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4 de fevereiro, 2025CPI VAI À JUSTIÇA A Câmara Legislativa está de recesso, mas alguns dos 24 deputados continuam na luta. É o caso dos distritais Chico Vigilante (PT) e Hermeto (MDB). O primeiro presidiu e o segundo foi o relator da CPI que investigou a conspiração golpista contra a democracia. O relatório da comissão foi aprovado no …
CPI VAI À JUSTIÇA
A Câmara Legislativa está de recesso, mas alguns dos 24 deputados continuam na luta. É o caso dos distritais Chico Vigilante (PT) e Hermeto (MDB). O primeiro presidiu e o segundo foi o relator da CPI que investigou a conspiração golpista contra a democracia. O relatório da comissão foi aprovado no dia 29 de novembro. Ontem, o documento foi entregue pela dupla ao desembargador Cruz Macedo, presidente do Tribunal de Justiça (TJDFT). Próximo passo: entregar o relatório ao novo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, o algoz dos bolsonaristas que quebraram as sedes dos três poderes no 8 de Janeiro.
Destino jurídico
A questão, agora, é saber o que o Tribunal de Justiça fará com o relatório de 444 páginas, resultado de nove meses e 20 dias de investigações, que concluiu recomendando o indiciamento de 133 golpistas. Gente que apoiou, incentivou e financiou o acampamento dos “patriotas” no Forte e o vandalismo contra a sede da Polícia Federal e o quebra-quebra na Praça dos 3 Poderes.
Análise técnica
Discreto, Cruz Macedo não se deixou seduzir pelos holofotes da mídia. Posou para a foto com a dupla, mas economizou nas palavras sobre o destino do relatório. Limitou-se a dizer que o calhamaço será esmiuçado pelos técnicos do Tribunal. “O que for da competência do TJDFT vamos analisar e encaminhar ao Ministério Público”, resumiu.
8 de Janeiro
Os resultados dessa análise tendem a demorar. A Corte entrará em recesso a partir de amanhã. Volta às atividades em 8 de janeiro. Mesmo dia em que a tentativa de golpe completará um ano. O TJDFT marcaria um golaço se apresentasse o resultado da análise nesse dia. Pouco provável. No caminho tem férias, carnaval e a própria morosidade da Justiça brasileira. Talvez em abril possa ser que o Tribunal se manifeste. Mas aí já não é problema da Câmara Legislativa, que cumpriu o papel que lhe competia.
INFELIZ NATAL
O ex-governador José Roberto Arruda terá mais um infeliz Natal. Motivo: Arruda recebeu outra bordoada da Justiça. Desta vez, a paulada veio da 2ª Vara da Fazenda Pública do DF, que condenou o ex-governador por improbidade administrativa e enriquecimento ilícito. Desvios cometidos durante o curto período em que ele ocupou o Palácio do Buriti (1º de janeiro de 2007 a 16 de março de 2010).
Trupe condenada
No balaio da mesma decisão da 2ª Vara da Fazenda estão: Durval Barbosa (delator da rede de propina), José Geraldo Maciel, Ernesto Carvalho, Antônio Ricardo Sechis e a empresa de informática Adler Assessoramento Empresarial. Arruda e sua trupe vão pagar multa, não poderão fazer contratos com o governo durante 10 anos e ainda tiveram os direitos políticos suspensos.
Bom velhinho
O ex-governador ficou proibido de disputar qualquer cargo eletivo por 12 anos. Cabe recursos. Mas caso a decisão já valesse hoje, Arruda só poderia se candidatar em 2035, quando terá 81 anos. Boa idade para um emprego muito valorizado no Natal: o de bom velhinho.
PREÇO E APREÇO
A Secretaria de Cultura do DF não tem o mesmo apreço pela Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional quanto demonstra ter pelos blocos de carnaval de Brasília. É o que se conclui ao comparar o quanto a Secec vai gastar com os blocos carnavalescos e com a orquestra do Teatro Cláudio Santoro. Cada bloco de grande porte (são 10, no total) vai receber R$ 250 mil. Já para viabilizar a temporada de concertos da Orquestra em 2024, a Secretaria vai investir apenas R$ 293 mil. O maestro Santoro deve estar se revirando na tumba.
Armando Guerra
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