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Novo documento dá nova dimensão à crise no instituto e é assinado por mais de 130 profissionais das 3 principais diretorias do órgão
Em meio à crise no IBGE, 136 servidores assinam carta aberta criticando a gestão do atual presidente do instituto, Marcio Pochmann. Como antecipou o colunista do Globo Lauro Jardim, o documento foi assinado sobretudo por gerentes e coordenadores, e considera a gestão autoritária, com viés “autoritário, político e midiático”.
A carta contou com apoio de servidores de três grandes diretorias do IBGE — Diretoria de Pesquisas Econômicas; de Geociências; e de Tecnologia da Informação —, e mostra que o movimento se espalha para além do sindicato, já que não foi organizada por eles.
Para além de apenas críticas à gestão, os servidores que assinam o documento colocam em jogo o maior ativo da instituição: suas pesquisas. Para eles, a criação da Fundação IBGE+, de caráter público-privado, o maior alvo de críticas, pode colocar em risco a credibilidade dos dados apresentados pelo instituto.
“Nossa preocupação é justamente manter a qualidade e, sobretudo, a confiabilidade dos dados. Por esse motivo, a criação de uma fundação público-privada que usa o próprio nome do IBGE, sem que houvesse ampla discussão sobre os possíveis riscos à nossa autonomia e à confiabilidade dos dados, tem mobilizado intensamente e com razão nosso corpo técnico”, disseram os servidores na carta.
Segundo fontes ligadas ao instituto, a nova carta representa praticamente uma declaração de guerra e vai além de uma divergência sindical.
Na semana passada, Elizabeth Hypolito e João Hallak Neto, diretora e diretor-adjunto de Pesquisas do IBGE, a mais importante do instituto, deixarem seus cargos tendo como principal motivo para o afastamento a falta de interlocução com a presidência do órgão. Em seguida, o instituto divulgou comunicado negando crise e criticando os servidores que vão contra a criação da fundação. No comunicado, o instituto diz que pode recorrer à Justiça contra “desinformação e mentira”.
Na carta dos profissionais que atuam no instituto, os servidores expressam apoio aos diretores que pediram exoneração e ao sindicato, e respondem ao comunicado do IBGE dizendo que nunca atacaram ou levantaram mentiras sobre a instituição, mas que gostariam de ser escutados antes de medidas, como a criação da Fundação IBGE+ ou o fim do regime remoto integral, serem tomadas.
“O clima organizacional está deteriorado e as lideranças encontram sérias dificuldades para desempenhar suas funções. Por isso, não vemos outro caminho senão solicitar o apoio da sociedade e a atenção das autoridades competentes para sanar a crise instaurada”, escreveram na carta.
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