DESTAQUE

Caps do DF realizam mais de 200 mil atendimentos no primeiro semestre de 2025

10 de outubro, 2025 | Por: Larissa Lustosa-Agência Saúde DF

Atividades terapêuticas e de ressocialização realizadas nos Centros de Atenção Psicossocial, como o futsal, realizado em Ceilândia, fortalecem o cuidado

Celebrado nesta sexta-feira (10), o Dia Mundial da Saúde Mental visa aumentar a conscientização sobre questões da saúde mental. Somente no primeiro semestre deste ano, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) do Distrito Federal (DF) realizaram mais de 200 mil atendimentos. O número representa aumento de 11,1% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram registrados quase 180 mil procedimentos pela Secretaria de Saúde (SES-DF).

Os procedimentos incluem atendimentos individuais, em grupo e familiar, assim como acolhimento, terapias individuais e comunitárias, e outras ações voltadas à promoção da saúde mental. Atualmente, o DF conta com 18 Caps em funcionamento, distribuídos entre diferentes modalidades, de acordo com o perfil populacional, faixa etária e complexidade do cuidado. 

A subsecretária de Saúde Mental da SES-DF, Fernanda Falcomer, reforçou o compromisso da pasta com os cuidados na área. “Nosso objetivo é fortalecer a rede de atenção psicossocial e ampliar o acesso da população a serviços de qualidade, garantindo cuidado integral e contínuo em saúde mental”, destacou.

Procedimentos realizados no Caps incluem atendimentos individuais, em grupo e familiar. Só no primeiro semestre de 2025 foram mais de 200 mil em todo o DF. Foto: Matheus Oliveira/ Agência Saúde DF

No Caps Álcool e Drogas III de Ceilândia, uma das iniciativas que reforçam o bem-estar e a ressocialização dos pacientes é o grupo de futsal, criado em junho de 2024. Todas as terças-feiras, às 9h, usuários se reúnem no ginásio de esportes para treinos e partidas.

Farmacêutica e uma das treinadoras, Anna Beatriz Gomes explica que a atividade foi criada para aliar prática física e saúde mental. “Fizemos um mapeamento e percebemos que ia trazer muito bem-estar físico e mental. Também serve como espaço de ressocialização para esses pacientes. É um ambiente para se expressar, para soltar um pouco dessa energia que, às vezes, vão para coisas não tão saudáveis”, relata.

F*C*, 62 anos, é paciente da unidade há sete anos e participa do grupo de futsal desde que foi criado. Para o morador de Ceilândia, a experiência tem sido transformadora. “Eu jogava futebol de campo e de salão, mas bem pouco. Hoje, participo de todos os grupos. Minha saúde melhorou muito, em todos os sentidos. Gostei bastante desse time”, conta.

A farmacêutica e uma das treinadoras, Anna Beatriz Gomes, reforça os benefícios: “É um ambiente para se expressar, para soltar um pouco dessa energia que, às vezes, vão para coisas não tão saudáveis”. Foto: Matheus Oliveira/ Agência Saúde DF

Centros de Atenção Psicossocial

Abertos e comunitários, os Caps oferecem atendimento a pessoas com transtornos mentais graves ou persistentes, além de indivíduos em sofrimento psíquico decorrente do uso prejudicial de álcool e outras drogas. 

As equipes atuam de forma interdisciplinar, com profissionais como psiquiatras, clínicos gerais, pediatras, fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, enfermeiros e farmacêuticos, de acordo com a modalidade de cada centro.

O atendimento pode ser por demanda espontânea ou encaminhamento realizado por outros serviços da rede de saúde, assistência social, educação e justiça.

Novos investimentos

Até o início de 2027, devem ser inauguradas cinco novas unidades para reforçar o atendimento em saúde mental no DF. Dois serão destinados ao público infanto-juvenil (Capsi), no Recanto das Emas e em Ceilândia, e outros dois ao tratamento em tempo integral de distúrbios causados pelo abuso de álcool e outras drogas (Caps III AD), no Guará e Taguatinga.

Caps AD III de Ceilândia promoveu uma atividade de bem-estar e ressocialização aos pacientes por meio do grupo de futsal. Foto: Matheus Oliveira/ Agência Saúde DF

A quinta unidade será implementada no Gama, para pessoas acima de 18 anos que sofrem com transtornos mentais agudos ou crônicos. As obras do Caps III do Gama e do Capsi do Recanto já estão com 50% do andamento.

Como acessar

A porta de entrada preferencial para os pacientes de saúde mental ocorre nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), onde é feita uma avaliação inicial e o encaminhamento, quando necessário. 

Para situações de risco agudo — como ideação suicida com planejamento, tentativas em curso ou alteração grave do juízo crítico — o acesso é pelos serviços de urgência e emergência ou pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192). 

Nos casos de urgência, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e pronto-socorros dos hospitais gerais oferecem suporte. Também fazem atendimento de urgência o Hospital de Base e o pronto-socorro psiquiátrico do Hospital São Vicente de Paulo, que atua 24 horas por dia. 

*Nome ocultado para preservar a identidade do paciente

Artigos Relacionados