Acidentes com animais peçonhentos aumentam quase 12% no Distrito Federal, em 2024
15 de janeiro, 2025Primeira semana de 2025 já registra 52 notificações, sendo 85% causadas por escorpiões
Mortes caíram para nível mais baixo da série histórica, mas especialista avalia que avanço está estagnado nos últimos anos
O Ministério da Saúde divulgou, nesta quinta-feira à noite, o novo boletim epidemiológico sobre HIV/ Aids no Brasil com dados de 2023 e parciais de 2024. Os números mostram que, no ano passado, houve 46.495 novos registros de infecções pelo HIV, um aumento de 4,5% em relação a 2022. Além disso, foram 38 mil casos de Aids, 2,5% a mais que no ano anterior.
Sobre os casos de HIV e Aids, ambos os números aumentaram pelo terceiro ano consecutivo e são os mais altos desde 2019. Os registros haviam caído de forma significativa em 2020, com a restrição do acesso ao diagnóstico durante a pandemia, e voltaram a subir com a retomada dos serviços de saúde.
No entanto, Alexandre Naime Barbosa, chefe da Infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), diz que não há mais um efeito da Covid na alta de 2023.
— O aumento no número de casos novos até 2022 em relação ao início da pandemia ainda refletia a falta de testagem disponível naquele período. Mas nesse boletim agora, referente a 2023, já não temos mais um efeito da pandemia — explica o especialista em em HIV/Aids.
Os números de HIV e Aids são diferentes porque, embora o HIV seja o vírus que cause a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), hoje o tratamento antirretroviral (TARV) consegue impedir essa evolução. Por isso, nem toda pessoa que vive com HIV tem Aids.
Em relação ao perfil do novos casos, o boletim mostra que 70,7% foram entre homens; 63,2% entre pessoas pretas e pardas e 53,6% entre homens que fazem sexo com outros homens (HSH). A faixa etária com mais registros (37,1%) é a de 20 a 29 anos de idade. O perfil é semelhante ao dos casos de Aids.
Em 2024, os números parciais do documento indicam que, até junho, foram detectadas 19.928 infecções pelo HIV e 17.889 casos de Aids. Em comunicado, o Ministério da Saúde atribui o crescimento dos casos de HIV à ampliação da testagem com a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP). A estratégia envolve comprimidos diários para prevenir a infecção pelo vírus e é ofertada no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2017.
O país chegou, no final de novembro, a 109 mil pessoas usuárias da profilaxia. O número mais que dobrou em relação a 2022, quando eram 50,8 mil. De acordo com a pasta, a PrEP leva a mais diagnósticos porque, para dar início à estratégia, um dos requisitos é fazer o teste e saber se a pessoa já vive com o HIV e não sabe.
De fato, o Ministério da Saúde anunciou, com base em dados do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV e a Aids (Unaids), que o Brasil alcançou a marca de 96% das pessoas estimadas que vivem com HIV devidamente diagnosticadas em 2023, um aumento em relação aos 90% de 2022.
Mas, em relação ao impacto da PrEP, Naime Barbosa não acredita que a estratégia justifique sozinha a alta observada de novos casos em 2023. Ele cita que os números mostram “paradoxos”, já que se esperaria que a ampliação da profilaxia na verdade reduzisse as novas infecções:
— Há ganhos importantes, mas também incongruências inaceitáveis no atual cenário com tantas tecnologias disponíveis de tratamento e prevenção. Apesar do aumento da testagem poder explicar em parte o aumento dos casos de HIV, esse incremento também indica que as políticas de prevenção e de tratamento precoce precisam ser melhor otimizadas. Se por um lado a expansão de PrEP aumenta a testagem, por outro deveria reduzir os casos já que é uma estratégia de prevenção. Então é uma ferramenta que ainda precisa de muita otimização.
Na cidade de São Paulo, por exemplo, que com 26,5 mil usuários de PrEP responde por cerca de um quarto da estratégia no país, o boletim mostra que não houve um crescimento significativo de casos de HIV em 2023, como em âmbito nacional, com praticamente o mesmo número de novas infecções registrado em 2022.
Além disso, as sucessivas quedas desde o ano de implementação da profilaxia levou o município a ter a menor taxa de detecção de HIV (21,7 a cada 100 mil habitantes) entre todas as capitais do Brasil no ano passado. Em Manaus, que lidera a lista, foi quase o triplo, 63,6 casos a cada 100 mil habitantes.
Em 2023, o Brasil registrou 10.338 mortes causadas pela Aids, o menor número já registrado segundo o DataSUS, que tem dados desde 1996. No entanto, não houve uma diminuição significativa em relação a 2019, por exemplo, quando foram 10.634 vítimas fatais..
— O coeficiente de mortalidade não caiu significativamente nos últimos 4 anos, tem se mantido estável em torno de 4 óbitos/100.000 habitantes a cada ano, apesar do tratamento estar cada vez mais fácil e eficaz. Isso acontece pelo alto percentual de diagnóstico tardio, já na fase de Aids, e também em taxas altas de abandono de tratamento — avalia Naime Barbosa.
O Ministério da Saúde reconhece que um desafio é “revincular as pessoas que interromperam o tratamento ou foram abandonadas”, alegando que muitos casos de interrupção ocorreram “no último governo”, além de “disponibilizar o tratamento para todas as pessoas recém diagnosticadas para que tenham melhor qualidade de vida”.
Primeira semana de 2025 já registra 52 notificações, sendo 85% causadas por escorpiões
Programada para seguir até sexta-feira (17), operação passará por nove pontos
Versão atualizada do documento aprimora o atendimento prestado por profissionais da Secretaria de Justiça e Cidadania
Governo vai revogar norma da Receita que ampliava fiscalização de movimentações financeiras