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Avanços tecnológicos e perspectivas para profissionais da área tributária

5 de abril, 2024

Fernando Silvestre, diretor de Operações da Blend IT

Avanços tecnológicos e perspectivas para profissionais da área tributária

Não é de hoje que a transformação digital vem impactando diversas profissões. Porém, há momentos em que novas tecnologias parecem proporcionar um salto repentino, trazendo novas reflexões e perspectivas para o futuro. O mais recente exemplo disso foi a disseminação do uso da Inteligência Artificial Generativa, que promete revolucionar praticamente todos os setores.

Neste cenário, profissionais da área tributária se veem diante da perspectiva de mudanças e de novos desafios em um futuro cada vez mais digital. Mas quais estratégias seguir para fazer parte desta nova jornada que se desenha no horizonte? Como se manter relevante e afiado diante da acelerada atualização de ferramentas e soluções?

A resposta para estas perguntas passa por diversas questões que quero abordar a seguir, mas que no geral podem acabar sendo mais simples do que se imagina, ainda que possam exigir novas formas de olhar para processos e aprendizados.

Para começar, antes mesmo de se pensar nas novidades digitais, é preciso atenção a um aspecto básico: a necessidade de conhecer profundamente sua área de atuação.

Transitar em uma realidade em constante transformação é sempre desafiador, mas isso se torna menos complexo quando se tem uma base sólida de conhecimento sobre o negócio no qual se atua. Estes fundamentos sempre ajudam a nos guiar no labirinto de inovações, mostrando quais realmente podem impactar nosso dia a dia e como se adaptar a elas de forma rápida.

Assim, estar preparado para o futuro da área tributária e fiscal começa pelo entendimento de como a tecnologia vem permitindo uma mudança de perspectiva. Cada vez mais, o setor tributário se aproxima do financeiro a partir de um posicionamento cujo foco passa a ser menos de apuração e mais de conciliação. Esta é uma oportunidade para que os profissionais da área ganhem mais protagonismo, desempenhando um papel de análise estratégica de dados fiscais, por exemplo.

Este novo entendimento de como gerar valor se alinha com as transformações pelas quais muitas atividades estão passando. Por exemplo: mesmo antes da IA Generativa surgir com suas infinitas possibilidades, a automação em diversos níveis e processos já era uma realidade próxima da área tributária. Acontece que ao transferir tarefas repetitivas para ferramentas digitais, ganha-se maior disponibilidade para cuidar de questões mais relevantes e estratégicas.

Neste contexto, os profissionais passam a ser avaliados não apenas pelo seu profundo conhecimento técnico sobre o sistema fiscal e tributário, mas também por outras qualidades, que são as chamadas soft skills. Aqui estamos falando do desenvolvimento e aprimoramento de habilidades como comunicação, gestão de pessoas e de conflitos, inteligência emocional, visão de negócios, curiosidade e interesse para um aprendizado contínuo, entre outras.

Em outras palavras, deve-se entender que estamos na transição de um modelo de tarefas repetitivas para um modelo de gestão dessas demandas e isso sempre exige um fluxo de comunicação e relacionamento entre equipes para que se tenha máxima eficiência. Por isso as soft skills passarão a ser ainda mais valorizadas.

Por fim, é dentro da chave do constante aprendizado que chegamos a um ponto incontornável: é preciso se familiarizar com inovações e dominar os recursos trazidos pela inteligência artificial. Nenhuma ferramenta digital substitui a gestão humana e este é o fato mais importante a se levar em conta. O futuro da área tributária está na mesma esteira do futuro da tecnologia e os profissionais capazes de fazer a gestão adequada e eficiente desses recursos é que serão os maiores destaques.

Fernando Silvestre, diretor de Operações da Blend IT