Brasília Agora
Brasília Agora


ECONOMIA

Agro é cada vez mais digital, mas ainda há espaço para avanço da tecnologia

19 de novembro, 2024 / Por: Agência O Globo

De acordo com a empresa Totvs, companhias de maior porte estão na vanguarda e podem influenciar as demais no uso de tecnologias e conectividade

Agro é cada vez mais digital, mas ainda há espaço para avanço da tecnologia
Fabrício Orrigo, diretor de produtos agro da Totvs — Foto: Divulgação/Totvs

As empresas de grande porte no agronegócio se mantêm na vanguarda do uso de tecnologias de campo, de gestão e de análise de dados de duas operações. Mas ainda há espaço para ampliar essa utilização, especialmente pelas empresas de menor porte. A avaliação é da Totvs empresa do setor de tecnologia, que fornece soluções operacionais e de administração para diversos segmentos do agro.

A Totvs fez uma pesquisa sobre produtividade tecnológica e digitalização no setor, com 350 executivos de empresas com um faturamento mínimo de R$ 20 milhões. Entre as grandes, 58% informaram ter sistemas de processamento de dados em tempo real. Nas médias-grandes, são 44%; nas médias, 15%; e nas pequenas, 36%.

Fabrício Orrigo, diretor de produtos agro da Totvs, diz que a explicação para esse cenário vai além do tamanho das empresas. Tem a ver também com estrutura, capacidade de acesso a recursos e a existência de processos mais estabelecidos.

“Quando as empresas começam a ter um porte maior, passam a ter processos mais estruturados, e se torna uma necessidade ter controles, gestão e compliance. Os sistemas vêm ajudar em tudo isso. Nas de menor porte, os investimentos acabam se concentrando na produção, como porta de entrada, para, depois, ir para a gestão”, afirma.

Com uma maturidade tecnológica maior, as grandes companhias podem influenciar as demais e, assim, contribuir com a digitalização em todo o agronegócio, na visão da Totvs. Os desafios, de acordo com Orrigo, são diversos. Um deles, é cultural, que tende a ser vencido à medida que a gestão das empresas passe por uma mudança geracional.

Outro desafio é como atender um setor diversificado, como a agropecuária. O diretor de produtos agro da Totvs diz acreditar que um caminho é a segmentação. Um mesmo sistema voltado para a cana-de-açúcar, por exemplo, poderia abranger usuários de vários portes e perfis na cadeia produtiva. O mesmo poderia ocorrer em outras áreas.

“Um cliente mais complexo vai utilizar todos os módulos do sistema. Outro vai usar menos módulos, porque não tem uma operação que demanda um controle maior”, explica.

E há também a questão da conectividade, em dois aspectos específicos. Um é o acesso à internet, que avança, mas ainda é gargalo no campo. A Associação ConectarAGRO estima que a proporção de imóveis rurais conectados no Brasil é de 43,8%. O outro aspecto é interconectar as informações geradas pelas diversas soluções.

“As empresas de maior porte já estão à frente nesse sentido porque já têm ferramentas mais robustas ou trabalham com fornecedores de sistemas integrados. Para as menores, integração dos sistemas ainda é um desafio grande”, diz Orrigo.

Atualmente, a Totvs atua nas áreas de crédito, performance de negócios e gestão, segmento que inclui os clientes do agronegócio. No setor, tem clientes em bioenergia, originação e beneficiamento. Orrigo não detalha a participação do agro nos negócios. Afirma apenas que o segmento cresce em patamares superiores às metas.

“O agro, neste ano, teve desafios, principalmente com questões climáticas. Acreditamos que 2025 tende a ser melhor. Estamos investindo em novas funcionalidades para atender o mercado”, resume, explicando que a estratégia é diversificar o portfólio, seja de forma orgânica ou por parcerias e aquisições.


BS20241119070050.1 – https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2024/11/19/agro-e-cada-vez-mais-digital-mas-ainda-ha-espaco-para-avanco-da-tecnologia.ghtml