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15 de abril, 2024 / Por: Armando Guerra

VACINA RUMO AO LIXO

Vacina boa é vacina no braço. O Ministério da Saúde parece desprezar essa máxima dos sanitaristas.

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Foto Paulo Pinto/Agência Brasil

Insiste em manter a vacina contra a dengue apenas para o público entre 10 e 14 anos de idade. Por conta disso, milhares de vacinas podem ir para o lixo porque o prazo de validade delas vence em 30 de abril. No Distrito Federal, por exemplo, o Ministério da Saúde destinou 71.708 doses do imunizante. A vacinação, aqui, começou no dia 9 de fevereiro. Até hoje, foram aplicadas 54.064 doses. Outras 12.376 doses que estavam no estoque do DF seguiram para o Amapá. Hoje, a Secretaria de Saúde ainda tem disponível 5.268 doses.


Restrições à vacinação

O Ministério da Saúde, além de não ampliar a idade do público-alvo que pode ser imunizado, também não permite que a vacina seja aplicada fora das unidades de saúde. A vacinação, portanto, não pode ser levada, por exemplo, para escolas públicas ou particulares, onde facilmente atingiria o grupo priorizado. Se ampliasse a idade de quem pode ser imunizado e incluísse outros espaços público para a vacinação, como as escolas, certamente mais pessoas já estariam vacinadas.


Doses gratuitas e pagas

A Qdenga, produzida pelo laboratório japonês Takeda, é aplicada gratuitamente na rede pública de saúde. O mesmo imunizante é vendido em farmácias entre R$ 390 e R$ 490. Como são duas doses, o preço final ficaria entre R$ 780 e R$ 980. Apesar do preço, a Qdenga já está em falta nas melhores casas do ramo no DF. Quem está comprando? O público com grana que não está na faixa etária estabelecida pelo Ministério da Saúde.

Palanque da oposição

A oposição – e até alguns ditos aliados, como o deputado distrital Jorge Vianna (PSD) – procura tirar proveito político da situação. Tenta jogar a culpa no Governo Ibaneis pela endemia de dengue, que não ocorre só no Distrito Federal, mas em todo o Brasil e também em alguns países vizinhos. A oposição esquece que o Ministério da Saúde é administrado pelo PT. E que saiu das entranhas do PT brasiliense o segundo nome na hierarquia da pasta: Swedenberger Barbosa, o Berge, secretário executivo do MS.

Secretário poderoso

Berge exerceu importantíssimos cargos no GDF em dois governos petistas. Foi o poderoso secretário de Governo na gestão Cristovam Buarque e o poderosíssimo chefe da Casa Civil na administração Agnelo Queiroz. Com a ajuda do Berger, ambos não se reelegeram. Agora, no caso da dengue e no descaso da gestão do PT no Ministério da Saúde, Berge está dando sua “colaboração” ao Governo Lula, de quem se diz amigo. Com um amigo desses, será que Lula precisa de inimigos?


AINDA O TEATRO

Na visita que fez ao Sol Nascente, Lula se deslumbrou ao ver uma cidade em pleno desenvolvimento em vez da suposta “maior favela do Brasil” apregoada pelo IBGE. O presidente, porém, criticou a situação do Teatro Nacional, fechado há 10 anos. Omitiu, contudo, que o teatro está em reforma. A obra começou pela Sala Martins Pena em 20 de dezembro de 2022. Omitiu também que a reforma está sendo bancada com recursos próprios do Governo Ibaneis. E que nem o Governo Jair Bolsonaro nem o Governo Lula pingaram um centavo federal nas obras.


Pedido negado

Não foi por falta de insistentes pedidos. O então secretário de Cultura, Bartolomeu Rodrigues, pernambucano assim como Lula, solicitou recursos para as obras ao próprio presidente. Deu com os burros n’água. A reforma, porém, continua célere. E é rigorosamente fiscalizada pelo Iphan e Ministério Público. A previsão é entregar a Martins Pena ainda em 2024. Lula será convidado.

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