DESTAQUE
Cientistas conseguem ‘ouvir’ um sintoma precoce do Alzheimer; entenda
21 de novembro, 2024 / Por: Agência O GloboNovo dispositivo, foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Dartmouth e da École de Technologie Supérieure
Ao longo dos anos cientistas têm procurado maneiras de detectar sinais de Alzheimer de forma precoce, para facilitar seu tratamento. Recentemente, pesquisadores da Universidade de Dartmouth, nos Estados Unidos, e da École de Technologie Supérieure, no Canadá, desenvolveram um dispositivo que consegue “ouvir” as vibrações provocadas por movimentos oculares e, assim, rastrear a doença.
Durante a leitura de um texto os olhos realizam um movimento chamada sacada ocular (que permite a absorção de informações), o qual produz produz pequenas vibrações nos tímpanos. O aparelho intra-auricular, que lembra um fone de ouvido, traduz esses movimentos em uma mensagem e permite que ela captada por um pequeno microfone.
Dessa forma, os pesquisadores conseguem distinguir o sinal provindo de alguém que está em fases iniciais do Alzheimer.
“Os movimentos oculares são fascinantes, pois são alguns dos movimentos mais rápidos e precisos do corpo humano, portanto, eles dependem tanto de excelentes habilidades motoras quanto do funcionamento cognitivo”, aponta o pesquisador Arian Shamei, da École de Technologie Supérieure, em comunicado.
Contudo, o dispositivo criado pela equipe ainda está em fase de testes. Para realizar os experimentos, foram reunidos dois grupos: um de 35 pacientes com Alzheimer precoce ou comprometimento cognitivo leve e outro com 35 participantes de controle sem Alzheimer ou declínio cognitivo.
“Nosso objetivo é desenvolver algoritmos de monitoramento de saúde para aparelhos auditivos, capazes de monitoramento contínuo e de longo prazo, além de detecção precoce de doenças”, afirma Miriam Boutros, pesquisadora da École de Technologie Supérieure, que apresentou a pesquisa na conferência da Acoustical Society of America (Sociedade Acústica dos Estados Unidos) esta semana.
Estudos anteriores mostraram que os olhos de pessoas com Alzheimer, e outros tipos de demências, tendem a mudar a partir da degeneração do cérebro. Nas sacadas, em particular, essas mudanças fica mais evidentes. Geralmente, aqueles que são acometidos apresentam maior dificuldade para mover o olhar em direção a objetos que estejam na periferia de sua visão de maneira rápida.