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Todos os cenários indicam um governo enfraquecido que terá dificuldade em aprovar qualquer lei e poderão acelerar o fim do macronismo
Em uma reviravolta surpreendente, o bloco de esquerda Nova Frente Popular se consolidou no domingo como a maior força do Parlamento da França, à frente da extrema direita liderada pelo Reagrupamento Nacional (RN), de Marine Le Pen e Jordan Bardella, que ficou em terceiro lugar, e do bloco centrista do presidente, Emmanuel Macron, em segundo. A Constituição não estabelece um prazo para o presidente nomear o seu primeiro-ministro. Macron pode, inclusive, escolher quem quer que lidere o governo, mas, segundo a tradição, deverá levar em consideração os resultados das legislativas. Em último caso, o presidente ainda poderia nomear uma administração tecnocrata para acalmar o período de turbulência política.
De qualquer forma, todas as soluções significarão um governo enfraquecido que terá dificuldade em aprovar qualquer lei e poderão acelerar o fim do macronismo — ciclo que começou em 2017. Em nota, o Palácio do Eliseu afirmou que Macron aguardará a “estruturação” da nova Assembleia para “tomar as decisões”. Ele não se manifestou oficialmente após os resultados de domingo.
A primeira sessão da nova legislatura está marcada para o dia 18 de julho, e cada coalizão submeterá à presidência da Assembleia a lista de seus membros, e dirá se está ou não na oposição. Até lá, caberá a Macron, e lideranças como Jean-Luc Mélenchon, líder da França Insubmissa (LFI), de extrema esquerda, costurarem os acordos e alianças. Uma alternativa possível é a de formar um bloco governista com o centro, a esquerda e a direita, criando uma espécie de “Frankstein” político.
— A tarefa política de Macron é dificílima. Ele já teve que escolher com que problema queria lidar na eleição, com a extrema direita ou com uma esquerda moderada aliada à extrema esquerda — disse Baghdadi. — Agora, terá que fazer os movimentos corretos para não ter um governo que penda muito à esquerda, embora eu ache que isso não vá acontecer, porque a esquerda não tem votos pra governar sozinha. Vai precisar do centro, e o centro consegue governar se o presidente delinear mais ou menos o seu o seu caminho.
Em entrevista, Stéphane Séjourné, chefe do Renascimento, de Macron, afirmou que o campo presidencial “apresentará as condições prévias” para as discussões sobre o sucessor de Attal e a formação da maioria, mas já adiantou que ela não incluirá o França Insubmissa. Por sua vez, o líder do Partido Socialista, Olivier Faure, rejeitou a formação de qualquer governo de coligação entre a esquerda e o bloco macronista, tal como Mélenchon.
— Ele (Mélenchon) representa uma esquerda mais radical que assusta boa parte do centro e da centro-direita. Agora fica em uma posição muito confortável, com muito poder diante dos resultados, mas é um personagem que causa preocupação é e traz desafios — disse Velasco.
Para barrar a extrema direita, que liderava as pesquisas após o primeiro turno, os franceses votaram de maneira contundente: a participação foi de 67%, a mais alta registrada em mais de 40 anos. Logo após o anúncio das projeções iniciais, o primeiro ministro, Gabriel Attal, renunciou.
Com os resultados, nenhuma força política terá maioria. O Nova Frente Popular contará com 182 cadeiras na Assembleia Nacional, enquanto a aliança Juntos, de Emmanuel Macron, terá 168, e o Reagrupamento Nacional 143 — o número inclui membros do partido Republicanos que seguiram o pedido do contestado presidente da sigla, Eric Ciotti, para unirem forças com a extrema direita. O RN, por si só, terá só 45 cadeiras. Outras siglas somam 39 assentos.
O primeiro a discursar após as primeiras projeções foi Mélenchon, que assumiu o centro das atenções. Em discurso a apoiadores, disse que Macron “tem o dever de chamar a Nova Frente Popular para governar, e que deve “ou sair [do cargo] ou indicar um primeiro-ministro” do bloco.
— Saúdo a todos que aceitaram ser candidatos e retirar suas candidaturas e se mobilizaram porta a porta para conseguir arrancar um resultado que parecia ser impossível. Essa noite o RN está longe de ter a maioria absoluta, e é um imenso alívio.
Desde a convocação antecipada das eleições, após a impactante vitória do RN na votação para o Parlamento Europeu, havia a expectativa de que a extrema direita conseguisse não apenas ganhar a disputa, mas conseguir a maioria absoluta na Assembleia Nacional. Bardella, inclusive, já se preparava para ser premier, levando em consideração as pesquisas que lhe davam razões para sonhar, mas que não traduziram a realidade das urnas.
— Várias pesquisas ao longo da semana já mostravam que o Reagrupamento Nacional não teria maioria absoluta, mas projeções o colocavam na frente, assim como colocavam a Nova Frente Popular como terceira força, e não como primeira — disse ao GLOBO Paulo Velasco, professor de Relações Internacionais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). — E ficou claro que há uma resistência ao discurso da da extrema direita.
Para o professor de Política Internacional e criador do podcast Petit Journal, Tanguy Baghdadi, o “erro” das pesquisas também está relacionado ao alto comparecimento.
— Se você tem um comparecimento baixo, aqueles mais mobilizados tendem a levar vantagem, como a extrema direita. Se há um um comparecimento maior, a tendência é de que o voto se dilua — afirmou.
Após o anúncio das projeções, Bardella agradeceu “aos eleitores pelo impulso patriótico” e culpou a “aliança da desonra” pela derrota. Ainda assim, ressaltou que o “Reagrupamento Nacional alcançou o avanço mais importante de sua história”. Mesmo tom de Marine Le Pen, que afirmou que “havia motivos para comemorar”.
— O RN tinha 88 cadeiras na atual legislatura e deve ir para pelo menos 140, e podemos enxergar isso como um copo meio cheio. Por outro lado, é um balde de água fria, porque eles estavam esperando ter um primeiro-ministro — opinou Baghdadi. — Mas também houve um crescimento muito grande de uma eleição para outra, e é inegável que é extrema direita avançou muito no país.
O impacto imediato concreto dos resultados foi o anúncio da demissão de Attal, da aliança macronista.
— Esta noite, nenhuma maioria absoluta foi obtida pelos extremos graças à nossa determinação e à força dos nossos valores. Mas o grupo político que representei não conseguiu a maioria, e apresentarei a minha demissão amanhã de manhã (hoje) — disse Attal.
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