser reconduzido à presidência, mas essas inconsistências e decisões errantes praticamente anulam a chance dele. O nome mais forte para comandar a Câmara Legislativa nos dois últimos anos da legislatura é o do deputado Iolando, também do MDB. E com o apoio de Ibaneis Rocha.

A UNIÃO DA OPOSIÇÃO

Diz o ditado: “A união faz a força”. No DF, a esquerda tenta se unir para ter força maior do que permite sua musculatura na CLDF, onde conta com raquítica bancada de seis deputados: três do PT, dois do PSol e um do PSB. É com essa força magrela que esses partidos se uniram ao PDT, PV, PSB, Rede e PCdoB para criar o que batizaram de Fórum Permanente de Oposição ao Governo Ibaneis. Permanente? Então, a oposição que eles vinham fazendo era temporária?

Contra tudo

O Fórum de Oposição nasce com a pauta de sempre: votar contra todos os projetos do Governo Ibaneis, ainda que beneficiem a população. Foram contra a privatização da CEB, agora querem impedir que sejam privatizados a Rodoviária, o Metrô e a Caesb. Como não tem força na Câmara Legislativa, a esquerda busca reforço fora do parlamento, jogando no colo da Justiça decisões sobre a privatização.

PRIVATIZAÇÃO DA RODÔ

É o caso da Rodoviária. O projeto do governo parou na Justiça, que depois autorizou o prosseguimento do processo. Na última terça-feira (5), a coisa andou na Comissão de Constituição e Justiça, onde o distrital Fábio Felix (PSol) deu show perante às câmeras para barrar a proposta. Não colou. O projeto passou e agora caminha para votação em plenário.

Senhor dos Anéis

Wellington Luiz brinca de “Senhor dos Anéis” ao protelar o encaminhamento do projeto ao plenário. Promete para a próxima segunda-feira (11) mais uma conversa sobre a privatização da Rodô. E avisa: “Se chegarmos num acordo podemos votar o projeto ainda neste ano, mas se não houver entendimento, a votação pode ficar para o ano que vem”.

Maioria decide

Discutir o quê, cara-pálida? Nova rodada de conversa sobre um projeto já discutido exaustivamente apenas servirá para jogar gasolina na fogueirinha da oposição. Esquece da máxima da política: ganha quem tem voto. A maioria decide. Simples assim.

Armando Guerra
[email protected]