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Ex-presidente e dirigente do PL vão se reunir para almoço em Brasília
As candidaturas ao Senado em 2026 serão o principal tema do primeiro encontro entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberar o contato entre eles, nesta terça-feira. De volta a Brasília nesta quarta, Bolsonaro foi para a sede do PL, onde terá uma reunião a portas fechadas com Valdemar. De acordo com ele, o partido precisa definir a sua estratégia quanto às candidaturas para o Senado e definir quais nomes apoiará, já que os debates sobre o tema “estão afunilando”. Depois da reunião, os dois almoçarão em um restaurante da capital federal com membros da bancada bolsonarista no Congresso.
— O jogo começou a afunilar, com muitas candidaturas. Muita gente quer vir ao Senado, mas não tem vagas para todo mundo. Preciso conversar com Valdemar qual é o critério que a gente vai adotar. Em princípio, quem tem mandato estaria dentro, mas quem está queimado não vai disputar comigo sendo cabo eleitoral. Eu ajudo, mas não decido. Preciso voltar a esta conversa com Valdemar, precisamos saber quem vamos decapitar e quem vamos apoiar. Tínhamos começado lá atrás, mas estamos impedidos — afirmou o ex-presidente.
O ex-mandatário estava em um evento em São Paulo, nesta terça, quando soube da decisão de Moraes. De acordo com aliados, ele teria comemorado a autorização para falar com Valdemar e feito contato breve por telefone. Valdemar, que foi investigado por uma suposta trama golpista, estava proibido de falar com todos os outros alvos da apuração. Outras duas restrições em relação a Valdemar também foram derrubadas pela decisão de Moraes: proibição de sair do Brasil e de participar de cerimônias militares.
O dirigente partidário foi indiciado pela Polícia Federal (PF) na apuração sobre a trama golpista, no ano passado, mas não foi incluído na denúncia apresentada no mês passado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
“No caso de Valdemar Costa Neto, embora o investigado tenha sido indiciado no relatório final apresentado pela autoridade policial, a Procuradoria-Geral da República, ao exercer a sua opinio delicti, não denunciou o investigado, razão pela qual, em relação a ele, não estão mais presentes os requisitos necessários à manutenção das medidas cautelares anteriormente impostas”, escreveu Moraes, em sua decisão.
O partido divulgou uma nota sobre a decisão:
“O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, recebeu com tranquilidade a decisão do ministro Alexandre de Moraes que revoga as medidas restritivas anteriormente determinadas, incluindo a proibição de contato com o presidente Jair Bolsonaro. Desde o início, Valdemar sempre confiou na Justiça e no devido processo legal, e a decisão de hoje reforça essa convicção. O PL segue seu trabalho com foco no fortalecimento da democracia e no desenvolvimento do país”, afirma o comunicado.
A proibição foi imposta em fevereiro de 2024, após uma operação da PF sobre o caso. Neste período, o único momento em que Bolsonaro e Valdemar se encontraram foi durante a missa de sétimo dia celebrada em homenagem à mãe do dirigente, em dezembro.
Neste período, os dois recorreram a táticas para evitar “esbarrões” na sede do partido, em Brasília. Em paralelo, usaram os aliados como intermediários nas decisões do partido que miram as eleições municipais deste ano e para as orientações à bancada bolsonarista do Congresso. Para não gerar implicações na Justiça, os caciques do partido passaram a avisar aos assessores quando entram e saem dos seus gabinetes, e os corredores do andar onde trabalham passaram a ter “olheiros” que alertavam para as movimentações.
Em mais de uma ocasião, Bolsonaro optou por despachar da sede do PL Mulher, localizado no mesmo centro comercial em que fica a sede principal do partido, mas um pouco mais distante da sala ocupada por Valdemar.
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