ESPORTES

Brasília Game Festival agita cultura gamer neste fim de semana

17 de maio, 2025 | Por: Thaís Umbelino-Agência Brasília

Evento gratuito oferece uma programação com disputas de esportes eletrônicos, painéis temáticos, exposição de jogos, experiências imersivas e atrações culturais até este domingo (18), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães

Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

Muita diversão e competição marcaram o primeiro dia do Brasília Game Festival (BGF), nesta sexta (16), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Com 50 mil inscritos para participar dos três dias de evento, a 3ª edição oferece uma programação intensa com disputas de esportes eletrônicos (eSports), painéis temáticos, exposição de jogos, experiências imersivas e atrações culturais. Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados no site oficial do evento.

Diogo Eloi, 22, veio de São Paulo com a equipe da empresa Los Grande a fim de participar da final da Liga NFA Split 1, maior circuito independente de eSports do Brasil. Na ocasião, os participantes competem em tempo real e eliminam os adversários até alcançar a final. “Acho importante participar do evento, porque traz muita visibilidade para a gente e para nossa empresa”, observa o jovem, que atua há sete anos na área dos games.

“Tem que ter muito foco, determinação e persistência. Mas tem como entrar no mundo do game”, aconselha o jogador. A competição reunirá os 12 principais times de Free Fire do país, com partidas nos dias 16 e 17 e, no domingo (18), a grande final, que contará com premiação em dinheiro e a entrega do anel do MVP (Most Valuable Player), título concedido ao jogador mais valioso do campeonato.

Outro destaque da edição 2025 é o estande do Game Changer, projeto criado pelo DJ Alok para promover inclusão e diversidade no universo gamer. O espaço oferece uma arena free play, campeonatos solo e, no último dia, um torneio 4×4 com prêmio inédito: uma viagem para São Paulo com ingresso para o show da Áurea Tour, no Mercado Livre Arena Pacaembu, em 28 de junho.

“Tem que ter muito foco, determinação e persistência. Mas tem como entrar no mundo do game”, diz o jogador Diogo Eloi, de São Paulo

Já o brasiliense Tiago Silva, 27, veio para competir na área Just Dance, jogo eletrônico de dança, em que já foi bicampeão nas últimas edições do evento. “A BGF veio para trazer uma inovação muito grande para Brasília, porque a área gamer está muito focada aqui, principalmente o pessoal do Just Dance. É um evento muito grande, onde vem gente de todo o canto aqui: Rio, São Paulo, BH e a competição é incrível”, descreve o jogador profissional e atleta e-sports.

“O evento, além de ter entrada gratuita, tem várias áreas free play para as pessoas jogarem videogame, fliperama, no computador, tudo gratuitamente. Nós temos também palco de dança, palco de cosplay. Então vai ter de tudo para todos, é um evento para toda a família”, garante o presidente do Instituto Conecta Brasil, Eduardo Moreira, um dos responsáveis pela organização do evento.

O brasiliense Tiago Silva é bicampeão na competição de jogo eletrônico de dança

Além das competições, o festival também conta com área de exposição artística, feira gastronômica, estúdios independentes apresentando seus jogos e painéis voltados à qualificação de profissionais da indústria — incluindo o campeonato de playtest, voltado para quem deseja atuar como testador de jogos.

Brasília é referência nos games

“Brasília Game Festival traz para o nosso jovem, até para as famílias, a perspectiva do que se tornou a indústria dos games”, diz o secretário Leonardo Reisman

O DF tem se tornado polo de empresas do ramo de jogos. Em 2023, a indústria na capital movimentou R$ 10,4 milhões, com 37 empresas ativas. O setor é visto como um dos mais promissores do mercado e emprega não só desenvolvedores, cientistas e engenheiros da computação, mas também músicos, roteiristas, ilustradores, designers, dubladores e tradutores.

“Brasília já tem se consolidado nessa área e o Brasília Game Festival traz para o nosso jovem, até para as famílias, a perspectiva do que se tornou a indústria dos games. A gente tem competições e diversos projetos como a turma do Just Dance, a turma do Free Fire, além dos empreendedores da nossa cidade, as startups, os estudos locais que produzem seus próprios jogos”, destaca o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Leonardo Reisman.

Para o professor Eduardo Brasil, incluir pessoas com deficiência no universo dos games é essencial para ampliar o acesso e o senso de pertencimento

O secretário de Esporte e Lazer, Renato Junqueira, também reforça a importância do evento para o fortalecimento da economia criativa e da indústria de jogos eletrônicos no Distrito Federal. “O setor de games cresce de forma acelerada, movimenta a juventude, gera emprego e fomenta a inovação. A Secretaria de Esporte e Lazer reconhece os eSports como uma vertente legítima do esporte contemporâneo e apoia ações que ampliam o acesso, a formação e a valorização dos nossos talentos”.

A iniciativa recebe investimento de R$ 2.670.000 da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, tendo a Secretaria de Esporte e Lazer como parceira. Toda a estrutura da arena de eSports da NFA ainda conta com o suporte da Pichau, marca parceira do festival, que fornecerá computadores, monitores, periféricos e brindes exclusivos para o público.

Inclusão

O evento também se destaca por promover a inclusão, com vagas garantidas para times femininos e indígenas, ampliando a representatividade no cenário competitivo. Além disso, contempla jogos voltados para a comunidade surda e para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Entre as iniciativas de acessibilidade, está o teste de um jogo desenvolvido pelo projeto Meu Amigo Caramelo, da Escola de Comunicação e Design Digital do Instituto Infnet, no Rio de Janeiro. “Pensamos em uma atividade voltada para pessoas com TEA, mas que também pode ser aproveitada por outros públicos”, explica o professor Eduardo Brasil. Segundo ele, incluir pessoas com deficiência no universo dos games é essencial para ampliar o acesso e o senso de pertencimento.

“O jogo oferece cuidados básicos com um pet virtual, ideal para crianças que não podem ter um animal de estimação em casa. Elas criam vínculos afetivos e aprendem noções de higiene, como lavar as mãos, além de realizar atividades educativas, como jogos da memória e desafios de atenção, tudo com o mascote Caramelo e sua turma como guias nesse universo lúdico”, completa o professor.

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