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10 de novembro, 2021

Reguffe dispensa as vantagens do cargo O senador Reguffe (Podemos) não gosta de deixar nada sem resposta e mandou escrever à coluna para esclarecer que […]

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Reguffe dispensa as vantagens do cargo

O senador Reguffe (Podemos) não gosta de deixar nada sem resposta e mandou escrever à coluna para esclarecer que não recebe diversas “vantagens” comuns a outros parlamentares. E mandou documentos: dispensou o plano de saúde vitalício, o regime de aposentadoria especial (contribui para o INSS), dispensou a cota para exercício de atividade parlamentar e também do carro oficial.

Um cargo de quase R$ 3 milhões

O parlamentar poderia ter incluído também o auxílio moradia, que também não recebe, ou o apartamento funcional, que não usa. Assim, Reguffe recebe os R$ 438 mil anuais de salário. Um gaiato fez as contas e chegou à conclusão que até hoje, Reguffe recebeu R$ 2.965.000,00 (dois milhões, novecentos e sessenta e cinco reais) para ser senador da República.

Voltando a se apresentar

Reguffe, aliás, está em plena campanha, mostrando aos eleitores o que fez nesses quase sete anos de senado com um folheto e circulando pelos bares da cidade. É a mesma tática que usa desde que se candidatou pela primeira vez a deputado distrital. Vai ter que rodar bastante. Recente pesquisa de opinião mostra que muito eleitores não o conhecem e os que ainda se lembram destacam a atuação apagada.

Largada para Senado é boa

Ainda assim, Reguffe larga muito bem na corrida ao Senado, à frente de todos os demais competidores. É considerado um político sério, mas que desapareceu no mandato. A percepção dos pesquisados – é uma consulta qualitativa, quando se reúnem grupos de discussão – é que ele pouco apareceu. Não vai tão bem se quiser tentar o governo; aí a pedreira é grande e ele teria que suar para fazer brita.

Sem Flávia fica ainda melhor

Mas Reguffe está comemorando e torcendo. Com a filiação do presidente Bolsonaro ao PL, tem muita gente se assanhando em lançar Flávia Arruda para o governo, mesmo depois de acordo fechado com Ibaneis Rocha para disputar o Senado. Isso tiraria Flávia do caminho de Reguffe na sua tentativa de reeleição para o Senado.

No caminho há um Moro

O senador só tem que definir se fica no Podemos ou volta para o PDT. Sérgio Moro deve disputar a presidência da República, o que exige que ele tenha um bom palanque no Distrito Federal. Reguffe é o maior nome local do partido e seria o candidato natural, mas ele não está disposto a disputar o governo. Enquanto pensa e conversa, Reguffe vai para a rua rever o eleitorado.

Um Moro no caminho

A promessa da candidatura de Moro deixa Reguffe longe dos braços da esquerda, o que é ruim para o trabalho de aglutinação que ele precisa fazer. Uma possibilidade é o senador Reguffe fazer o caminho de volta ao PDT e tem se aproximado do deputado distrital Reginaldo Veras para isso. O problema é que o próprio Veras está insatisfeito no ninho desde que a ex-deputada distrital Eliana Pedrosa se filiou ao partido. O enrosco é grande.

Arrudistas assanhados

Flávia Arruda na disputa ao Buriti? O assanhamento da turma arrudista é compreensível: todos sonham em voltar ao poder desde que José Roberto Arruda foi defenestrado da cadeira de governador por corrupção e outros crimes. O ex-governador continua inelegível e desde então tem feito da mulher o seu peão neste tabuleiro, tentando emplacá-la como vice-governadora (tentativa frustrada) e depois como deputada federal (teve êxito).

O plano A de José Roberto

Mas Arruda ainda desistiu se seu plano A: ele mesmo. O ex-governador se convenceu que com a aprovação do novo texto sobre improbidade administrativa ele pode ter uma chance de recuperar os direitos políticos e concorrer, ele mesmo, ao governo. Mas advogados lembram que ele está condenado por outros crimes, que o impediriam de concorrer a cargo público, mas ele não se convence. Aliás, um processo que está nas mãos do ministro Dias Toffoli, no Supremo Tribunal Federal, pode levar Arruda novamente à prisão.

 

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