VARIEDADES
Convidado de 6 anos na festa de Diddy cita drogas e mulheres nuas ‘por toda parte’
3 de outubro, 2024 / Por: Agência O GloboJustin Litovsky relembra o dia em que foi a uma das celebrações promovidas pelo rapper e produtor, acusado por tráfico sexual nos EUA
Ele certamente teve um fim de semana para contar aos colegas de escola. As “festas do branco” de Sean ” Diddy” Combs no Hamptons, área luxuosa em Nova York, nos EUA, não eram conhecidas, bem, como celebrações voltadas para a família — algo que Justin Litovsky, agora com 30 anos, descobriu rapidamente quando tinha apenas 6 anos e pais bem relacionados à época.
Ele compareceu ao local, com os pais, esperando encontrar um inocente “churrasco da tarde”. Que nada. “Eu me lembro de muita maconha e de várias mulheres sem sutiã dentro da piscina e ao redor dela”, disse Litovsky ao jornal New York Post.
“Na verdade, eu queria entrar. Toda vez que íamos a algum lugar com uma piscina, eu queria nadar”, contou o rapaz. Litovsky admitiu que não entendeu, de pronto, o que significava aquilo com o que se deparou: “Eu não sabia se peitos eram uma coisa boa ou ruim. Mas eu esperava poder pular na piscina”, afirmou.
Mãe do jovem, Maya Litovsky não teve muito o que pensar. “Eu nem dei ao meu filho a oportunidade de entrar na piscina”, contou Litovsky, que agora atua como influenciadora digital. “Havia garrafas por toda parte e mulheres nuas. Eu não tinha certeza se aquilo era apropriado ou normal. E eu me perguntava como as crianças tinham sido permitidas naquela festa, desde o início”, rememorou ela.
Entre os convidados, estavam Jay-Z fumando um charuto Cohiba, Lil’ Kim com cabelo platinado, Donna Karan e Tyson Beckford usando uma camiseta nada apropriada para crianças em que se podia ler “F*ck Giuliani”, com um xingamento em referência ao então prefeito republicano de Nova York, que perseguiu — ao longo dos sete anos de seus dois mandatos — a atuação de sex-shops na cidade.
Nos meses seguintes, Diddy estabeleceu um toque de recolher para crianças em suas festas (“Se o serviço de proteção à criança vier aqui em 30 minutos, isso é problema de vocês”, ele brincou, da sacada do Hamptons, em 2007). “Meus filhos estão lá embaixo — em 15 minutos, as crianças têm que sair”, reforçou, no mesmo dia. Em 1999, porém, Justin Litovsky acreditava ser o único estudante de escola primária no local.
“Eu não me lembro de ter visto nenhuma outra criança”, contou ele. “Normalmente, eu sou o tipo de criança que quer brincar (com outras crianças)”. A rigor, se a presença de um menor de idade fosse um problema para Diddy, os convidados não saberiam. Justin e Maya estavam lá com o fotógrafo David Allen (pai de Justin e marido de Maya). Allen lembra de estar correndo pela festa, tirando fotos de celebridades, como era seu trabalho. Sem quaisquer restrições.
As imagens — obtidas pelo New York Post — mostram Diddy sorridente ao posar ao lado de Justin. O rapaz lembra que seu pai o fotografou junto a várias celebridades, incluindo Magic Johnson, Patti LaBelle e Keith Richards. “Não pareço ter um sorriso normal na foto”, ele disse, reconhecendo-se “perturbado” por algumas das situações ao seu redor.
Entenda caso Diddy
Magnata da música americana, Sean Combs, conhecido como Diddy, foi acusado de drogar e estuprar diversas mulheres. O empresário, segundo as denúncias, captava profissionais do sexo — e até menores de idade — de diferentes partes dos Estados Unidos para as “farras” ilegais, em uma ação que foi configurada como tráfico sexual.
No dia 17 de setembro, um dia após a prisão do dono da gravadora Bad Boy Records, um tribunal de Manhattan, em Nova York, onde Diddy responde o processo, tornou públicas as acusações contra ele por extorsão, tráfico sexual e transporte para fins de prostituição.
A denúncia diz que o rapper “abusou, ameaçou e coagiu mulheres e outras pessoas ao seu redor para satisfazer desejos sexuais, proteger sua reputação e encobrir sua conduta”.
Alguns meses antes, o produtor musical Lil Rod havia processado Diddy afirmando que tinha sido forçado a se envolver com profissionais do sexo contratadas pelo empresário. Na denúncia, ele dizia que o magnata promovia diversas “festas de tráfico sexual”, em momentos que tinham a presença até mesmo de menores de idade.