AGORA-DF
4 de fevereiro, 2025TCHAU, QUERIDA! Tantas ela fez que a cúpula nacional do Cidadania cansou. Abusou da regra três, onde o menos vale mais. Não deu outra: a deputada distrital Paula Belmonte não é mais presidente regional do Cidadania. Foi defenestrada por “defender o movimento golpista de 8 de janeiro” e “participar de ato na Esplanada dos Ministérios …
TCHAU, QUERIDA!
Tantas ela fez que a cúpula nacional do Cidadania cansou. Abusou da regra três, onde o menos vale mais. Não deu outra: a deputada distrital Paula Belmonte não é mais presidente regional do Cidadania. Foi defenestrada por “defender o movimento golpista de 8 de janeiro” e “participar de ato na Esplanada dos Ministérios em defesa do impeachment do presidente Lula e do ministro Alexandre de Moraes”, conforme a resolução do Diretório Nacional do Cidadania que dissolveu a Comissão Executiva do DF, comandada por Paula. Na mesma resolução, a direção nacional acusa o diretório brasiliense de ter sido “inerte” diante da posição golpista da deputada, “como se estivesse em concordância com tais posturas”. Paula já arrumou as malas. Sairá do Cidadania sem deixar saudades. Tchau, querida!
Briga interna
Paula se tornou a pedra no sapato do Diretório Nacional do Cidadania, que tem como vice-presidente o ex-senador e ex-governador Cristóvão Buarque. Acusada de golpista, a deputada se aliou ao então presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, que não aceitava a adesão do partido ao Governo Lula. Freire e Paula bateram de frente com Cristóvão e outros dirigentes que querem o Cidadania apoiando Lula. Freire caiu primeiro. Foi expurgado do partido no dia 9 de setembro. Agora, foi a vez de Paula dançar.
A gota d’água
A deputada sabia que os dias dela no Cidadania estavam contados. A gota d’água foi participar do protesto bolsonarista na Esplanada dos Ministérios no dia 10 de dezembro. A cúpula regional reagiu. Enviou carta à Executiva Nacional, assinada também por Cristóvão Buarque, exigindo a cabeça de Paula. A degola, enfim, aconteceu.
BLOCO DOS SEM PARTIDO
Ao ser expulsa do Cidadania, Paula passa a integrar o bloco dos sem partido na CLDF. Agora são dois: ela e Rogério Morro da Cruz, que deixou o PMN em abril. Paula diz não ter pressa para decidir que rumo irá tomar. Mas o perfil político dela pode prolongar o tempo que ficará sem legenda. Afinal, ela mesma diz: “Não sou bolsonarista, nem sou do Lula, sou independente”. Então, quem a aceitará com essa tal independência?
Esquerda não quer
Paula faz oposição acirrada ao Governo Ibaneis (MDB). Vota com os partidos de esquerda contra os projetos do GDF. Nem por isso, as legendas esquerdistas com assento na CLDF (PT, PSol e PSB) desejam tê-la em seus quadros. Afinal, se Paula não é Lula, é contra o presidente. A esquerda ojeriza todos os que são contra Lula, principalmente os bolsonarista. E Paula tem queda pelo bolsonarismo.
Estranha no ninho
A deputada pode tentar algum dos sete partidos de centro-direita com cadeira na Câmara Legislativa: MDB, PL, PP, PSD, Avante, Republicanos e União Brasil. Mas todas essas legendas apoiam o Governo Ibaneis. Ela, portanto, seria uma estranha no ninho governista.
Agir na pista
Mas na pista está o Agir-DF. Sem representante na Câmara Legislativa nem no Congresso Nacional, a agremiação busca um distrital para chamar de seu. Recentemente, anunciou a filiação do ex-deputado distrital Cláudio Abrantes (PSD), secretário de Cultura. O “Cristo de Planaltina” negou. Paula, contudo, também não ficaria confortável no Agir. Afinal, no âmbito nacional o partido apoia Lula. No DF, está fechado com Ibaneis. Tanto que a agremiação comanda a administração do Riacho Fundo.
ALMA PENADA
Paula já foi deputada federal e se elegeu distrital com 17.208 votos. Ficou em 20º lugar entre os 24 distritais eleitos em 2022. A continuar “independente” e sem o abrigo de um partido de peso, é forte candidata a não se reeleger em 2026. Por enquanto, é uma alma penada na política do DF.
Armando Guerra
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