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Lula diz que ligou para presidente do TCU para ‘agradecer’ por liberação de verbas do Pé-de-Meia
O governo vinha pagando o Pé-de-Meia por meio de fundos fora do teto do arcabouço fiscal.
Material exemplifica o que o presidente vê como injustiça com o caso do biocombustível, que é de apenas 2,5% nos EUA, mas de 18% no Brasil para o produto americano
Um documento de apoio ao memorando que propõe um plano para equalizar as tarifas de importação dos Estados Unidos com as de seus parceiros comerciais, assinado nesta quinta-feira pelo presidente Donald Trump, colocou o Brasil na mira da guerra comercial, por causa do comércio de etanol. EUA e Brasil são os maiores produtores globais do biocombustível.
O material foi divulgado pela Casa Branca junto da assinatura do memorando em Washington, com argumentos a favor da elevação das tarifas americanas e “intermináveis exemplos onde os parceiros comerciais não dão aos EUA tratamento recíproco”.
O primeiro deles é o etanol brasileiro. “A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%. No entanto, o Brasil cobra uma tarifa de 18% sobre as exportações de etanol dos EUA. Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil”, diz o documento.
Ano passado, o mercado americano foi o segundo maior destino das vendas de etanol brasileiro no exterior, atrás da Coreia do Sul, segundo dados compilados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), disponíveis no site da União Nacional da Bioenergia, entidade voltada para a formação de pessoal para o setor sucroenergético.
No total, os produtores brasileiros venderam US$ 1,058 bilhão em etanol para todos os países, uma queda 34% ante 2023, puxada por um tombo nas quantidades exportadas. As importações somaram apenas US$ 94 milhões no ano passado, alta de 147% sobre 2024.
Apesar do superávit, os valores são modestos quando se compara com outros itens, como o próprio açúcar, outro dos derivados da cana, soja, milho, algodão, café, carnes, minério de ferro e petróleo.
As disputas entre produtores de etanol do Brasil e dos EUA são antigas. O Brasil é pioneiro e tem uma frota de veículos flexíveis que usam o biocombustível, fabricado a partir da cana-de-açúcar. Os americanos começaram depois, fabricando o combustível a partir do milho e, hoje, são os maiores produtores do mundo, diante da demanda por reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEE).
— Os americanos compram o etanol do Brasil porque o nosso etanol é mais limpo, é mais sustentável. O nosso etanol tem um terço, aproximadamente, da pegada de carbono, do nível de emissões de GEEs, em comparação com o etanol americano — afirmou Evandro Gussi, presidente da Única, entidade que representa os fabricantes de açúcar e etanol do país.
Mário Campos, presidente da Bioenergia Brasil, que também repreenta empresas do setor sucroenergético, lamentou que o etanol brasileiro tenha sido citado como exemplo no comunicado da Casa Branca. E lembrou que, além da menor “pegada de carbono” na produção, o Brasil se destaca pela demanda pelo biocombustível:
— Hoje, temos quase 50% de participação do etanol na nossa matriz de transportes de veículos leves.
O governo vinha pagando o Pé-de-Meia por meio de fundos fora do teto do arcabouço fiscal.
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