[email protected]
AGORA-DF
31 de janeiro, 2025Izalci e o crime que prescreveu O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) só pensa na vaga do governador Ibaneis Rocha. E não mede esforços para fazer com que a CPI da Covid prejudique seu adversário de alguma forma. As tentativas foram frustradas, mas agora ele tem um problema maior para se preocupar. O jornalista Lauro Jardim, um dos mais premiados do país, publicou no jornal O …
Izalci e o crime que prescreveu
O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) só pensa na vaga do governador Ibaneis Rocha. E não mede esforços para fazer com que a CPI da Covid prejudique seu adversário de alguma forma. As tentativas foram frustradas, mas agora ele tem um problema maior para se preocupar. O jornalista Lauro Jardim, um dos mais premiados do país, publicou no jornal O Globo que o senador só se livrou da prisão porque, embora culpado, o crime prescreveu.
Desvio de computadores
A nota começa assim: “Um dos senadores mais ativos na CPI da Covid, Izalci Lucas (PSDB-DF) foi condenado pela Justiça do Distrito Federal a dois anos e oito meses de reclusão em regime aberto por desviar para seu comitê eleitoral computadores doados pelo TCU ao governo de Brasília. O congressista, no entanto, se livrou de cumprir a pena, pois o juiz responsável pela sentença, Nelson Ferreira Júnior, reconheceu que, apesar das provas “cabais” do crime, houve “odiosa” prescrição. A decisão é de 28 de maio”.
Material no comitê do senador
O jornalista contextualiza o crime: “Izalci era secretário de Ciência e Tecnologia do DF em 2009, quando solicitou ao TCU a doação de cerca de 200 aparelhos usados. O material deveria ser destinado a programas sociais, mas uma parte foi encontrada no ano seguinte no comitê eleitoral do então candidato tucano a deputado federal. Depoimentos e perícias nas imagens do comitê comprovaram a origem dos aparelhos. A defesa do senador alegou nos autos falta de provas de que ele tenha ordenado o desvio”.
Facilidade para cometer crime
A nota prossegue detalhando a decisão do juiz: “O magistrado fixou inicialmente a punição em dois anos, mas a aumentou em um terço por entender que o réu se aproveitou da facilidade que o cargo lhe proporcionava, à época, como secretário, para cometer o crime. O processo não avançou, entretanto, porque o magistrado reconheceu que, “lamentavelmente”, se aplica a prescrição, pois transcorreram mais de oito anos entre os fatos e a data em que a denúncia foi aceita”.
A justiça tarda e falha
Ou seja, o crime foi comprovadamente cometido. Só não houve punição porque a Justiça, pelo menos desta vez, tardou. E falhou.
Status de ministro
Deputados distritais, secretários e presidentes de empresa têm chamado o secretário de Economia, André Clemente, de ministro. A mais recente foi na semana passada quando o distrital Rodrigo Delmasso disse que Clemente poderia tranquilamente assumir o cargo hoje ocupado por Paulo Guedes a partir de 2022, 2023. Resta saber se alguém perguntou a Clemente se ele quer um abacaxi azedo desses.
Seria coincidência?
Pode ser até coincidência, mas dias depois que o governador Ibaneis Rocha conversou com o senador Reguffe, o GDF isentou 81 medicamentos usados no tratamento contra o câncer do ICMS (imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços). Esta é uma das mais antigas bandeiras do senador, que só agora encontrou quem encapasse sua ideia, mesmo que parcialmente. A renúncia de receita por parte do Executivo com a comercialização desses insumos até 2023 ultrapassa a casa dos R$ 5 milhões.
GDF também é beneficiado
Além de beneficiar os pacientes, a isenção barateia custos para o próprio Governo do Distrito Federal (GDF) na compra dos remédios – muitos usados na rede pública de saúde. “São medicamentos extremamente importantes para os pacientes e não podem faltar na casa ou no hospital para que o tratamento contra a doença seja eficaz”, lembrou o vice-governador Paco Britto.
Povo antes da economia
“É mais uma medida importante que o governo adota”, enfatiza o secretário de Economia, André Clemente. “O governo abre mão de uma receita, mas amplia o acesso da população a esses medicamentos ao reduzir os custos para o cidadão”, explica.