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Complexo do DF reaproveita 38 mil toneladas de resíduos

21 de outubro, 2024 / Por: Agência Brasília

Equipamento criado em 2020 melhora condições de trabalho dos catadores do antigo Lixão

Complexo do DF reaproveita 38 mil toneladas de resíduos
Obra com investimento de R$ 21 milhões beneficiou diretamente 375 pessoas que trabalham no CIR - Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

O antigo Lixão da Estrutural, que por décadas foi cenário de trabalho árduo e precário para catadores de materiais recicláveis, agora é uma memória distante para aqueles que atuam no maior complexo de reciclagem da América Latina. Localizado a poucos quilômetros de onde o hoje desativado aterro sanitário funcionava, também na Cidade Estrutural, está o Complexo Integrado de Reciclagem do Distrito Federal (CIR-DF) – um dos mais modernos equipamentos públicos de reciclagem do país.

Construído e entregue pelo Governo do Distrito Federal (GDF) em dezembro de 2020, o espaço está situado em um terreno de 80 mil m² e tem capacidade para processar até 5 mil toneladas de resíduos por mês. Na ocasião, foram investidos R$ 21 milhões na construção do complexo, cuja gestão é compartilhada entre o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), a Secretaria de Meio Ambiente (Sema-DF), a Central das Cooperativas de Materiais Recicláveis do DF (Centcoop) e as associações de catadores que atuam no local.


Um dos mais modernos equipamentos públicos de reciclagem do país, construído e entregue pelo governo de ibaneis rocha, o cir-df, na estrutural, conta com 375 trabalhadores diretos no local.


Desde sua inauguração, o equipamento já garantiu o reaproveitamento de mais de 38,2 mil toneladas de recicláveis. “Graças a este importante equipamento público, temos conseguido reintroduzir esses materiais na cadeia de reciclagem. São toneladas de resíduos saindo todos os meses desse complexo e retornando ao setor produtivo, ou seja, voltando para as indústrias”, ressalta o chefe da Assessoria de Políticas Públicas da Sema, Glauco Amorim.

O CIR opera com duas Centrais de Triagem e Reciclagem (CTRs) e uma Central de Comercialização (CC). Todo o processo se inicia ainda nas CTRs, onde o material coletado seletivamente é separado, classificado, prensado e pesado. Em seguida, é encaminhado para a CC, onde passa pelas etapas de beneficiamento, estocagem e preparação para a comercialização.

IMPACTO SOCIAL

O fechamento do antigo Lixão da Estrutural, em 2018, pelo SLU trouxe benefícios para o meio ambiente e para os catadores que trabalhavam no local em condições precárias e insalubres. Eles passaram a integrar o processo produtivo da reciclagem, como prevê a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), por meio da contratação do serviço de triagem das cooperativas e associações formadas exclusivamente por catadores.

Sendo assim, além de revolucionar a forma como o Distrito Federal lida com o reaproveitamento de resíduos, o Complexo Integrado de Reciclagem trouxe dignidade e melhores condições de trabalho aos catadores que, graças à inauguração do espaço, podem atuar longe dos riscos e da insalubridade do antigo lixão.

“Para ter contrato com o governo, é preciso estar formalmente constituído e isso traz um ganho enorme para esses catadores, porque garante o acesso desses catadores a direitos básicos trabalhistas, como por exemplo o pagamento de INSS. Só isso já garantiu a vários dos nossos catadores o direito a uma aposentadoria digna”, explica Francisco Mendes, chefe da Unidade de Sustentabilidade e Mobilização Social (Usmob) da Diretoria Técnica do SLU.

Atualmente, o DF possui mil catadores vinculados a uma das 31 cooperativas que mantêm 42 contratos para prestação de serviços junto ao governo. Deste total, 375 trabalham exclusivamente no CIR, sendo que 70% desses profissionais são mulheres.

Somado aos benefícios trabalhistas, os catadores também são compensados financeiramente pela comercialização dos recicláveis. Neste ano, de janeiro a junho, a atuação dos profissionais garantiu a separação de 5,7 mil toneladas de materiais, que retornaram ao setor produtivo, implicando um ganho financeiro de R$ 3.421.156,72 às empresas.