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Estimativas trilionárias contemplam a apenas descarbonização do setor, com redirecionamento dos investimentos em combustíveis fósseis para fontes de energia limpa
O financiamento à transição energética é uma das questões centrais quando se discute ações para conter mudanças climáticas. Item relevante da agenda do G20 e do B20 (o fórum empresarial dos países do grupo que reúne as 20 maiores economias globais), o processo para conter o aquecimento do planeta em até 1,5°C demandará cerca de US$ 5,7 trilhões (R$ 31,29 trilhões) anuais até 2030, de acordo com a Irena, a Agência Internacional para as Energias Renováveis.
As estimativas contemplam a descarbonização do setor, com redirecionamento dos investimentos em combustíveis fósseis para fontes de energia limpa. Na mesa de negociações e decisões, o jogo de força é sobre a origem e destino desses recursos, considerando a atual disputa dos mercados globais por mais capital. Nesse cenário, o Brasil, segundo especialistas, tem vantagens comparativas em relação aos demais países.
Um dos passos nessa direção foi dado com o lançamento da Política Nacional de Transição Energética, em agosto, que trabalha com valores de cerca de R$ 2 trilhões em dez anos, destinados à energia elétrica limpa e renovável, aos combustíveis de baixo carbono e à mineração sustentável para a transição energética.
— Há pouca atenção para a realidade da América Latina e do Brasil, que tem potencial de contribuição para a transição ecológica global, oferecendo soluções para o mundo — diz Luciana Antonini Ribeiro, líder da força-tarefa de finanças e infraestrutura no B20.
Amanda Schutze, coordenadora e cofundadora do FGV Clima, enfatiza que as ações nacionais devem visar a exportação de energia renovável a partir de tecnologias inovadoras, como a do hidrogênio verde, de armazenamento de energia e de captura e armazenamento de carbono.
— O setor público tem responsabilidade em prover o ambiente para que o setor privado consiga atuar. No Brasil, vamos precisar de centenas de bilhões de dólares para os próximos 20 anos — afirma.
Sobre novas tecnologias, Luiz Paulo Assis, da Deloitte, consultoria que assessora o B20, observa que a substituição de combustível fóssil por hidrogênio vai requerer dezenas de bilhões de reais investidos em uma única unidade.
Questões como essas levaram o Ministério de Minas e Energia a firmar parceria com a Fundação Getúlio Vargas para a criação de um centro de estudos para dar apoio técnico ao Plano Nacional de Transição Energética.
— Temos uma lacuna de financiamento para os objetivos da transição e o financiamento é parte importante — diz Fabrizio Panzini, diretor da Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio).
Há, no entanto, um caminho a percorrer. Pesquisa realizada pela Amcham entre 120 empresas revelou o uso reduzido de financiamento. Do total, 57,9% não haviam utilizado linhas voltadas à sustentabilidade, mas, entre as que buscaram tais recursos (21%), predominaram os projetos de energia de baixo carbono.
Na presidência do G20 este ano, o Brasil defende a ampliação dos recursos para transição energética nas nações em desenvolvimento, via capital externo e interno privado, recursos de bancos multilaterais e de fundos climáticos.
— Colocamos como prioridade um no grupo de finanças sustentáveis a ideia de impulsionar uma transformação nos fundos. A partir do endosso do G20 ao relatório, vamos iniciar o processo junto aos fundos para implementar as mudanças e fazer com que, o quanto antes, os recursos cheguem na ponta — diz Ivan Oliveira, coordenador do grupo de trabalho de finanças sustentáveis do G20 (SFWG) e subsecretário de Financiamento ao Desenvolvimento Sustentável do Ministério da Fazenda.
Oliveira refere-se ao documento elaborado pelo grupo e entregue ao G20 na segunda semana de setembro, reforçando a necessidade da presença dos quatro grandes fundos climáticos globais no financiamento à transição climática. Reunidos, os quatro — Green Climate Fund, Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environment Facility), Adaptation Fund e Climate Investment Fund (CIF) — contam com US$ 30 bilhões (R$ 164,70 bilhões) para os próximos cinco anos a serem aplicados em países em desenvolvimento. Segundo ele, ter acesso a outras fontes de recursos é fundamental.
O grupo criado pela força-tarefa de finanças sustentáveis é formado por 12 especialistas, responsáveis pela elaboração de recomendações para melhorar a arquitetura financeira climática.
Um bom exemplo do poder de alavancagem desses fundos ocorreu no ano passado no Brasil, com os US$ 35 milhões (R$ 192,15 bilhões) aplicados pelo CIF na infraestrutura do polo de Pecém para produção de hidrogênio verde. A partir daí, foi possível alavancar cerca de US$ 8 bilhões (R$ 43,92 bilhões) em investimento privado, com custos reduzidos. O exemplo mostra onde os grupos do G20 querem chegar.
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