
Contas externas do Brasil têm deficit de US$ 2,2 bi em março
Investimentos diretos no país somaram US$ 5,9 bilhões
Expectativa do setor é que novos projetos comecem em breve após um período de expansão das minas já em operação
O preço do ouro, que bateu recorde este ano, a ampliação da produção de minas já em operação e as mais recentes descobertas de depósitos desse mineral em estados como Rio Grande do Norte, Pernambuco, Tocantins e Amapá continuam a atrair investimentos que devem somar mais de US$ 1,5 bilhão (R$ 8,5 bilhões) entre 2024 e 2028.
O ritmo de aportes, porém, vem perdendo fôlego. Em 2023, a previsão era de investimentos de US$ 2,8 bilhões (R$ 15,8 bilhões) até 2027.
O ouro ocupa o segundo lugar na produção mineral brasileira, atrás do minério de ferro. Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Pará, Maranhão e Goiás concentram a extração no Brasil.
O recuo verificado no investimento estimado se deve, de acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), à conclusão de vários projetos que estavam em andamento.
— Esperamos que novos projetos se iniciem em breve, mantendo o Brasil como um dos principais produtores mundiais — afirma Aline Nunes, gerente de assuntos minerários do Ibram.
É o caso da Aura Minerals. A companhia tem três projetos greenfield (começando do zero) em andamento que vão absorver R$ 2 bilhões. O montante deve permitir a ampliação da produção da Aura Minerals das atuais 270 mil onças/ano para 450 mil onças/ano já em 2025 (uma onça equivale a 28,3 gramas). Um desses projetos, o Almas, no Tocantins, já está em operação, com produção de aproximadamente 50 mil onças/ano.
Outro projeto é a mina Borborema, no Rio Grande do Norte, que está em construção e vai receber US$ 188 milhões em investimentos.
— A expectativa é que Borborema entre em operação no primeiro trimestre de 2025, com uma produção estimada entre 80 mil e 85 mil onças/ano quando estiver com capacidade plena de funcionamento — informa Rodrigo Barbosa, CEO da Aura Minerals.
No Mato Grosso, onde também já tem a mina Apoena em operação, a companhia deve iniciar a construção da mina Matupá em 2025. O montante de investimento ainda está em aberto porque os estudos geológicos estão sendo revistos. Segundo Barbosa, as pesquisas realizadas nesse local já permitem dar o pontapé inicial. Ele informa que uma das metas da companhia é chegar a produzir entre 700 mil e 1 milhão de onças anualmente:
— Gostaríamos de chegar a esse objetivo, mas isso somente quando for possível provar a existência de novos depósitos.
Barbosa lembra que, até a comprovação da existência de reservas, são necessários pelo menos de seis a oito anos de pesquisas e, até o início da produção, pelo menos mais quatro, já que há a necessidade de licenciamento ambiental, implantação e construção:
— A prospecção de ouro é extremamente intensiva em pesquisa. A Aura investe R$ 100 milhões por ano exclusivamente em pesquisa.
Outro player que vem apostando na produção de ouro, cujo preço reflete uma complexa interação de fatores, como oferta e demanda, taxa de câmbio, rentabilidade e até sentimento do mercado, é a AngloGold Ashanti. A empresa informa que os investimentos nas suas operações na América Latina este ano somam R$ 1,5 bilhão, sendo R$ 1,1 bilhão somente no Brasil.
— O investimento será utilizado para garantir o ritmo de crescimento de nossas operações com avanços tecnológicos, segurança e sustentabilidade — explica Marcelo Pereira, presidente da companhia.
Segundo ele, os recursos irão para as Operações Cuiabá, em Minas Gerais, onde a produção no primeiro semestre chegou a 129 mil onças; e nas Operações Serra Grande, em Goiás, que produziram 42 mil onças no mesmo período.
A produção nessas duas operações aumentou, nos seis primeiros meses do ano, 15,5% frente a 2023. Segundo Pereira, a maior parte dos recursos será destinada a ações de eletrificação de frota, novas frentes de desenvolvimento de lavra, aplicação em estruturas geotécnicas (gestão de barragens e pilhas de rejeitos), em processos de descaracterização (eliminação dos rejeitos), pesquisa e aumento da produção.
A companhia fechou o primeiro semestre deste ano com aumento de 10% na produção na América Latina, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Investimentos diretos no país somaram US$ 5,9 bilhões
Estimativa para o PIB é de 2% este ano
Com adicionais, valor médio do benefício está em R$ 668,73
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