AGORA-DF
4 de fevereiro, 2025 | Por: Armando GuerraO DF NA CÂMARA DOS DEPUTADOS
Brasília tem dois parlamentares presidindo importantes colegiados na Câmara do Deputados: Alberto Fraga (PL), que desde 3 de março comanda a Comissão de Segurança Pública, e Rafael Prudente (MDB), que ontem assumiu a presidência da Comissão de Meio Ambiente.
Os dois têm estilos bem diferentes. Fraga é valentão, adora polêmica. Dá um boi para não entrar numa briga e uma boiada para não sair dela. Na presidência da comissão, Fraga surfa num debate nacional: a insegurança pública. Já Rafael traz no sobrenome Prudente seu estilo político. Mais leve, detesta polêmica. Prefere o diálogo, a conversa de bastidores. Foi assim que chegou à Comissão de Meio Ambiente.
Segurança Pública
As reuniões da comissão de Fraga são normalmente quentes. Vale quase tudo: xingamentos, ameaças, conflitos. É rotineiro deputados chegarem bem perto às vias de fato. Foi o ocorreu no início de abril, quando a comissão aprovou moção de louvor ao bilionário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter). Gilvan da Federal (PL-ES) e Glauber Braga (PSol-RJ) quase saem na porrada.
Arma de fogo
Outra matéria polêmica aprovada em dezembro pela comissão presidida por Fraga: o projeto que transfere aos estados e ao DF a competência de legislarem sobre posse e porte de arma de fogo para defesa pessoal, práticas esportivas e abate de animais exóticos invasores. O projeto foi aprovado ontem pela Comissão de Constituição e Justiça. Ponto para a Bancada da Bala, da qual Fraga orgulha-se fazer parte.
Meio Ambiente
Já as sessões da Comissão de Meio Ambiente, embora tensas, são menos calorosas. As reuniões do colegiado, agora presidido por Prudente, tem como foco o desmatamento ilegal, os garimpos clandestinos, a demarcação de terras indígenas e o tráfego de drogas na Amazônia. Pouco se discute sobre o Cerrado, bioma que enfrenta acelerada destruição. Em 2023, enquanto o desmatamento caiu pela metade na Amazônia, no Cerrado aumentou 43% em relação a 2022. Prudente pode levar a questão do Cerrado para a comissão.
Brasília na COP-30
Mas há um outro tema que o parlamentar pode levantar a bola: transferir para Brasília parte dos eventos da 30ª Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP-30), a ser realizada em Belém em novembro de 2025. O argumento é até simples: a capital paraense não tem infraestrutura nem rede hoteleira para atender presidentes e caravanas de outros países. Já Brasília há muito tempo recebe eventos internacionais do porte da COP-30. Além do mais, é a capital que hospeda as embaixadas de países de todos os continentes. Briga boa para se comprar. Fraga adoraria entrar nessa briga.
MAIS SAÚDE
A oposição ao Governo Ibaneis Rocha faz da saúde palanque político. Tipo “quanto pior, melhor”. Esquece que Agnelo Queiroz (PT) e Rodrigo Rollemberg (PSB) quase matam a saúde pública. Entregaram um sistema caótico, marcado por greve de médicos, hospitais sem profissionais, falta de equipamentos e medicamentos. E eles nem enfrentaram dilemas como a pandemia do coronavírus e a endemia da dengue.
Resposta à oposição
Ibaneis responde construindo não só UPAs e hospitais, mas também melhorando a qualidade da rede. É o caso do atendimento nas UTIs dos hospitais do GDF, que apresentam o menor índice de infecção de todo o sistema público de saúde do Brasil.
Redução dos casos
A taxa de infecção no DF cai a cada ano. É o caso de infecção de sangue provocada por cateter. Em 2022, a taxa nacional foi de 4 casos por cada 1 mil pacientes por dia de internação, enquanto no DF foram 2,4 casos. Outro exemplo: casos de infecção urinária caíram de 3,2 em 2014 (Governo Agnelo) para 1 em 2023. Só a oposição não vê.