POLÍTICA

Câmara Legislativa celebra 50 anos do CIL que anuncia novo idioma em 2026

18 de agosto, 2025 | Por: Francisco Espínola - Agência CLDF

Solenidade proposta pela deputada Jaqueline Silva lotou o auditório da Câmara Legislativa

Fotos: Ângelo Pignaton/Agência CLDF

A Câmara Legislativa do Distrito Federal realizou sessão solene nesta segunda-feira (18) para homenagear o Centro Interescolar de Línguas de Brasília (CIL) 01 pelos 50 anos da instituição. O encontro ocorreu por requerimento da deputada Jaqueline Silva (MDB) e reuniu representantes da comunidade escolar e da Secretaria de Educação, lotando o auditório da Câmara. Durante a solenidade, a secretária de Educação Hélvia Paranaguá anunciou que o CIL ofertará um novo idioma para seus alunos: o mandarim.

A secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, Hélvia Paranaguá, relatou parte do sucesso do CIL 01. “Sou professora de língua inglesa e sei a dificuldade que era nos anos 80, ainda fora de Brasília, dar aula com meninos de diversos níveis dentro da mesma sala na língua inglesa. Esse projeto do CIL é um sucesso. Recentemente o MEC entrou em contato comigo e pediu todo o referencial, todas as normativas da construção da escola do CIL. Passei tudo e seria muito interessante se o Brasil adotasse esse modelo de ensino de língua estrangeira moderna. O que [a professora] Nilce [fundadora do CIL] construiu foi muito mais do que um método, foi um caminho de inclusão, de igualdade e oportunidade”, declarou a secretária.

Ela completou falando sobre o programa Pontes para o mundo. “Lançamos este ano e o programa vai levar 102 estudantes para o Reino Unido que ficarão três meses, agora, de 5 de setembro até dezembro, na Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales. Em 2026 serão 400 alunos que irão para fora do país e serão das cinco línguas ofertadas pela Secretaria de Educação. As tratativas com as embaixadas estão sendo feitas para que os alunos possam conhecer [além do Reino Unido] a Alemanha, a França, a Espanha ou outro de língua hispânica, o Japão”, disse Hélvia.

A secretária de Educação Hélvia Paranagua (foto:Ângelo Pignaton/Agência CLDF)​​​​

“Agora fiz novo desafio para a diretora Doris, o mandarim, pois precisamos abrir as portas para um grande mercado que é a China”, anunciou a secretária.

Presidindo a solenidade, a deputada Jaqueline Silva falou sobre a alegria de realizar o evento. “Com muita alegria comemoramos os 50 anos do primeiro CIL do Distrito Federal. Instituição que tive a oportunidade de conhecer e ver o quanto é grandiosa. Nasci no Gama e moro em Santa Maria. Com muita resiliência, trabalho e, por meio da educação pública, cheguei ao parlamento. E nosso mandato tem o compromisso com a educação. Precisamos garantir que todos os CILs que ainda não têm sede própria, tenham e me coloco a disposição para auxiliar nisso”, destacou a deputada.

A deputada Jaqueline Silva discursa durante a sessão solene (Ângelo Pignaton/Agência CLDF)

Jaqueline finalizou falando do impacto gerado pela instituição. “Fiquei impactada ao saber que já se formaram 250 mil alunos e a direção me falou que hoje são 7 mil alunos. São 17 unidades do DF e tudo isso se dá porque tivemos a professora Nilce do Val Galante [fundadora do CIL 01, falecida em 2018] à frente, sendo ousada e corajosa. Obrigado à família por sentir todo o legado que a professora Nilce deixou para nós”, afirmou Jaqueline.

Por sua vez, a filha da fundadora do CIL 01, Vera Galante, falando em nome da família, relembrou um pouco da origem da unidade. “É uma alegria imensa estar aqui comemorando 50 anos de uma escola que foi fundada com muita briga. Não era fácil de vender a ideia, uma escola pública que funcionasse nos moldes de uma escola particular de línguas, com poucos alunos em sala, uma sala equipada com o que se tinha de melhor na época, mas saiu [do papel] e se estabeleceu. Era uma escola pública diferente e que dava resultado. Muitos alunos hoje são professores e temos alunos para todo lado. O interessante é que foi criada uma cultura de ser escola pública modelo. Até hoje é uma escola que valoriza o aluno e dá a ele o melhor que pode dar”, celebrou Vera.

Testemunhos

 Sandra Cristina de Brito, coordenadora regional de Ensino do Plano Piloto ((Ângelo Pignaton/Agência CLDF)

Já a coordenadora regional de Ensino do Plano Piloto, Sandra Cristina de Brito, relembrou que foi aluna da instituição. “Fiz CIL entre 1984 e 1987. Eu gostava de ir para lá. O CIL é uma escola que marca todas as gerações que passam por lá. Agora vamos entrar em um novo ciclo de histórias porque temos um projeto da Secretaria de Educação chamado Pontes para o mundo em que alguns alunos estão indo para o Reino Unido”, disse Sandra.

A diretora do CIL 01 de Brasília, Doris Scolmeister, disse que “é um privilégio estar à frente de uma equipe de profissionais tão qualificados e que exercem o sacerdócio de ensinar de forma tão primorosa”. Ela trouxe dados sobre a unidade. “Sabiam que hoje possuímos 7 mil alunos? Que atendemos surdos e oferecemos apoio para que eles alcancem seus objetivos? Também oferecemos português para estrangeiros e Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) para a comunidade. Hoje temos 11 ex-alunos que cursam graduação, mestrado ou estão obtendo formação dual, com estágio mais trabalho na Alemanha. Somos orgulhosos do que conquistamos e ansiosos para o que o futuro reserva”, contou Doris.

A vice-diretora do CIL 01 de Brasília, Mônica Harumi Shimizu contou que “o CIL inspirou tanto Brasília na educação que dele nasceu 25 anos depois uma cooperativa por meio da qual eu conheci o CIL e sou filha de escola pública, assim, estar trabalhando hoje no CIL me dá certeza de que a rede pública oferece sim um ensino de muita qualidade”.

(Ângelo Pignaton/Agência CLDF)

O mais antigo servidor do CIL 01, professor e coordenador de Espanhol, Geraldo Luis da Silva Barros, disse que a vida dele é toda no CIL. “Comecei como professor de espanhol no CIL em 1995, ainda de contrato temporário. Passei por um concurso em 99 e sempre estive no CIL, que faz parte da minha vida. Minha esposa e meus filhos estudaram no CIL”, afirmou Geraldo.

Já a professora de língua espanhola mais antiga do CIL 01, Luzinete Oliveira Fernandes, discorreu sobre o orgulho. “Há 25 anos faço parte do corpo docente desta instituição e nesse tempo vi gerações de estudantes descobrindo novas culturas, aprendendo novos idiomas e, principalmente, abrindo portas para um futuro cheio de oportunidades. Aprender línguas no CIL também é ganhar confiança, conquistar espaço nas melhores universidades e sonhar mais alto. É se preparar para ser cidadão e cidadã do mundo”, sentenciou a professora.

A servidora administrativa com mais tempo de serviço pelo CIL 01, Ana Lúcia Moraes de Almeida, falou sobre a honra de fazer parte dessa história. “É uma honra muito grande para mim de ter feito parte da equipe de trabalho administrativa do CIL lá no seu comecinho. Era tudo muito novo, várias experiências positivas já no seu início e fiquei por três anos. Depois de 47 anos, eu fiz concurso novamente, escolhi o CIL mais uma vez para trabalhar e [hoje] continua o sucesso de antigamente”, disse Ana Lúcia.

Como participar

(Ângelo Pignaton/Agência CLDF)

O CIL 01 oferece ensino público de línguas estrangeiras no Distrito Federal. A rede pública de educação do DF mantém 17 unidades do CIL que oferecem ensino de inglês, espanhol, francês, japonês e, apenas no CIL 01 de Brasília, alemão. Esses centros atendem estudantes do 3º ciclo do ensino fundamental, do ensino médio, da modalidade da Educação de Jovens e Adultos, todos preferencialmente da rede pública e, quando há vagas remanescentes, também da comunidade geral. São duas aulas semanais em turnos diurno e noturno. As turmas devem ter entre 14 e 18 alunos e são organizadas por níveis e ciclos de aprendizagem. As inscrições são realizadas semestralmente no site da Secretaria de Educação.

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