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9 de agosto, 2021

O estranho movimento da senadora O mundo político do Distrito Federal ainda está tentando descobrir o que há por trás do movimento da senadora Leila […]

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O estranho movimento da senadora

O mundo político do Distrito Federal ainda está tentando descobrir o que há por trás do movimento da senadora Leila Barros, que deixou o PSB para ingressar no Cidadania. A desculpa oficial da parlamentar é que a aproximação ela quer “desempenhar uma atividade mais eficaz e organizada no Senado Federal ao lado dos senadores Eliziane Gama e Alessandro Vieira”. No PSDB ela se sentia muito sozinha.

Falando muito, dizendo pouco

Nos bastidores, comenta-se que ela estaria muito incomodada com a aproximação de seu antigo partido com o ex-presidente Lula e que não gostaria de ingressar num partido satélite do PT. Na nota à imprensa, a senadora Leila garante que “manterá sua coerência, independência e postura de intransigente defesa dos interesses dos brasilienses e do povo brasileiro por justiça social, direitos humanos e de luta pela democracia, pelas liberdades, pela soberania nacional, pela urgente superação da pandemia e de suas consequências”. Ou seja, puro proselitismo político de quem fala muito e não diz nada.

O fator Reguffe

À boca miúda, se diz que trata-se de uma aliança com a deputada Paula Belmonte, que tenta montar uma chapa para tentar uma candidatura ao Senado no ano que vem. Na mesma equação, estaria o senador Reguffe (Podemos), que busca um porto para poder se lançar. Só que a conta não fecha: porque Reguffe, que é o dono de mais votos entre eles, abandonaria uma tentativa de se manter como senador, para ser candidato a vice-governador, numa chapa que teria Leila Barros na cabeça?

Promessa de grana preta

Leila Barros, por sua vez, tem um mandato apagado. Não se destaca em nenhuma área e terá dificuldade em explicar para o eleitor porque deveria votar nela. Mas Paula Belmonte – ou melhor, o marido dela e suplente do senador Izalci, Luis Felipe – está disposto a injetar uma grana preta nesta chapa. Só de birra com o atual governador Ibaneis Rocha.

Um homem magoado

Na sua despedida, a senadora Leila ainda tenta afagar o antigo partido e “ressalta que mal-entendidos e possíveis mágoas diante da sua decisão não a impedirão de continuar ao lado dos colegas da legenda nas lutas comuns”. Ninguém entendeu a parte dos mal-entendidos. E nem das mágoas. Certamente está falando do ex-governador Rodrigo Rollemberg, o criador que agora não suporta ver a criatura voando solo.

O último a saber?

Rollemberg, aliás, é um pote até aqui de mágoa mesmo. Diz aos mais próximos que foi traído, que deu todas as chances para Leila Barros se eleger – inclusive a secretaria de Esportes de seu governo – e ainda foi o responsável pela rica campanha que a elegeu. Mas o que preocupa o ex-governador é que as chances de se eleger deputado federal, como gostaria e que já eram pequenas, ficaram menores ainda.

Bagunçando o partido

Pode ser que o caminho dele seja o retorno à Câmara Legislativa do DF, mas isso bagunçaria completamente a nominata do partido, fazendo um movimento de derrubada de trás para frente, já que muitas lideranças que sonhavam entrar na disputa terão que recuar. Rollemberg terá que ir para o sacrifício. E as pesquisas atuais mostram que será sacrificado. E se ele sair para senador na chapa liderada pelo PT?

Uma disputa acirrada

A disputa pela Câmara Federal ano que vem deve ser uma das mais encardidas da história política do DF, uma vez que avolumam-se candidatos fortes. Nas próximas eleições está claro que não haverá a pulverização de candidatos ao Governo do Distrito Federal como aconteceu no pleito passado e deixou tantos políticos importantes sem emprego. Afinal, ninguém contava com a força de Ibaneis na época; mas agora é diferente: o governador tem cacife mais do que suficiente para se reeleger.

 

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