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Sogro de acusada, que morreu de intoxicação alimentar em setembro, deverá ser exumado
Após a prisão de Deise Moura dos Anjos, no domingo, suspeita de matar por envenenamento três pessoas de sua família na véspera do Natal, em Torres, no litoral gaúcho, investigadores apuram se ela estaria por trás de mais uma morte: a do sogro Paulo Luiz dos Anjos, que morreu em setembro após infecção alimentar. A Polícia Civil do Rio Grande do Sul solicitou à Justiça a exumação do corpo
— As coincidências nos levam a crer que, provavelmente, tenha ocorrido também um envenenamento e isso vai se apurar — afirmou a delegada Sabrina Deffente, da 23ª Delegacia de Polícia Regional.
Segundo as investigações, no dia 23 de dezembro, Deise teria entregue farinha misturada com arsênio para que a sogra, Zeli dos Santos, de 61 anos, que está internada no CTI, preparasse bolo para uma confraternização familiar. Duas irmãs de Zeli — Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65, e Maida Berenice Flores da Silva, de 59 — e Tatiana Denize Silva dos Anjos, de 47, filha de Neuza, morreram.
Deise responderá por triplo homicídio duplamente qualificado e tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada. Ontem, após audiência de custódia, a Justiça decretou prisão temporária de 30 deias para a suspeita. O delegado Marcus Vinícius Veloso disse não poder revelar detalhes do motivo do crime para não atrapalhar a investigação, mas que “são divergências muito pequenas”.
Um homem e um menino, que também comeram o bolo e passaram mal, receberam alta. Apenas o marido de Maida, que não provou do doce, não apresentou sintomas. Pelos relatos, todos notaram gosto desagradável na boca na hora.
— Tão logo o menino de 10 anos comeu e, como os outros, reclamou do sabor, Zeli colocou a mão em cima do bolo e falou para ninguém comer. E as pessoas começaram a passar mal naquele momento — disse o delegado.
Amostras coletadas pelo Hospital Nossa Senhora dos Navegantes indicaram a presença de arsênio na corrente sanguínea de três pessoas da família que morreram.
De acordo com Marguet Mittman, diretora do Instituto Geral de Perícias, a fonte da contaminação foi a farinha usada para fazer o bolo consumido pelas vítimas. E em doses muito elevadas.
— De acordo com a literatura, uma concentração máxima na urina seria de 35 mil microgramas por litro. Em uma das vítimas, a menor concentração encontrada foi 80 vezes maior que essa . E na vítima com a maior concentração, esse número chegou a 350 vezes mais que o permitido — disse Marguet.
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