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Cúpula do partido apoia junção partidos, mas lideranças estaduais veem dificuldades de acomodar interesses
Com uma série de divisões internas e ainda sem definir se estará ao lado do presidente Lula em 2026, o União Brasil vem se afastando da formação de uma “superfederação” com PP e Republicanos e de incorporar o PSDB, que busca uma legenda maior para se unir.
Ainda que integrantes das cúpulas de PP e União Brasil sejam favoráveis à aliança, dirigentes dos partidos envolvidos nas negociações passaram a ver a possibilidade com mais ceticismo. No Republicanos, a hipótese já era encarada há mais tempo com ressalvas.
O presidente do União Brasil, Antonio Rueda, e o secretário-geral da sigla, ACM Neto, são entusiastas da federação que se tornaria a maior força do Congresso, com 153 deputados e 17 senadores. O olhar de dirigentes estaduais, no entanto, explicita as barreiras para o acordo avançar.
Líderes locais do União Brasil avaliam não ser possível acomodar os diferentes interesses das legendas em cada unidade da federação. O argumento é de que são três partidos grandes, de tamanho semelhante, e seria difícil escolher quem comandaria a federação em estados importantes, como Rio e São Paulo.
Para Rueda, porém, são questões possíveis de superar por meio de uma boa “governança”.
— Vai ter discussão porque vai ter três partidos que vão querer, por óbvio, (comandar) em cada estado. (Mas) Se implementa uma governança muito forte para os três partidos continuarem a ter relevância a nível nacional e a nível estadual. É a saída que a gente propõe para todo mundo ficar bem colocado — afirma o presidente do União.
Rueda se reuniu recentemente com o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e com o líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), provável novo presidente da Câmara, para tratar do assunto. Uma nova rodada de conversas está prevista para ocorrer após a volta dos trabalhos do Legislativo, em fevereiro.
Na visão de integrantes do União, contudo, há questões internas para serem resolvidas antes. Uma das principais discussões é se o partido terá uma candidatura de oposição em 2026 ou se vai se manter na base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O partido na Câmara indicou os ministros do Turismo, Celso Sabino, e das Comunicações, Juscelino Filho, enquanto o senador Davi Alcolumbre (União-AP), favorito para comandar o Senado, apadrinhou a escolha de Waldez Goes para o Ministério da Integração Nacional. Por outro lado, a cúpula nacional do partido é próxima do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e já marcou um pré-lançamento de sua candidatura para março.
O racha entre governistas e oposição no União também tem deixado indefinido quem será o líder da sigla na Câmara em 2025. Os deputados tentaram fazer a escolha em dezembro, mas agora o tema só será retomado em fevereiro.
Do lado do PSDB, a percepção é de que uma federação que envolva o União Brasil dificilmente sairia do papel. O presidente do partido é Marconi Perillo, ex-governador de Goiás e adversário histórico de Caiado no estado.
— Mais favorável (para uma aliança com) outros partidos. Com Caiado, impossível — disse Perillo quando questionado sobre o assunto.
As federações impõem uma aliança eleitoral nos âmbitos municipal, estadual e nacional, além de obrigar os partidos a agirem como um só no Congresso por no mínimo quatro anos.
As legendas passaram a buscar o instrumento para escapar dos efeitos da cláusula de desempenho, que limita acesso a recursos públicos e tempo de propaganda na TV. O PSDB avalia até mesmo a possibilidade de ser incorporado a outras legendas maiores, como PSD, MDB e Republicanos, caso não consiga se juntar a uma federação relevante para continuar existindo como partido independente.
Já no caso do União Brasil, PP e Republicanos, que não correm risco de descumprir a cláusula de desempenho, o objetivo é se fortalecer eleitoralmente e ter protagonismo na montagem de chapas para as eleições, além de aumentar o poder de barganha no Congresso.
Uma alternativa estudada caso a federação não dê certo é construir blocos parlamentares na Câmara e no Senado, o que não amarraria as legendas em um compromisso eleitoral em todo o Brasil, mas reforçaria o poder de barganha por cargos no Congresso.
Considerando o número atual das bancadas, uma federação com os três partidos do Centrão reuniria 157 deputados federais. Políticos que defendem a federação, no entanto, avaliam que há potencial para que o grupo passe de 200 deputados se a ideia for de fato implementada.
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