POLÍTICA

CLDF homenageia Conselho de Direitos da Mulher

25 de março, 2025 | Por: Daniela Reis - Agência CLDF

Encontro fez balanço sobre conquistas recentes e desafios que ainda se impõem

Foto: Carolina Curi/ Agência CLDF

Na sessão solene que celebrou o Conselho de Direitos da Mulher do Distrito Federal (CDM-DF), Lúcia Bessa —  conselheira do CDM representante da sociedade civil pela Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica — relembrou quando sua filha Beatriz, aos 4 anos, encarou a mãe que estava pronta para sair e disse: “Já sei o que você vai fazer, mamãe, você vai lutar para construir um mundo melhor pra mim”. A memória sintetiza uma das missões mais destacadas pela mesa do evento nesta segunda-feira (24): a força da luta feminina em prol de um mundo melhor para essa e futuras gerações de mulheres. O encontro, presidido pela deputada Dayse Amarilio (PSB), contou também com a participação da procuradora especial das mulheres da CLDF, Paula Belmonte (Cidadania).

“Em 37 anos, o Conselho de Direitos da Mulher do DF tem uma trajetória marcada pelo diálogo, pela luta e pelo direito das mulheres. Foi constituído com o objetivo de ser um espaço estratégico para que a gente pudesse propor, acompanhar e fiscalizar o direito e as políticas públicas voltados para as mulheres”, contextualizou Dayse Amarilio na abertura do evento.

Secretária-executiva do Conselho Nacional do Direito da Mulher, Rosana Mota demonstrou o impacto dessas instituições enquanto narrava a própria história. Ao trabalhar na primeira secretaria de políticas das mulheres implantada em Recife, no mandato do então governador Eduardo Campos, compreendeu as garantias de que dispunha, mas não acessava. “Foi naquele espaço que eu aprendi que tinha direitos, e não só obrigações. Eu comecei a entender também que eu sou uma mulher negra, que eu sou uma mãe solo”, rememorou. “Nós, mulheres, estamos frente a um grande desafio: a violência crescente, que nos atravessa, atravessa a nossa família e, se a gente descuidar, atravessa o nosso futuro”, alertou.

Na mesma linha, Paula Belmonte relatou o espanto com o volume de denúncias que a Procuradoria da Mulher da Casa recebeu na última semana, a primeira da deputada no cargo de procuradora. Entre registros que apontam casos de gravidez precoce e de exploração sexual de menores em feiras, ela apontou a necessidade de que a política das mulheres no DF seja de transformação. “Nós sofremos muitas violências, física, sexual, patrimonial e a falta de igualdade de oportunidades”, analisou sem deixar de vislumbrar saídas para tais situações: “Acredito que tendo renda, oportunidade de empreender, as mulheres podem promover mudanças”, completou Belmonte.

Secretária de Estado da Mulher no DF e presidente do CDM, Giselle Ferreira mencionou os desafios mais urgentes, como o enfrentamento ao feminicídio, e relembrou vítimas desse crime, adicionado ao Código Penal brasileiro em 2015. “Nós estamos aqui por nossas Vitórias, nossas Valderias, nossas Marias. Só vamos comemorar quando tivermos feminicídio zero, porque é inadmissível”, declarou.

Já a vice-presidente do CDM, Ivonice Ares Campos, identificou motivos para festejar. “Este dia é de celebração. Celebração de olhar pro lado e saber que temos uma legislação competente. Avançamos muito. Se a gente pensar que só nos anos 1990 as políticas se moveram para olhar e pensar o que estava acontecendo no âmbito dos lares, das famílias… Até então estávamos amedrontadas, sem nos sentirmos protegidas, confiávamos em nós mesmas apenas”. Para concluir, Campos apresentou um dos princípios que rege o CDM: onde uma está, todas estão.

Ao final da solenidade, distribuíram-se moções de louvor a diversas mulheres presentes em razão da relevância de serviços prestados a Brasília. 

Mês da mulher 

Em consonância com o 8 de março, Dia Internacional da Mulher, neste mês a CLDF realizou uma série de ações voltadas ao público feminino. Por iniciativa da Procuradora da Mulher, a Casa promoveu uma semana dedicada ao público feminino do dia 17 ao 20, com serviços gratuitos, palestras e atividades diversas. A CLDF também lançou, na última quarta-feira (19), o Observatório da Mulher, ferramenta dedicada ao monitoramento, coleta e análise de dados a respeito da participação feminina na política, no mercado de trabalho e dos índices de violência de gênero no DF. Além disso, no dia seguinte (20), um ciclo de palestras de mulheres dedicou-se a inspirar a plateia.

Acompanhe informações em tempo real da Câmara Legislativa.
Siga o perfil @comunicacldf!

Acompanhe informações em tempo real da Câmara Legislativa.
Siga o perfil @cldfoficial.bsky.social!

Acompanhe informações em tempo real da Câmara Legislativa.
Siga o perfil @cldfnoticias!

Artigos Relacionados