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4 de fevereiro, 2025 | Por: Armando Guerra

ORGULHO GAY

A comunidade gay brasiliense reclama de políticas públicas para a população LGBTI+. Mas a própria direção da Aliança Nacional LGBTI+ reconhece os avanços no atendimento à essa população.

O relatório “Programa Atena 2021-2024”, elaborado pela instituição, coloca o Distrito Federal em quarto lugar no ranking nacional de políticas públicas voltadas a esses gêneros. O relatório foi apresentado ontem em reunião da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa. A quarta colocação foi obtida a partir de avaliação de quatro categorias de atendimento. Somando tudo, numa escala de zero a cinco, o DF obteve nota 3,71. Tapa na cara do deputado Fábio Félix (PSol), presidente da Comissão, que vive acusando o Governo do Distrito Federal de não dar bola para a irmandade gay.

Atenção aos trans

Félix, aliás, rodou a baiana quando Toni Reis, presidente da Aliança Nacional LGBTI+, apresentou o relatório. Meteu o cacete nos dados apresentados. Em defesa dos transexuais, acusou a Secretaria de Saúde de não oferecer tratamento hormonal às pessoas que mudam de sexo. Foi contestado pela gerente de Atenção à População em Situação Vulnerável da SES, Cístenes Mendonça. Ela informou que desde 2017 a rede pública adota o protocolo de humanização no atendimento aos transexuais.

O papo do Papa

Félix, assim, vira as costas para a posição do Papa Francisco sobre a transexualidade. “Qualquer mudança de sexo, como regra, corre o risco de ameaçar a dignidade única que a pessoa recebeu desde o momento da concepção”, afirmou o Vaticano, em nota aprovada pelo Papa e divulgada segunda-feira (8). Quatro meses antes, o chefe da Igreja Católica deu apoio à bênção a casais do mesmo sexo, como Fábio e o marido Leonardo Domiciano, casados há 10 meses. Se não gostou da posição do Vaticano e do relatório da Aliança, resta a Felix se queixar ao Papa.

Quantos são

A última pesquisa da Codeplan sobre a população LGBTI+ brasiliense é de 2021. Diz o levantamento: 87.920 moradores maiores de 18 anos se identificaram como LGBTI+. Corresponde a 3,8% da população do DF, sendo 1% transexuais e 3% gays, lésbicas, bissexuais e outros gêneros. A maioria, segundo a pesquisa, mora em Águas Claras, Plano Piloto e Sobradinho II.

TEMPO PERDIDO

Está no ar a propaganda do PSDB brasiliense, comercial assegurado pela Justiça Eleitoral aos partidos políticos. O curioso é que, no vídeo de 30 segundos, aparece apenas a imagem parada de um tucano, ave-símbolo do partido. Nenhum representante da legenda mostra a cara. Nem mesmo o atual presidente regional do PSDB, Sérgio Izalci, que herdou o abacaxi do pai, o senador Izalci Luca, hoje no PL.

Drama tucano

Ao final do vídeo, o locutor, em off, faz um apelo em tom quase dramático: “Filie-se ao PSDB”. O maior drama do PSDB não é a falta de filiados. No DF, o partido é o terceiro maior em número de filiados. O que lhe falta são parlamentares. O último a deixar o ninho foi Izalci Luca. A debandada é geral, inclusive em São Paulo, berço dos tucanos. Tudo indica que o PSDB voa para a extinção.


CASO MARIELLE

Os oito deputados federais do DF tiveram posturas diferentes na sessão da Câmara que ontem aprovou a manutenção da prisão preventiva do parlamentar carioca Chiquinho Brazão (sem partido), acusado de ter sido o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol). Bia Kicis e Alberto Fraga, ambos do PL de Jair Bolsonaro, votaram pela libertação de Chiquinho. Érika Kokay (PT) e Reginaldo Veras (PV) foram favoráveis à manutenção da prisão. Rafael Prudente (MDB) se absteve. Já Gilvan Máximo, Fred Linhares e Júlio Cesar Ribeiro, todos do Republicanos, não compareceram à sessão.


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