ECONOMIA

Área técnica do TCU dá início a auditoria na Previ após déficit de R$ 14 bi

12 de fevereiro, 2025 | Por: Agência O Globo

Técnicos vão estudar também se a indicação de Fukunaga para o comando do maior fundo de pensão da América Latinas obedeceu às exigências legais

Tribunal de Contas da União (TCU) — Foto: TCU / Evelynne Gubert/Divulgação

A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) deu início à realização de uma auditoria na Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (BB), para apurar a gestão da entidade.

O objetivo inicial da auditoria é apurar se a indicação do sindicalista João Fukunaga para o comando da Previ, em 2023, obedeceu as normas previstas. Contudo, o resultado negativo de R$ 14 bilhões registrado por um dos fundos de previdência complementar em 2024 reforçou a necessidade de um levantamento nos investimentos realizados pelo fundo de pensão, na avaliação do TCU.

A auditoria na Previ atende um pedido do ministro do TCU, Walton Alencar, aprovado pelo Tribunal em agosto do ano passado. Como o processo não avançou, na semana passada, o ministro pediu urgência na realização do levantamento, gerando a abertura do processo, que correrá em sigilo.

“Os resultados obtidos no ano de 2024 dão causas a gravíssimas preocupações. Examinamos alguns dados, especificamente entre os meses de janeiro a novembro, já que não há informações referentes ao mês de dezembro. No período, o ‘Plano 1’ acumulou prejuízo de aproximadamente R$ 14 bilhões, em total discrepância com o acumulado positivo de cerca de R$ 5,5 bilhões, no ano de 2023, e os mais de R$ 5 bilhões, no ano de 2022”, diz o ministro no pedido de urgência.

No acórdão aprovado pelo TCU, os técnicos vão estudar também se a indicação de Fukunaga para o comando do maior fundo de pensão da América Latinas obedeceu às exigências legais, como formação e experiência na área. Fukinaga é concursado do BB, mas construiu toda a carreira como secretário do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

O nome dele foi indicado pelo BB em 24 de fevereiro, o conselho deliberativo da entidade aprovou no mesmo dia. Três dias depois, a Previc, xerife dos fundos de pensão, deu aval e no dia seguinte, Fukunaga assumiu o cargo.

Segundo o acórdão, o levantamento vai abranger a governança corporativa da Previ e os processos que envolvem as tomadas de decisões relativas ao investimento, identificando potenciais riscos. Também será averiguado existência de possíveis influências políticas e os processos de fiscalização por parte da Previc.

Não há prazo para a conclusão do levantamento, que ficará a cargo da relatoria do ministro Walton Alencar. O documento também terá que passar pelo plenário do TCU.

Em nota divulgada na semana passada, a Previ informou que não comenta decisões do TCU. A entidade alegou ainda que os planos de previdência continuam equilibrados, apesar dos resultado negativo de 2024:

“Em respeito aos associados, a Previ esclarece que embora o ano de 2024 tenha apresentado grande volatilidade, os planos continuam em equilíbrio — muito por conta do bom resultado de 2023, também construído pela atual gestão. Não há, portanto, nenhum risco de equacionamento, nem de pagamento de contribuições extraordinárias pelos associados ou pelo Banco do Brasil (BB).”


BS20250211220437.1 – https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2025/02/11/area-tecnica-do-tcu-da-inicio-a-auditoria-na-previ-apos-deficit-de-r-14-bi.ghtml

Artigos Relacionados