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POLÍTICA

Antiga potência no Rio, MDB segue na memória do eleitor e ‘lidera’ votos nulos na capital; entenda

11 de outubro, 2024 / Por: Agência O Globo

Ao todo, 10,3 mil pessoas digitaram nas urnas o número do partido, o 15, mesmo sem candidatura própria da sigla

Antiga potência no Rio, MDB segue na memória do eleitor e ‘lidera’ votos nulos na capital; entenda
O ex-governador Luiz Fernando Pezão foi o último mandatário do MDB no Rio; no último domingo, foi eleito prefeito de Piraí. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Partido que dominou eleições no Rio até a década passada, mas que agora enfrenta um declínio no estado, o MDB ainda mantém um peso na cabeça do eleitor, aponta levantamento do Globo com base nos votos nulos do estado e da capital. Com exceção do “00”, geralmente o preferido do eleitor que vota nulo, o “15”, número do MDB, foi o mais digitado nas urnas na capital.

Entre meados de 2003, quando Rosinha Garotinho se filiou, e o fim de 2018, com a saída de Luiz Fernando Pezão, o MDB esteve à frente do governo do Rio, com breves interrupções. Na prefeitura, a predominância aconteceu entre 2009 e 2016, nas duas primeiras gestões de Eduardo Paes, à época filiado ao partido.

Ao todo, 10,3 mil eleitores do Rio anularam seu voto, propositalmente ou não, digitando o número 15 — legenda de Eduardo Paes em duas de suas quatro vitórias à prefeitura. Na última quarta-feira, o Globo mostrou que 48,1 mil pessoas em São Paulo anularam seus votos votando no número “13”, quantidade que poderia alterar a ordem dos colocados nas urnas na eleição mais apertada da capital paulista.

No Rio, entretanto, o número do MDB assume esse posto. Como comparação, 6,1 mil pessoas digitaram 13. Na eleição municipal, o MDB fez parte da chapa de Alexandre Ramagem junto com PL e Republicanos. Agora, elegeu apenas 3 vereadores. Como comparação, em 2012, a legenda elegeu 13 dos 51 integrantes da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Outro número com uma quantidade considerável de votos foi o “25”, antigo número do PFL, partido que veio a se tornar o DEM posteriormente. Em 2021, o DEM se uniu com o PSL formando o União Brasil, com um número diferente.

No último domingo, 7,5 mil pessoas digitaram 25 na urna tentando votar para prefeito. O número já foi usado em três eleições por ex-prefeitos do Rio: Luiz Paulo Conde, em 1996 e César Maia, em 2004, foram eleitos pelo partido. Em 2020, já como DEM, Eduardo Paes foi eleito para seu terceiro mandato.

A maior proporção de votos nulos no número do MDB aconteceu na 219ª Zona Eleitoral (ZE), que reúne os bairros de Barros Filho, Costa Barros, Coelho Neto, entre outros. Cerca de 0,61% dos eleitores que foram as urnas nesta ZE digitaram “15”. Na 21ª ZE, que fica na região de Olaria, foram 0,58%.

Os dados foram obtidos com base no Registro Digital de Voto. Esse registro existe desde 2003 e armazena os votos digitados em cada urna da eleição. É ele que possibilita, se necessário, a recuperação dos votos para recontagem eletrônica. Os números são gravados de maneira aleatória e não revelam a ordem dos votantes, sendo impossível ligar o voto a um eleitor. O Registro utiliza ferramentas de segurança como criptografia e assinatura digital. Desde 2003, partidos e coligações tiveram acesso às cópias desses arquivos caso quisessem comparar a apuração oficial realizada pelo TSE. A partir das eleições de 2022, o Tribunal passou a disponibilizar acesso público a esses arquivos.


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