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Banco Nacional de Perfis Genéticos atinge a marca de 100 mil perfis cadastrados

17 de abril, 2021

As informações registradas já auxiliaram mais de duas mil investigações de crimes no país Ferramenta importante para auxiliar em investigações criminais, o Banco Nacional de […]

Banco Nacional de Perfis Genéticos atinge a marca de 100 mil perfis cadastrados
Foto: Raphael Pizzino (Coordcom/UFRJ)

As informações registradas já auxiliaram mais de duas mil investigações de crimes no país

Ferramenta importante para auxiliar em investigações criminais, o Banco Nacional de Perfis Genéticos ultrapassou a marca de 100 mil perfis cadastrados. A maior parte é ligada a pessoas envolvidas em casos violentos e de abuso sexual. O banco foi criado em 2013 e é coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Banco Nacional de Perfis Genéticos atinge a marca de 100 mil perfis cadastrados

O banco foi criado em 2013 e é coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. – Foto: Banco de imagens

Dos 100 mil perfis, cerca de 75 mil são de condenados e 16 mil de vestígios de local de crime. Esse material já ajudou em mais de duas mil investigações no país.

Com essas informações cadastradas no banco, é possível apontar a autoria de crimes sem solução, além de comprovar a inocência de suspeitos e interligar um caso com outras investigações das demais esferas policiais, funcionando assim como uma ferramenta eficiente para resolver crimes.

“Isso possibilitou a resolução de muitos crimes. Muitas investigações criminais foram auxiliadas diretamente por meio do Banco Nacional de Perfis Genéticos”, ressaltou o coordenador da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Guilherme Jacques. “São crimes sexuais, mas não só eles. Praticamente qualquer crime que o criminoso deixe material biológico pode ser auxiliado. Mesmo crimes contra o patrimônio, homicídios cometidos com arma de fogo, não raro o criminoso deixa seu material biológico no local.”

Segundo ele, recentemente, no país, até mesmo crimes como assalto a bancos e a transportadora de valores foram esclarecidos por essa tecnologia.

Como funciona

O Banco Nacional de Perfis Genéticos é usado em investigações criminais de todo o Brasil por meio da prova pericial do DNA. O material genético é coletado pela perícia no local do crime ou no corpo da vítima. São, por exemplo, vestígios como fios de cabelo, sangue e outros materiais biológicos. Além de exames feitos pelas vítimas de violência no Instituto Médico Legal (IML).

O material genético é coletado também de condenados por crimes graves e hediondos. A partir de lei aprovada em 2012, ficou determinado que é obrigatória a identificação do perfil genético de condenados por crime com violência de natureza grave, como homicídios, latrocínio, sequestro e estupro, ou em casos que sejam determinados pelo juiz.

Cada estado faz a adesão à rede para alimentar o banco de perfis genéticos nacional. “Por meio desse repositório central, todas as instituições de perícia conseguem compartilhar e comparar perfis genéticos obtidos em diferentes regiões do país. A perícia do Rio Grande do Sul alimenta esse banco, compara com dados de São Paulo, que por sua vez compara com dados da Bahia, permitindo essa integração nacional que é muito importante para a segurança pública”, exemplificou Guilherme Jacques.

Investimentos ampliados

No ano de 2020, o Ministério da Justiça investiu mais de R$ 80 milhões no trabalho do banco de perfis, numa ação conjunta entre a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), a Polícia Federal e as secretarias de segurança pública estaduais para o compartilhamento de perfis genéticos obtidos em laboratórios de Genética Forense.

Em 2019, o investimento havia sido de R$ 35 milhões. Até o fim de 2019, o banco tinha cerca de 70 mil perfis genéticos cadastrados.

A Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos já conta com 20 laboratórios estaduais, um no Distrito Federal e um na Polícia Federal.