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BCG, proteção contra as formas mais graves da tuberculose

1 de julho, 2025 | Por: Agência Brasília

Vacina, há 48 anos no Brasil, é a principal forma de prevenir as formas graves da tuberculose

Cobertura vacinal do DF já alcançou 121,6% este ano, superando a meta de 90% estabelecida pelo Ministério da Saúde | Fotos: Sandro Araújo/Agência Saúde 

Logo nas primeiras horas de vida, um gesto simples pode mudar o futuro de uma criança: a aplicação da vacina BCG, indicada para prevenir as formas mais graves da tuberculose. Segundo o Boletim Epidemiológico da Tuberculose 2025, publicado pelo Ministério da Saúde, crianças e adolescentes representam 12% dos casos da doença no mundo.

“A BCG é muito importante porque protege contra meningite tuberculosa e tuberculose miliar, por isso deve ser administrada o mais cedo possível”, explica a gerente da Rede de Frio Central da Secretaria de Saúde (SES-DF), Tereza Luiza Pereira.

O Brasil registrou um importante aumento na vacinação de BCG nos últimos anos: de 84,3% em 2023 para 92,3% de cobertura em 2024. No DF, esse índice já alcançou 121,6% neste ano, superando a meta de 90% estabelecida pelo Ministério da Saúde. “Esses números mostram um avanço significativo, mas é fundamental manter o compromisso com a vacinação de todas as crianças”, ressalta a gerente.

Quem deve tomar

O imunizante é disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em dose única e deve ser aplicado em recém-nascidos com mais de 2 kg, preferencialmente nas primeiras 12 horas após o nascimento. Caso não seja possível a vacinação ainda na maternidade, ela pode ser feita até os 4 anos de idade, com horários específicos definidos pela unidade básica de saúde (UBS) mais próxima da residência da família. Confira no site da SES-DF

“Se a mãe usou anticorpos imunossupressores, essa condição pode ser transferida ao bebê, exigindo atenção antes da imunização”, orienta Tereza Pereira, gerente da Rede de Frio Central da SES-DF 

A BCG também é recomendada a pessoas que têm contato com portadores de hanseníase. A aplicação gera uma reação no local, com vermelhidão, pequena ferida e posterior cicatriz – o que é esperado e não requer medicamentos ou curativos. 

No entanto, por conter bactéria viva atenuada, a vacina é contraindicada a indivíduos imunodeprimidos, como pacientes com vírus da imunodeficiência humana (HIV), oncológicos e recém-nascidos de mães que usaram imunossupressores durante a gestação. 

“A imunossupressão precisa ser avaliada antes de aplicar a vacina”, alerta Tereza Pereira. “Se a mãe usou anticorpos imunossupressores, essa condição pode ser transferida ao bebê, exigindo atenção antes da imunização.” 

Data histórica

Nesta terça-feira (1º), é celebrado o Dia da Vacina BCG. Foi quando, em 1921, os cientistas Léon Calmette e Alphonse Guérin, que haviam atenuado uma bactéria denominada Bacilo de Calmette e Guérin (por isso, a sigla BCG). Com ela, foi possível combater o bacilo de Koch, causador da tuberculose.

A doença pode afetar pulmões, ossos, rins e meninges. Os principais sintomas incluem tosse persistente, febre, suores noturnos, fraqueza e perda de peso. 

No Brasil, a BCG completa 48 anos. O imunizante foi incorporado ao calendário nacional de vacinação em 1977 pelo Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), tornando obrigatória sua administração em crianças. 

*Com informações da Secretaria de Saúde

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