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Aprovação do governo Lula caiu em outubro, diz Genial/Quaest

25 de outubro, 2023

Uma nova pesquisa de avaliação do governo indicou que a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) recuou, a situação econômica e o excesso […]

Aprovação do governo Lula caiu em outubro, diz Genial/Quaest
Foto: Ricardo Stuckert/PR

Uma nova pesquisa de avaliação do governo indicou que a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) recuou, a situação econômica e o excesso de viagens feitas pelo chefe do Executivo são os pontos negativos apontados pelo levantamento da Pesquisa Genial/Quaest. A aprovação do trabalho feito pelo chefe do Executivo, que era de 60% em agosto, passou para 54% neste mês de outubro. A margem de erro do levantamento é de 2,2 pontos percentuais.

 

 

Pesquisa Genial/Quaest mostra queda de 6 pontos na aprovação do governo Lula entre agosto e outubro. Aprovação de 57% e desaprovação de 42%. O cenário atual é parecido com o de abril, quando o governo ainda não havia conseguido avançar nas pautas econômicas.

 

 

A queda na aprovação identificada pela pesquisa deste mês não está concentrada em nenhum segmento. Pelo contrário, ela se deu de forma generalizada, em todas as regiões e em quase todos os estratos sociais.

 

 

É a primeira vez que a desaprovação chega a quase 10% de quem votou em Lula; e depois de três rodadas a desaprovação voltou a crescer no eleitorado que votou em Bolsonaro.

 

 

A avaliação do trabalho do governo Lula segue o mesmo padrão. A diferença entre o positivo e o negativo que era de 18 pontos em agosto, caiu pela metade em outubro (9 pontos).

 

 

Quando comparamos avaliação Lula 3 com outros governos vemos a semelhança com o gov. Bolsonaro. Dilma 1, Lula 1 e 2 e FHC 1 tinham mais avaliação positiva e menos avaliação negativa. FHC 2 e Dilma 2 tinham mais avaliação negativa e bem menos avaliação positiva.

 

 

Ao longo do ano, a avaliação do governo Lula foi se aproximando da avaliação do governo Bolsonaro. Em fev, 60% achavam Lula 3 melhor que Bolsonaro. Em out, 47% continuam achando esse governo melhor que o anterior, mas 38% acham pior.

 

 

Uma das maneiras de entender se o crescimento da desaprovação está associado a um mal humor mais geral da população é avaliando se o país está indo na direção certa ou errada. De junho a outubro cresceu 8 pts o percentual de quem acha que o Brasil está indo na direção errada.

 

 

O que pode estar produzindo isso? A primeira parte da explicação é econômica. Aumentou 9 pontos o percentual de quem avalia que a economia piorou no último ano (saiu de 23% para 32%), enquanto se manteve o percentual de quem acha que melhorou (33%).

 

 

Eleitores dos dois lados vivem realidades paralelas: 57% dos Lulistas achando que a economia melhorou, 56% dos bolsonaristas achando que piorou. É o Brasil que, mesmo depois de 1 ano, continua polarizado.

 

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Essa piora na avaliação da economia se deveu a percepção da maioria que as contas de agua, luz e telefone aumentaram no último mês, que o preço dos alimentos e dos combustíveis também subiu recentemente.

 

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Para completar o quadro, a expectativa sobre o futuro também deu uma piorada (caiu 9 pontos que acha que vai melhorar), embora a maioria continue otimista (50%).
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Vejam que o pessimismo vem ancorado na expectativa que a inflação e o desemprego vão aumentar nos próximos meses.
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Neste contexto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aparece com uma avaliação regular (30%), nem muito positiva (26%) nem muito negativa (26%). É ele quem tende a pagar o preço do sucesso ou fracasso da agenda econômica do governo.

 

No noticiário positiva se destacam políticas sociais que já são marcas do PT (Bolsa Família, MCMV, aumento do salário mínimo e o Desenrola), além da postura do Brasil no conflito Hamas/Israel.

 

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No noticiário negativo encontramos temas da última campanha como corrupção, relação com a Venezuela, pautas de moral e costumes; mas também encontramos novos temas como o excesso de viagens e a posição do país em relação ao conflito em Israel.

 

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A guerra da comunicação não mudou nada em relação a campanha. Eleitores do Lula continuam se informando mais pela TV, eleitores do Bolsonaro buscando informação mais pelas redes, sites, blogs e portais de notícia. São dois campos distintos.

 

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Quando detalhamos algumas dessas notícias percebemos que o governo colecionou reveses nos últimos meses. A começar pela postura do governo em relação às enchentes no Sul: 88% ficaram sabendo do assunto e 47% acharam a ajuda do governo inadequada.

 

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As viagens internacionais do presidente também começaram a receber críticas. A maioria (55%) acha que as viagens estão excessivas, enquanto 37% acham adequadas.

 

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A percepção do excesso vem acompanhada de uma avaliação de que as viagens não tem trazido bons resultados para o país (49% pensam assim).

 

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O governo também vem sofrendo críticas por conta de sua posição em relação ao Hamas: 57% acreditam que o Brasil está errado ao não classificar o Hamas como um grupo terrorista.

 

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Mas nem tudo é problema. O governo recebe ótima avaliação em relação à postura pacifista que adota sobre a guerra. As conversas de Lula com todos os lados e a disponibilização do avião para resgate dos brasileiros em Gaza recebem avaliação positiva de 85%.

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O governo também acertou ao vetar o marco temporal, o que foi uma medida correta para 51% dos entrevistados.