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15 de dezembro, 2023

OS 21 ANOS DA PONTE JK Brasília, 15 de dezembro de 2002. Esta data faz parte da história da capital do Brasil. Dia em que novo cartão-postal foi incorporado ao patrimônio arquitetônico de Brasília: a Ponte Juscelino Kubitschek. Mais do que uma ponte, a JK é um monumento que consagra a arquitetura da cidade. Obra …

OS 21 ANOS DA PONTE JK

Brasília, 15 de dezembro de 2002. Esta data faz parte da história da capital do Brasil. Dia em que novo cartão-postal foi incorporado ao patrimônio arquitetônico de Brasília: a Ponte Juscelino Kubitschek. Mais do que uma ponte, a JK é um monumento que consagra a arquitetura da cidade. Obra construída por um governador que tinha os pés no presente e o olhar no futuro: Joaquim Roriz.

A terceira via

A construção da terceira ponte sobre o Lago Paranoá atenderia os moradores das últimas quadras do Lago Sul, do próprio Paranoá, do Jardim Botânico e de São Sebastião. Eles reivindicavam uma via que encurtasse a distância ao Plano Piloto. Os estudos apontavam a mesma alternativa: construir a terceira ponte.

TÚNEL DO TEMPO

A Constituição de 1988 reestabeleceu eleições diretas no Brasil. Em 3 de outubro de 1990, Roriz é eleito governador do DF, o primeiro pelo voto direto da história de Brasília. No mesmo pleito, foi eleita a primeira bancada de deputados distritais. Nela estava Gilson Araújo, autor do projeto de lei Nº 187, que autorizou o GDF a construir a terceira ponte sobre o Lago Paranoá. Aprovada pela Câmara Legislativa, a lei foi sancionada por Roriz em 27 de novembro de 1991. Mas ele concluiu o mandato sem cumprir a lei que sancionara.

Eleições de 1994

Cristóvão Buarque (PT) é eleito governador do DF. Derrota Valmir Campelo Bezerra, candidato de Roriz. Em 1998, último ano do mandato, Cristóvão tenta a reeleição. Numa jogada de marketing, promete construir a terceira ponte. Faz concurso público para escolher o nome dela. Nome escolhido: “Ponte do Mosteiro”, proposto por Heverton Anunciação, morador do Guará. Mas a jogada não deu certo. Roriz derrota Cristóvão na mais acirrada disputa eleitoral de Brasília. Perdeu no primeiro turno, mas virou no segundo. Diferença de apenas 3,48% dos votos. Roriz: 51,74% – Cristóvão: 48,26%. Ali começaria a construção da terceira ponte.

Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília

PINGUELA OU MONUMENTO

Para erguer a ponte, Cristóvão destinou R$ 40 milhões. “Só dá para construir uma pinguela”, reagiu Roriz. Ele não queria uma pinguela, uma pontezinha qualquer. Queria uma ponte monumento. E a fez. Após dois anos e meio de obras, polêmicas, ataques e aplausos, Roriz inaugurou a Ponte JK.

Prêmio internacional

Ao contrário do que muitos acreditam, não foi Oscar Niemeyer quem projetou a Ponte JK. Foi o arquiteto carioca Alexandre Chan. A complexa estrutura, com três arcos suspensos cruzados sustentando a pista debruçada acima do lago, foi inspirada numa simples brincadeira: os pulos que uma pedra dá ao quicar quando arremessada sobre o espelho d’água. Ganhou prêmio internacional. Foi eleita a ponte mais bela do mundo construída em 2022.

Quanto foi

O que até hoje a oposição questiona não é a necessidade, a importância ou o valor arquitetônico da Ponte JK. É o custo dela. Estima-se que tenha custado R$ 160 milhões. Nem mesmo o Tribunal de Contas conseguiu precisar quanto foi. O que se contabiliza, porém, é o benefício que a Ponte JK continua a proporcionar aos moradores, ao turismo e à arquitetura de Brasília.

SEM PARABÉNS

Ao completar 21 anos, a Ponte JK pede de presente cuidados. Apesar de jovem, está enrugada, carcomida. Envelheceu precoce. O governador Ibaneis Rocha quer injetar R$ 45 milhões para rejuvenescê-la. Lançou edital. Candidatos não apareceram. Novo edital não sai. E, assim, a Ponte JK ganha mais um ano de vida. Brasília comemora sem cantar “parabéns!”.


EM TEMPO

A coluna de hoje é dedicada a outra aniversariante do dia: a universitária Aline Gonçalves, brasiliense de Goianésia (GO) que se derrete toda vez que cruza a Ponte JK. Parabéns, Aline!


Armando Guerra
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