SAÚDE
Cientistas do MIT criam faixa de cabeça que ajuda as pessoas a dormirem, alinhando sinais de áudio com ondas cerebrais; entenda
26 de setembro, 2024 / Por: Agência O GloboA empresa, chamada de Elemind, foi fundada por professores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT)
Uma startup está usando uma faixa na cabeça que permite as pessoas dormirem mais rapidamente e com mais qualidade. O dispositivo usa eletroencefalograma (EEG) que emite estimulação acústica alinhada com as ondas cerebrais das pessoas para colocá-las em um estado de sono.
A empresa, chamada de Elemind, foi fundada por professores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), e publicou um pequeno estudo de adultos com insônia no início do sono, mostrando que 30 minutos de estimulação do dispositivo diminuíram o tempo que eles levavam para adormecer em 10 a 15 minutos.
A equipe da Elemind acredita que seu dispositivo oferece diversas vantagens em relação aos remédios para dormir que podem causar efeitos colaterais e dependência.
“Queríamos criar uma opção não química para pessoas que queriam dormir bem e sem efeitos colaterais, para que pudessem obter todos os benefícios do sono natural sem os riscos. Achamos que muitas pessoas se beneficiariam com este dispositivo, seja uma mãe que amamenta e não quer tomar remédios para dormir, alguém que viaja através de fusos horários e quer combater o jet lag ou alguém que simplesmente quer melhorar seu desempenho no dia seguinte e sentir que tem mais controle sobre seu sono”, afirma Meredith Perry, CEO da Elemind.
O dispositivo começou a ser criado em 2021, quando os pesquisadores publicaram um artigo mostrando que eles poderiam usar estimulação elétrica de fora do crânio para suprimir a síndrome do tremor essencial, o distúrbio de movimento adulto mais comum.
Os resultados foram satisfatórios e eles decidiram provar que a mesma abordagem poderia funcionar com o sono. Eles então desenvolveram um sistema para fornecer pulsos auditivos cronometrados para promover ou suprimir oscilações alfa no cérebro, que são elevadas na insônia.
O atual dispositivo, que pode ser colocado como uma faixa na cabeça, mede ondas cerebrais por meio de EEG e alimenta os resultados nos algoritmos proprietários da Elemind, que são usados para gerar áudio dinamicamente por meio de um driver de condução óssea. Quando o dispositivo detecta que alguém está dormindo, o áudio é lentamente reduzido.
“Temos uma teoria de que o som que tocamos dispara uma resposta evocada auditiva no cérebro. Isso significa que fazemos seu córtex auditivo basicamente liberar essa explosão de voltagem que varre seu cérebro e interfere em outras regiões. Algumas pessoas que usaram Elemind o chamam de bloqueador cerebral. Para pessoas que ruminam muito antes de dormir, seus cérebros estão ativamente funcionando. Isso encoraja seus cérebros a se acalmarem”, diz o professor do MIT e um dos fundadores do dispositivo, David Wang.
A Elemind estabeleceu uma colaboração com oito universidades que permite aos pesquisadores explorar a eficácia da abordagem da empresa em uma variedade de casos de uso, desde tremores até formação de memória, progressão do Alzheimer e muito mais.
“Não estamos apenas desenvolvendo este produto, mas também avançando no campo da neurociência ao coletar dados de alta resolução para, com sorte, ajudar outros a conduzir novas pesquisas”, diz Wang.
Pesquisadores da Universidade McGill, por exemplo, descobriram que usar a estimulação acústica da Elemind durante o sono aumentou a atividade em áreas do córtex relacionadas à função motora e melhorou o desempenho de adultos saudáveis em tarefas de memória. Outros estudos mostraram que a abordagem pode ser usada para reduzir tremores essenciais em pacientes e melhorar a recuperação da sedação.