Brasília Agora


COLUNAS

AGORA-DF

4 de março, 2024 / Por: Armando Guerra

O MORTAL AEDES AEGYPTI

Insanidades que contribuíram para que Bolsonaro entrasse para a história como o primeiro presidente brasileiro a não ser reeleito. Agora, é o presidente Lula que enfrenta outro inimigo mortal: o Aedes aegypti

AGORA-DF
mosquito

O MORTAL AEDES AEGYPTI

Se um mosquito mata muita gente, uma epidemia mata muito mais. Insetos que transmitem doenças não só tiram vidas humanas. Matam também projetos políticos. Exemplo recente: a morte de 700 mil pessoas no Governo Bolsonaro. O então presidente virou as costas para a covid-19, fez chacota da doença e tripudiou ao receitar remédios ineficazes contra o vírus. Insanidades que contribuíram para que Bolsonaro entrasse para a história como o primeiro presidente brasileiro a não ser reeleito. Agora, é o presidente Lula que enfrenta outro inimigo mortal: o Aedes aegypti.


Dia contra a dengue

O Brasil já ultrapassou a marca de 1.000 casos prováveis e confirmados da doença. Registra 214 mortes confirmadas e outras 687 estão sob investigação. Ao contrário de Bolsonaro, negligente na pandemia, Lula não está sendo omisso com a epidemia. Amanhã (2), promove em todo o país o “Dia D – Brasil unido contra a dengue”. Unem-se à campanha federal os governos estaduais, prefeituras e o Governo do DF. Esforço conjunto suprapartidário para sensibilizar a sociedade sobre o perigo da doença, reforçar as medidas de prevenção e detonar focos do Aedes aegypti.


Salvar vidas e poder

É uma guerra sanitária para conter o avanço da doença e salvar vidas. Mas é também uma guerra política-eleitoral para salvar projetos de poder. Em outubro, o Brasil terá eleições para prefeitos e vereadores – menos no DF. Salvar vidas ajudará os candidatos dos partidos que apoiam o Governo Lula. Perdê-las, municiará os opositores.

Melhor para todos

Salvar vidas está acima de qualquer projeto político. Quem apostar na dengue para vencer as eleições municipais é tão irresponsável quanto quem negligenciar a dengue. Eleitoralmente, é melhor para todos os candidatos abraçar a luta contra o mortal mosquito. Afinal, não se brinca com a vida.


O MOSQUITO NO DF

O Aedes aegypti tem tirado o sono do governador Ibaneis Rocha. Os números da dengue incomodam mais do que o zumbido e a picada do mosquito. O DF registra o maior número de casos da doença no Brasil. Até 26 de fevereiro, foram 55 mortes entre mais de 3,6 mil casos investigados. Outras 82 mortes estão sob investigação. Porém, assim como Lula, Ibaneis não pode ser taxado de omisso diante da dengue.


Baixa vacinação

Ibaneis, recentemente, contratou médicos e mais de mil agentes de saúde para reforçar o batalhão de profissionais que já atuavam no combate à dengue. Montou 67 postos de vacinação para aplicar as 72 mil doses fornecidas pelo Ministério da Saúde para imunizar crianças de 10 e 11 anos. Entre 9 e 27 de fevereiro, foram aplicadas apenas 23.502 doses, ou seja, somente 32,7% do público alvo foi vacinado. Um motivo a mais para Ibaneis vestir a camisa da luta contra o mosquito.

A grande obra

Não é por interesse político-eleitoral que Ibaneis comprou essa guerra. O DF não tem eleições municipais. Ibaneis não pode se candidatar ao Palácio do Buriti em 2026, devendo concorrer ao Senado. Ele está em guerra contra a dengue porque assumiu o compromisso de governar o DF. E governar vai além de construir grandes obras estruturantes. Hoje, a maior obra que Ibaneis tem que tocar é salvar vidas. É isso que se espera de um governante em momentos tão difíceis como o atual tempo de dengue.

AMIGA

Michelle Bolsonaro prestigiou a cerimônia da Câmara Legislativa que concedeu à vice-governadora Celina Leão o título de Cidadã Honorária de Brasília. Retribuiu a presença da Leoa na manifestação bolsonarista da Avenida Paulista. A atitude da amiga seria um sinal de que Michelle não será candidata ao Buriti em 2026 e que apoiará Celina. A conferir.

[email protected]