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POLÍTICA

Após elegerem o mesmo número de aliados em Pernambuco, João Campos e Raquel Lyra expandem rivalidade no segundo turno

16 de outubro, 2024 / Por: Agência O Globo

De olho em 2026, cidades da região metropolitana de Recife se tornam estratégicas para prefeito e governadora do estado

Após elegerem o mesmo número de aliados em Pernambuco, João Campos e Raquel Lyra expandem rivalidade no segundo turno
João Campos e Raquel Lyra — Foto: Wilson Castro e Reprodução

Reeleito com 78,11% dos votos em Recife, o prefeito João Campos (PSB) tenta usar as disputas de segundo turno no estado para expandir sua influência enquanto liderança em Pernambuco, a fim de pavimentar seu caminho para 2026, quando planeja concorrer ao governo contra a atual gestora, Raquel Lyra (PSDB). Após cada um eleger 31 prefeitos já em primeiro turno, os dois agora focam suas artilharias nas mesmas cidades — Olinda e Paulista, na Região Metropolitana da capital pernambucana.

Articuladores do prefeito ouvidos pelo Globo afirmam que a entrada firme de Campos em outros municípios visa consolidar seu nome como o principal nome da centro-esquerda do estado. Ainda no primeiro turno, ele vinha gravando para os programas eleitorais de aliados e, agora, tem aproveitado o hiato pós-eleição para viajar a outros redutos. A avaliação é de que o enfrentamento direto com a governadora pode dar frutos daqui a dois anos, quando eles devem se enfrentar nas urnas.

— O prefeito João Campos é o maior líder do nosso partido e tem se empenhado nas campanhas em Olinda e de Paulista. São cidades importantes, próximas a Recife, e queremos colecionar vitórias do campo progressista — diz o presidente do PSB em Recife e aliado de primeira hora de Campos, Gabriel Leitão.

Por estarem localizadas nas imediações da capital pernambucana, as cidades representam uma demonstração de força política para o prefeito. Mesmo dividindo o posto com o PSDB de partido com mais gestores eleitos, o PSB sofreu uma redução em relação ao último pleito, quando tinha emplacado 53 nomes. Os tucanos, em contrapartida, passaram de cinco para 31.

No campo da governadora, o crescimento é destacado como um verdadeiro trunfo para a reeleição daqui há dois anos. Apesar do bom prognóstico, o líder do governo na Assembleia Legislativa, Izaias Regis (PSDB), prevê uma disputa apertada em 2026 e destaca a vitória de Campos em Recife.

— Nosso grupo fez mais de cem prefeituras, juntando PP, PSD e Podemos. Foi muito bom para o governo Raquel Lyra no interior do estado. O ano de 2026 está longe, mas já sabemos que enfrentaremos João Campos, que foi bem eleito na capital. Não será fácil — avalia o deputado estadual.

O principal enfrentamento entre os dois se dá em Olinda, onde João Campos apoia Vinicius Castello (PT), que teve 38% dos votos e largou à frente. O petista concorre contra Mirella (PSD), aliada de Raquel Lyra e indicada pelo atual prefeito, Professor Lupércio. A campanha de Mirella também tem a presença da prima de João, Marília Arraes.

Tanto o prefeito quanto a governadora já tinham feito agendas na cidade ainda no primeiro turno, mas após o resultado intensificaram os compromissos locais.

— Vai ser ‘lá e lô’: é João e Vini! Vamos mudar Olinda. Conta com o meu apoio, com a minha confiança, e vamos botar as duas cidades-irmãs para trabalharem juntas — anunciou João Campos durante carreata no município vizinho à capital.

Já em Paulista, o cenário é mais favorável ao aliado de Lyra: Ramos (PSDB) concorre contra Júnior Matuto (PSB). Nesta corrida, o tucano chegou ao segundo turno à frente, com 44% dos votos, podendo representar uma vitória significativa para o PSDB, uma vez que a cidade está a menos de vinte quilômetros de Recife, berço político de seu rival. A governadora já esteve na cidade ao longo desta semana e retornará para carreata no próximo dia 20.


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