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AGORA-DF

TEMPO DE GREVE

Começou hoje a temporada de greve dos servidores do Governo do Distrito Federal. O calendário de paralisações começa pelos professores. Convocados pelo sindicato da categoria, os mestres deixaram estudantes sem aulas para participar da assembleia geral ocorrida nesta manhã, no estacionamento da Funarte. Na assembleia, o Sinpro lançou a campanha salarial de 2024, que prega reajuste de 19,8% para todos os professores. Aprovaram ainda um longo “Calendário de Lutas”, que começa no próximo dia 23 e se estende até o dia 22 de maio, quando acontecerá outra assembleia geral do Sinpro “com paralisação”.

Campanha milionária

Uma frota de 17 ônibus foi colocada à disposição dos professores para matar aula e ir à assembleia, onde receberam lanches, refrigerantes e água. Demonstração de fôlego financeiro para bancar a logística do movimento e os custos da milionária campanha publicitária que o Sinpro veicula nos meios de comunicação, na internet e em outdoors, ajudando a poluir Brasília.

Movimento político

O Sinpro lança a categoria no caminho da greve sem primeiro sentar-se à mesa de negociações com o GDF. Radicalização, aliás, é a marca registrada dos partidos de esquerda que dominam sindicatos como o dos professores. Radicalização que tem caráter político-partidário. Com a anunciada greve, a esquerda quer jogar a população contra o governador Ibaneis Rocha (MDB), bem avaliado pelos brasilienses. Por tabela, atinge a vice-governadora Celina Leão (Progressistas), candidata de Ibaneis ao Palácio do Buriti em 2026. Pode até não parecer, mas as eleições de 2026 já começaram.

Desespero dos pais

Ao caminhar rumo a greve, a direção do Sinpro demonstra estar se lixando e andando para os alunos e pais dos estudantes. Mulheres e homens chefes de famílias humildes, que vão ter que se virar para cuidar dos filhos enquanto os professores estiverem fora das salas de aula. A greve ainda não aconteceu e, acontecendo, não se sabe quanto tempo vai durar. Os professores voltam amanhã (21) às aulas. Mas basta apenas um dia de paralisação para prejudicar todo o ano letivo. Prejuízo que o Sinpro ostenta como vitória. Merece nota zero.

Feriado esticado

Não por coincidência, o movimento grevista dos professores foi lançado quase às vésperas de um feriado prolongado, o da Semana Santa. Foi assim em 2023. A paralisação começou logo após o feriado de 1º de Maio, Dia do Trabalhador, que caiu numa segunda-feira. Oficialmente, a greve foi deflagrada no dia 4 de maio. Mas professores que já estava curtindo o feriadão, esticaram a folga e só retornaram às salas de aulas no dia 26 de maio.

Salários dos mestres

A rede pública de ensino do DF conta com 835 escolas, 470 mil alunos e 34 mil professores. Segundo o Sinpro, os salários dos professores variam de R$ 2.822,78 (licenciatura curta com jornada de 20 horas) a R$ 12.246,63 (doutorado com 40 horas), sem incluir gratificações como auxílio alimentação e auxílio creche. Pode melhorar? Pode. Mas o diálogo ainda é o melhor caminho.

IZALCI NO PL

E lá vai o senador Izalci Luca de mala e cuia vazias para o Partido Liberal. Filia-se ao PL no próximo dia 26. Sai do PSDB levando na bagagem muito pouco a oferecer a um partido que quase nada tem a lhe dar. Leva menos de três anos de mandato, ínfimo número de eleitores e uma carreira política em franca decadência. Em troca, a vaga promessa de que poderá tentar a reeleição pelo partido bolsonarista.

Ele não vai, não!

O PL arquiteta lançar em Brasília ao Senado a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Izalci se candidataria como a opção do segundo voto. É raro, numa mesma eleição, um partido apresentar dois candidatos ao Senado mesmo estando em disputa duas vagas. Mais raro é eleger os dois. Caso dispute, a mulher do ex-presidente Bolsonaro é que será a opção do segundo voto. A primeiro já tem dono: Ibaneis. Tanto Ibaneis quanto Michelle têm grandes de chegar lá. Izalci não. É mais fácil o Sargento Garcia prender o Zorro.

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