A polêmica envolvendo Claudia Raia e um espectador de sua peça, Rodolfo, rendeu. A atriz contou nas redes sociais que pediu desculpas para o homem e o convidou para gravar um vídeo sobre acessibilidade no teatro. Há cerca se uma semana, ele foi constrangido pela atriz enquanto usava audiodescrição durante o espetáculo “Cenas da menopausa”.

“Recentemente, durante uma apresentação do meu espetáculo, um espectador, o Rodolfo, viveu uma situação de constrangimento enquanto usava o recurso de audiodescrição na plateia. Eu não fui informada pela minha produção de que o recurso estava sendo usado e achei que o espectador estava usando celular durante o espetáculo, o que atrapalha os outros e a concentração de nós, atores”, explicou ela no início do vídeo compartilhado no feed de seu Instagram.

A atriz falou, então, que pediu “desculpas sinceras” para Rodolfo, bem como a “qualquer pessoa que já tenha se sentido desconfortável em um espaço que deveria ser de inclusão, diversidade, acolhimento e magia, como o teatro”. Depois, Claudia foi estudar sobre o assunto. Ela teve a ajuda do consultor de acessibilidade em projetos culturais Maurício Spinnelli e convidou Rodolfo para o vídeo. O espectador falou sobre ter aceitado o convite da atriz:

“Quando a Claudia me procurou eu vi uma oportunidade de ampliar esse diálogo. Acessibilidade não é um favor, é um direito. É o que garante que todos possam desfrutar de arte, cultura e o lazer. Estamos falando de pessoas com deficiência visual, auditiva, mobilidade reduzida, pessoas no espectro autista, uma diversidade de públicos que enriquece qualquer plateia. Ir ao teatro é uma experiência completa e todos merecem vivê-la”.

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Claudia diz que tantos os teatros, quanto as pessoas e as produções precisam estar “preparados para orientar e para proporcionar a melhor experiência para todos”. Em seguida, Rodolfo e sua companheira, Monique, listam formas de tornar um espetáculo acessível, como a audiodescrição, que ele usou no dia da peça da atriz.

“De nada adianta ter a estrutura, se a equipe e o público não estiverem preparados para lidar com a diversidade. Isso significa treinar bilheteiros, recepcionistas e seguranças, para oferecer um atendimento inclusivo e sem preconceitos. Saber orientar uma pessoa cega, se comunicar com uma pessoa surda, e entender que recursos de acessibilidade são parte do espetáculo”, diz Monique.

Ao finalizar o vídeo, Claudia Raia fala: “Meu recado para o público, que também poderia ter cometido o mesmo erro, é: se você vir alguém usando um fone ou outro recurso, lembre-se que aquilo é o acesso daquela pessoa à arte (…). E para a produtora, é que é importante que o elenco esteja ciente, e que todos sejam bem orientados sobre o uso do celular e suas restrições”.

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Constrangimento no dia do espetáculo

No dia 14 de setembro, o perfil de Rodolfo e Monique publicou uma postagem relatando o ocorrido. No texto, o homem diz que em um certo momento de interação com a plateia, Claudia Raia apontou para ele e pediu para que tirasse os fones. “Acreditando que eu estava sendo desrespeitoso em ficar com o celular na mão”, completou.

Rodolfo, então, afirmou que “olhares negativos” logo surgiram direto para ele. Após esse momento, diz o espectador, Jarbas Homem de Mello tentou contornar a situação, explicando que se tratava de audiodescrição. O homem afirmou ainda que “o constrangimento foi grande” e continou:

“Nem mesmo a protagonista em cena, com a grandeza da sua influência, soube apoiar e dar voz a esse movimento tão importante para ampliar o acesso das pessoas ao teatro, que em nosso país já é restrito. Esse acontecimento mostra algo maior: a inclusão ainda é uma cortina que insiste em se fechar, não só no teatro, mas na vida em sociedade”.

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A postagem foi curtida por quase 10 mil perfis no Instagram. Algum tempo depois, ele atualizou a história e contou que a atriz pediu desculpas em uma conversa privada, além de ter falado sobre o assunto no story de seu perfil:

“Queremos agradecer todo o carinho e solidariedade que recebemos de vocês! Seguimos acreditando que momentos como esse podem virar aprendizado e que a acessibilidade no teatro precisa ganhar cada vez mais espaço porque ela é a chave para que todos possam ter acesso a cultura no nosso país”.

Quando falou sobre o momento no story, a artista disse ter havido “um mal-entendido muito chato”.

“Um espectador portador de deficiência com baixa acuidade visual, o querido Rodolfo, estava usando o recurso de autodescrição pelo aplicativo, mas eu não fui avisada de que esse sistema estava funcionando. Por isso acabei entendendo errado a situação toda e eu chamei a atenção dele. Já falei com o Rodolfo, e com a Monique, e os convidei para voltarem em outra sessão junto de amigos para que sejam recebidos com todo o carinho, como eu trato o meu público. Eu quero me reparar, de coração, com o Rodolfo”, falou Claudia.

BS20250923073033.1 – https://extra.globo.com/entretenimento/noticia/2025/09/claudia-raia-faz-video-sobre-acessibilidade-apos-polemica-com-espectador-de-sua-peca-importante-que-todos-sejam-bem-orientados.ghtml