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Aos 63 anos, Brasília tem sua identidade e variedade linguística que se renovam e se fortalecem ano após ano Brasília chega aos 63 anos e segue expandindo sua população e raízes para além das asas e eixos do Plano Piloto. Um crescimento que não se restringe a novas quadras, bairros e cidades, mas também a …
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Aos 63 anos, Brasília tem sua identidade e variedade linguística que se renovam e se fortalecem ano após ano
Brasília chega aos 63 anos e segue expandindo sua população e raízes para além das asas e eixos do Plano Piloto. Um crescimento que não se restringe a novas quadras, bairros e cidades, mas também a uma identidade e uma variedade linguística próprias, ou seja, o fortalecimento de um dialeto brasiliense.
Foto: Divulgação//Agência Brasília
“Já temos uma variedade linguística que chamamos de dialeto brasiliense. Essa variedade surgiu primeiro da difusão de vários dialetos e formas de falar e algumas dessas formas foram selecionadas e focalizadas”Dra. Rosineide Magalhães de Sousa, sociolinguista e professora do Departamento de Línguas do campus de Planaltina da UnB
Esse dialeto está, claro, na boca do povo, mas é também tema de estudos acadêmicos e está presente em poesias, música e arte. A Brasília do “véi”, do “tá ligado”, do “paia”, do “camelo” é fruto da característica brasiliense de reunir povos, culturas e sotaques, e que você pode testar ao final desta matéria.
Segundo a sociolinguista e professora brasiliense Rosineide Magalhães de Sousa, do Departamento de Línguas do campus de Planaltina da Universidade de Brasília (UnB), a capital tem sua forma de falar e expressar bem definidas.
“Já temos uma variedade linguística que chamamos de dialeto brasiliense. Essa variedade surgiu primeiro da difusão de vários dialetos e formas de falar e algumas dessas formas foram selecionadas e focalizadas”, explica.
E não é só nas expressões, mas também na forma de falar. O brasiliense não costuma carregar a pronúncia do “R” nem do “S”. Com as vogais, também há diferenças para outras regiões do país. Aqui, não se puxa o “A” na palavra verdade, por exemplo.
Segundo a professora Rosineide Magalhães, o brasiliense tem a tendência de usar uma vogal média e não puxa para o “E”, como os sulistas. “Houve uma focalização nos sotaques dos nordestinos, dos mineiros, de pessoas do Sul e nessa seleção dessas seis décadas chegamos a uma forma de falar que tem o ‘R’ suavizado, tem o ‘S’ que não é puxado e temos essa vogais de média para alta”, observa.
No campo das expressões tipicamente brasilienses, há aquelas que nasceram e desapareceram, as que foram substituídas e as que vieram para ficar. O “camelo” virou “bike” para os mais jovens, mas foi eternizado pela Legião Urbana na música Eduardo e Mônica.
Também se perderam pelo caminho ou enfraqueceram gírias como “canal”, que é a forma de se comunicar, e “rangar”, que nada mais é do que comer, e teve mais força nas décadas de 1980 e 1990. Mas se tem uma gíria que veio para ficar é o “véi”, talvez uma das maiores expressões da capital.
“O ‘véi’ dura até hoje. Ele vem do falar caipira, só que aqui não tem esse significado. Ele é utilizado para estabelecer uma relação de proximidade com o outro. O pessoal da geração de 1980, 1990 e 2000 usa o “chegado”, mas o ‘véi’ ficou pela questão da proximidade com o colega ou a colega. Outra expressão que ficou é o tu, sem concordância. Esse tu é como se usasse para uma pessoa próxima, uma gíria marcada pela proximidade”, explica a professora.
Para o historiador e pesquisador Marcelo José Domingos, o “véi” é um patrimônio local e ajuda a entender a identidade brasiliense. “Todo mundo fala velho e aqui falamos véi. É o sotaque e o nome que damos aos lugares que formam a nossa identidade, que ajudam a entender que Brasília é diferente das demais cidades, mas tem sim suas raízes”, destaca o historiador.
Nesse mesmo tom, Marcelo José Domingos rebate um “lugar comum” de que Brasília não tem esquinas nem identidade. “Desde o momento que colocamos brasileiros de todos os cantos em um mesmo lugar e eles conseguem se entender com os sotaques mais diferentes, nós temos uma identidade sendo feita e bem-definida. Isso ocorre justamente por entendermos quando falamos Rua da Igrejinha ou Eixão, por exemplo”, diz.
A capital também é cravada em outras linhas textuais. O poeta mato-grossense Nicolas Behr é uma das pessoas que mais soube falar e ainda tem a dizer sobre Brasília. Ele chegou à capital com 14 anos de idade, em 1974. Desde então, dedicou-se a escrever, publicar e falar sobre a cidade que ama de paixão. Em uma de suas publicações, “Brasília-z Cidade Palavra”, Nico, como é carinhosamente chamado, entrega em um livro poético 255 verbetes fundamentais para entender e amar Brasília.
Em seu livro, o poeta explica, por exemplo, o porquê do Balão do Aeroporto de Brasília ser chamado de Balão da Dona Sarah ou Bambolê da Dona Sarah, por se tratar de uma homenagem à ex-primeira dama do Brasil, Sarah Kubitschek.
Também explica que Cabeças não é uma reunião dessa parte do corpo de várias pessoas, e sim uma série de concertos culturais que marcaram as décadas de 1970 e 1980 na Asa Sul. E que Babilônia está longe de ser uma cidade localizada na antiga Mesopotâmia, e sim as únicas quadras comerciais do Plano Piloto com ligação subterrânea, na 205 e 206 Norte.
Agora que você aprendeu um pouco sobre o dialeto brasiliense, que tal testar seu conhecimento?
Aruc: sinônimo de samba, a Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro é a única escola octacampeã seguida no DF. É, também, o mais autêntico reduto carnavalesco de Brasília, formado em 1960 por funcionários públicos vindos do Rio de Janeiro.
Babilônia: assim são chamadas as únicas quadras comerciais do Plano Piloto com ligação subterrânea. Elas ficam na 205 e 206 Norte.
Balão da Dona Sarah: o balão do aeroporto de Brasília homenageia Dona Sarah Kubitschek, e por isso é chamado de Balão da Dona Sarah ou simplesmente Bambolê de Dona Sarah, ex-primeira dama notadamente conhecida pelo apreço por flores.
Baú: ou busão, expressão para se referir a ônibus do transporte público.
Boto fé: expressão para concordar com alguém ou apoiar.
Cabeças: os Concertos Cabeças aconteceram entre as décadas de 1970 e 1980, no comércio da 311 Sul, onde a comunidade reunia-se para apreciar música e poesia.
Cabuloso: algo considerado surpreendente e assustador.
Camelo: nome dado à bicicleta e que ganhou fama na música Eduardo e Mônica, da Legião Urbana.
Cobogó: herança cultural árabe que surgiu na década de 1920, no Recife. Característico de quadras do Plano Piloto, os cobogós dividem ambientes e permitem a entrada de luz e ventilação.
Céu de Brasília: patrimônio cultural e orgulho dos brasilienses, também presente na música Linha do Equador, de Djavan.
Conic: nome popular dado ao Setor de Diversões Sul (SDS), palco da efervescência cultural e de templos religiosos, lojas, ONGs e sindicatos.
De rocha: expressão usada para confirmar algo, se realmente é verdade.
Descer: descer é uma expressão utilizada para as pessoas descerem dos blocos onde moram, com ou sem pilotis.
Drive-in: cinema ao ar livre, um dos poucos da América do Sul. Em Brasília, ele vive e se perpetua com uma das maiores telas de cinema para assistir de dentro do carro.
Eixão do Lazer: expressão utilizada para denominar os eventos de domingos e feriados no Eixo Rodoviário, conhecido popularmente como Eixão.
Frevo: nome dado a festas e baladas.
Grande Circular: uma das linhas de ônibus mais famosas e que dá a volta completa no Plano Piloto.
Igrejinha: a Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, na 307/308 Sul, foi o primeiro templo católico em alvenaria erguido em Brasília. Tornou-se um cartão-postal e a rua da quadra é chamada de Rua da Igrejinha.
Ipê: é a árvore símbolo de Brasília, embora oficialmente seja o buriti. Por todo o DF, há ipês espalhados e eles florescem e encantam os moradores.
Morgar: descanso, uma pausa ou simplesmente curtir a preguiça.
Niemeyer: arquiteto brasileiro modernista responsável pelos projetos de edifícios cívicos de Brasília. Niemeyer é Brasília e vice-versa.
Pagar vexa: é o mesmo que pagar vexame, passar por situação constrangedora.
Pardal: nome dado aos radares de velocidade espalhados pela cidade.
Parque da Cidade: espaço de lazer dos brasilienses e o maior parque urbano do mundo, com 420 hectares.
Ponta de Picolé: nome dado aos terrenos que ocupam as extremidades do Lago Paranoá, seja no lado Sul ou Norte.
Rodô: apelido da Rodoviária do Plano Piloto.
Só o ouro: expressão para dizer que algo é da melhor qualidade.
Tá ligado?: expressão para saber se a pessoa está sabendo ou atenta a algo.
Tesourinha: conjunto de viadutos que cortam os eixos W e L para o Eixão.
Véi: expressão genuinamente brasiliense usada para chamar alguém, fazer uma pergunta ou até demonstrar surpresa com um fato.
0 a 10 acertos: Você ainda tem muito a percorrer e conhecer da cidade. Que tal dar uma volta pela capital e conhecer seus artistas e movimentos?
11 a 20 acertos: Você está no caminho certo, mas pode melhorar, né? Conhece a capital, mas pode ter parado no tempo. Que tal se atualizar?
21 a 25 acertos: Você domina a cidade na palma da sua mão. Sabe quase tudo.
25 a 30 acertos: Você é um brasiliense de carteirinha. Sabe tudo da cidade, desde o passado até o presente. Parabéns!
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