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4 de fevereiro, 2025

A OCUPAÇÃO DO CENTRAD O governador Ibaneis Rocha (MDB), ainda no início do primeiro mandato, decidiu ocupar o maior elefante branco de Brasília: o Centro Administrativo do Distrito Federal (Centrad), em Taguatinga. Depois de quase cinco anos de exaustivas negociações, Ibaneis deu um passo gigantesco para acabar com essa novela que se arrasta desde o …

A OCUPAÇÃO DO CENTRAD

O governador Ibaneis Rocha (MDB), ainda no início do primeiro mandato, decidiu ocupar o maior elefante branco de Brasília: o Centro Administrativo do Distrito Federal (Centrad), em Taguatinga. Depois de quase cinco anos de exaustivas negociações, Ibaneis deu um passo gigantesco para acabar com essa novela que se arrasta desde o Governo Arruda. O Diário Oficial do DF desta terça-feira (19) publica o Decreto nº 45.297/2023, que institui Comissão Especial para levantar quais os prejuízos financeiros e fixar quanto o GDF deve ressarcir, a título de indenização, à concessionária dona do Centrad.

Composição da Comissão

A Comissão Especial será composta por representantes da Secretaria de Planejamento, Secretaria de Governo, Procuradoria Geral, Controladoria Geral, Consultoria Jurídica, Assessoria de Projetos Especial e Terracap. A presidência da Comissão ficará com o secretário de Projetos Especiais, Jorge Azevedo.

Prazo de 90 dias

Depois de criado o grupo de trabalho por meio de portaria, o que pode ocorrer ainda neste ano, a Comissão terá 90 dias para apresentar o levantamento das dívidas e do ressarcimento ao Consórcio Centrad. Se o cronograma for cumprido à risca, no final de março ou no início de abril, o GDF saberá o tamanho do elefante branco.

Novas obras

Mesmo sem ainda saber o valor da conta, Ibaneis já decidiu: em 2024 começam as obras necessárias para que seja concedido o habite-se e o complexo possa ser finalmente ocupado. As obras incluem: ampliação da pista, construção de viaduto, paisagismo e calçadas com acessibilidade ao Centrad. Obras não realizadas pelo então governador Agnelo Queiroz (PT), que no apagar do governo dele, em 31 de dezembro de 2014, inaugurou o Centro Administrativo na marra. Sem habite-se.


ELEFANTE BRANCO

O Centro Administrativo nasceu no Buritinga, nome da sede provisória do GDF instalada em Taguatinga no início de 2009, no Governo Arruda. A obra foi construída num terreno público pelas empresas Odebrecht e Via Engenharia, com financiamento da Caixa Econômica Federal e do Santander. Orçada em R$ 600 milhões, teria custado R$ 1,5 bilhão. Em agosto de 2022, o GDF propôs ao Consórcio Centrad comprar o prédio por R$ 370 milhões, que seriam pagos em 30 anos. O negócio não prosperou.


Estrutura gigantesca

O Centrad foi projetado para abrigar diversos órgãos do GDF, gerando economia de R$ 114 milhões por ano, segundo cálculos do então governador Agnelo. O parque administrativo tem 182.000m². São 16 torres, sendo quatro com 15 andares e 10 com quatro andares, além de estacionamento para 3 mil veículos. Capacidade: 15 mil servidores. Agnelo inaugurou a estrutura do complexo administrativo, mas sem uma cadeira sequer. A conta para instalar todo o mobiliário e equipamentos necessários é salgada: R$ 120 milhões.

Fim do pesadelo

Ibaneis dorme e acorda decidido a ocupar o Centro Administrativo. Quer acabar com um pesadelo que atormenta os brasilienses há 10 anos. Assim como o governador, Brasília também quer solução. Agora, é aguardar o resultado da Comissão Especial e torcer para que o Centrad deixe de ser um inútil elefante branco.


AGORA É LEI

Está publicado no Diário Oficial do DF desta terça-feira a Lei Nº 7.358/2023, que autoriza o GDF a conceder à iniciativa privada a gestão da Rodoviária do Plano Piloto. Vitória pessoal do governador Ibaneis Rocha. Empresas já aguardam o edital de licitação. Quem ganhar, leva a obrigação de administrar, investir em reformas, na ampliação e modernização da Rodô. E a cada ano terá que prestar contas à Câmara Legislativa dos serviços prestados. Em contrapartida, poderá explorar comercialmente o complexo. Com a privação, Brasília espera ganhar uma Rodoviária digna da capital do Brasil.


Armando Guerra
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